Releia o trecho a seguir. “Na cena em que esta fala se dá, J...

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Q2735594 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto II a seguir para responder às questões de 11 a 15.


TEXTO II


A cultura do estupro


Não podemos perder tempo disputando a realidade. Um ato sexual que acontece sem o consentimento de uma das partes envolvidas é um estupro. Sempre


“Uma rosa, por qualquer outro nome, teria o aroma igualmente doce”. Este trecho de Romeu e Julieta, a peça famosa de William Shakespeare, é frequentemente referenciado em artigos e debates sobre o peso e a volatilidade da linguagem.


Na cena em que esta fala se dá, Julieta – uma Capuleto – argumenta que não importa que Romeu seja um Montéquio, pois o amor que sente é pelo rapaz, e não por seu nome. A beleza da citação é o que ela implica: os nomes que damos às coisas não necessariamente afetam o que as coisas realmente são.


“Estupro, por qualquer outro nome, seria uma ação igualmente violenta.” Seria. Mas, ao contrário das rosas – que reconhecemos como rosas, por isso chamamos de rosas –, relutamos em reconhecer quando um estupro é estupro para poder então chamá-lo de estupro.


Estupro é a prática não consensual do sexo, imposta por violência ou ameaça de qualquer natureza. Qualquer forma de prática sexual sem consentimento de uma das partes configura estupro.


Se aceitarmos que esta é a definição de estupro, quantas já sofremos um, e quantos já cometeram um? Garanto que muita gente.


[...]


BURIGO, Joana. A cultura do estupro. Carta Capital. 2 jun. 2016. Disponível em: <https://goo.gl/FcehJq>. Acesso em: 12 set. 2017 [Fragmento adaptado].

Releia o trecho a seguir.


“Na cena em que esta fala se dá, Julieta – uma Capuleto – argumenta que não importa que Romeu seja um Montéquio, pois o amor que sente é pelo rapaz, e não por seu nome.”


A conjunção “e”, destacada, confere ao trecho um valor:

Alternativas

Gabarito comentado

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Vamos analisar a questão e entender a razão da alternativa correta ser a letra D (adversativo).

A questão aborda o uso da conjunção "e" no trecho: "Na cena em que esta fala se dá, Julieta – uma Capuleto – argumenta que não importa que Romeu seja um Montéquio, pois o amor que sente é pelo rapaz, e não por seu nome." Aqui, a conjunção "e" está destacada para verificar qual o valor semântico que ela confere ao texto.

Vamos compreender o sentido das conjunções para analisar cada alternativa:

Alternativa Correta: D - Adversativo

Na frase destacada, a conjunção "e" está sendo usada com o valor de oposição, ou seja, está indicando uma relação adversativa. Julieta está argumentando que o amor pelo rapaz é mais importante do que o nome dele, estabelecendo uma contraposição entre "o rapaz" e "seu nome". Portanto, a conjunção "e" aqui tem um valor adversativo, similar ao uso de "mas" ou "porém".

Alternativas Incorretas:

A - Causal: Esse tipo de conjunção indica causa, justificando a razão de algo. Exemplos: "porque", "pois", "já que". Na frase, a conjunção "e" não está justificando uma causa, logo, essa alternativa é incorreta.

B - Aditivo: A conjunção aditiva simplesmente adiciona uma ideia a outra, como "e", "nem". Embora a conjunção "e" possa ter valor aditivo em outros contextos, aqui ela não está apenas adicionando informações, mas sim contrastando duas ideias, então, essa alternativa também é incorreta.

C - Concessivo: Conjunções concessivas expressam uma ideia de contraste, mas com concessão, como "embora", "ainda que". Apesar de parecer similar ao adversativo, aqui não há concessão, mas uma oposição direta entre dois conceitos, tornando essa alternativa incorreta.

Portanto, a alternativa correta é a D - Adversativo, pois a conjunção "e" está sendo usada com o sentido de contraste entre "o rapaz" e "seu nome".

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