No trecho em que o autor afirma que “a filosofia do celibat...
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Com base no mesmo assunto
Ano: 2021
Banca:
FAUEL
Órgão:
Câmara de Mandirituba - PR
Provas:
FAUEL - 2021 - Câmara de Mandirituba - PR - Analista de Gestão Fiscal
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FAUEL - 2021 - Câmara de Mandirituba - PR - Técnico em Redação, Procedimento Legislativo, Atas e Anais |
FAUEL - 2021 - Câmara de Mandirituba - PR - Técnico Administrativo |
Q1850659
Português
Texto associado
O trecho a seguir foi extraído da obra Eurico, o Presbítero, escrita por Alexandre Herculano. Leia-o atentamente para responder a próxima questão.
“Para as almas demasiadamente grosseiras, o celibato do sacerdócio não passa de uma condição, de uma
fórmula social aplicada a certa classe de indivíduos
cuja existência ela modifica vantajosamente por um
lado e desfavoravelmente por outro. A filosofia do celibato para os espíritos vulgares acaba aqui. Aos olhos
dos que avaliam as coisas e os homens só pela sua
utilidade social, essa espécie de insolação doméstica
do sacerdote, essa indireta abjuração dos afetos mais
puros e santos, os da família, é condenada por uns
como contrária ao interesse das nações, como danosa
em moral e em política, e defendida por outros como
útil e moral. Eu, por minha parte, fraco argumentador,
só tenho pensado no celibato à luz do sentimento e
sob a influência da impressão singular que desde verdes anos fez em mim a idéia da irremediável solidão
da alma a que a igreja condenou os seus ministros,
espécie de amputação espiritual, em que para o sacerdote morre a esperança de completar a sua existência
na terra. Suponde todos os contentamentos, todas as
consolações que as imagens celestiais e a crença viva
podem gerar, e achareis que estas não suprem o triste
vácuo da soledade do coração. Dai às paixões todo
o ardor que puderdes, aos prazeres mil vezes mais
intensidade, aos sentidos a máxima energia e convertei o mundo em paraíso, mas tirai dele a mulher, e o
mundo será um ermo melancólico, os deleites serão
apenas o prelúdio do tédio”
(Prólogo do autor, com adaptações)
No trecho em que o autor afirma que “a filosofia do
celibato para os espíritos vulgares acaba aqui”, a expressão “espíritos vulgares” diz respeito a: