Mauro, procurador do município Delta, foi questionado pelo S...
Mauro, procurador do município Delta, foi questionado pelo Secretário Municipal da Saúde se estaria no âmbito de suas atribuições profissionais promover a defesa de autoridades competentes e servidores públicos que tenham cometido irregularidades no curso de procedimentos licitatórios, quando atuarem em consonância com o parecer do assessoramento jurídico elaborado ao final da fase preparatória.
Diante dessa situação hipotética, à luz do disposto na Lei nº 14.133/2021, Mauro respondeu corretamente que, a critério do agente público, a advocacia pública municipal
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Tema central da questão: A questão aborda a responsabilidade e as atribuições da advocacia pública municipal, especificamente em relação à defesa de agentes públicos que agiram seguindo parecer jurídico no contexto de licitações. A Lei nº 14.133/2021, que estabelece normas gerais de licitação e contratação para a Administração Pública, é o fundamento legal central para entender essa situação.
Alternativa correta: E - não deve promover a defesa de tais agentes quando provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem dos autos de processo administrativo ou judicial.
A alternativa E está correta porque a Lei nº 14.133/2021, no artigo 10, estabelece que, se houver provas da prática de atos ilícitos dolosos, a advocacia pública não tem a obrigação de defender os agentes envolvidos. A defesa não deve ser promovida quando há indícios claros de má-fé ou dolo, pois a advocacia pública visa proteger o interesse público e não interesses pessoais em casos de ilicitude comprovada.
Análise das alternativas incorretas:
A - "não deve promover a defesa de tais agentes em nenhuma hipótese." Esta alternativa está incorreta porque ignora que a advocacia pública pode defender agentes que agiram em conformidade com a lei e sem dolo, desde que não haja provas de ilegalidade intencional.
B - "deve promover a defesa de tais agentes, em qualquer hipótese, se ainda estiverem em atividade, ocupando o cargo, emprego ou função em que foi praticado o ato questionado." Esta alternativa é incorreta porque desconsidera a diferença entre atos ilegais com dolo e atos praticados de boa-fé. A defesa não é devida em qualquer hipótese.
C - "deve promover a defesa de tais agentes, exclusivamente, nas searas administrativa e controladora, mas não na esfera judicial." Esta alternativa é incorreta porque a advocacia pública pode, sim, atuar na esfera judicial, exceto quando há dolo comprovado.
D - "deve promover a defesa de tais agentes, ainda que tenham atuado em desacordo com o aludido parecer jurídico." Esta alternativa está errada porque a defesa não deve ser promovida se o agente agiu em desacordo com o parecer jurídico, indicando possível má-fé ou dolo.
Conclusão: A defesa de agentes públicos pela advocacia pública municipal, conforme a Lei nº 14.133/2021, é condicionada à ausência de provas de prática de atos ilícitos dolosos. Portanto, a alternativa E está correta.
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GABARITO E - LEI 14133 (LICITAÇÕES)
"Art. 10. Se as autoridades competentes e os servidores públicos que tiverem participado dos procedimentos relacionados às licitações e aos contratos de que trata esta Lei precisarem defender-se nas esferas administrativa, controladora ou judicial em razão de ato praticado com estrita observância de orientação constante em parecer jurídico elaborado na forma do § 1º do art. 53 desta Lei, a advocacia pública promoverá, a critério do agente público, sua representação judicial ou extrajudicial. § 1º Não se aplica o disposto no caput deste artigo quando: II - provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem nos autos do processo administrativo ou judicial. § 2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo inclusive na hipótese de o agente público não mais ocupar o cargo, emprego ou função em que foi praticado o ato questionado."
Mauro, procurador do município Delta, foi questionado pelo Secretário Municipal da Saúde se estaria no âmbito de suas atribuições profissionais promover a defesa de autoridades competentes e servidores públicos que tenham cometido irregularidades no curso de procedimentos licitatórios, quando atuarem em consonância com o parecer do assessoramento jurídico elaborado ao final da fase preparatória. Diante dessa situação hipotética, à luz do disposto na Lei nº 14.133/2021, Mauro respondeu corretamente que, a critério do agente público, a advocacia pública municipal
A não deve promover a defesa de tais agentes em nenhuma hipótese.
B deve promover a defesa de tais agentes, em qualquer hipótese, se ainda estiverem em atividade, ocupando o cargo, emprego ou função em que foi praticado o ato questionado.
Estando ou não em atividade o servidor será representado pela PGM desde que se haja fundado em parecer (art. 10, caput e § 2º).
C deve promover a defesa de tais agentes, exclusivamente, nas searas administrativa e controladora, mas não na esfera judicial.
Inclusive na judicial.
D deve promover a defesa de tais agentes, ainda que tenham atuado em desacordo com o aludido parecer jurídico.
E não deve promover a defesa de tais agentes quando provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem dos autos de processo administrativo ou judicial.
Gabarito. Mesmo em conformidade com parecer, o § 1º do art. 10 não admite defesa do servidor pela PGM quando provada ilicitude dolosa.
Art. 10, Lei nº 14.133/2021 - Se as autoridades competentes e os servidores públicos que tiverem participado dos procedimentos relacionados às licitações e aos contratos de que trata esta Lei precisarem defender-se nas esferas administrativa, controladora ou judicial em razão de ato praticado com estrita observância de orientação constante em parecer jurídico elaborado na forma do , a advocacia pública promoverá, a critério do agente público, sua representação judicial ou extrajudicial.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput deste artigo quando:
II - provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem nos autos do processo administrativo ou judicial.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo inclusive na hipótese de o agente público não mais ocupar o cargo, emprego ou função em que foi praticado o ato questionado.
LEI 14133
"Art. 10. Se as autoridades competentes e os servidores públicos que tiverem participado dos procedimentos relacionados às licitações e aos contratos de que trata esta Lei precisarem defender-se nas esferas administrativa, controladora ou judicial em razão de ato praticado com estrita observância de orientação constante em parecer jurídico elaborado na forma do § 1º do art. 53 desta Lei, a advocacia pública promoverá, a critério do agente público, sua representação judicial ou extrajudicial.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput deste artigo quando: II - provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem nos autos do processo administrativo ou judicial.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo inclusive na hipótese de o agente público não mais ocupar o cargo, emprego ou função em que foi praticado o ato questionado."
Mauro, procurador
Art. 10. Se as autoridades competentes e os servidores públicos que tiverem participado dos procedimentos relacionados às licitações e aos contratos de que trata esta Lei precisarem defender-se nas esferas administrativa, controladora ou judicial em razão de ato praticado com estrita observância de orientação constante em parecer jurídico elaborado na forma do , a advocacia pública promoverá, a critério do agente público, sua representação judicial ou extrajudicial.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput deste artigo quando:
I - (VETADO);
II - provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem nos autos do processo administrativo ou judicial.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo inclusive na hipótese de o agente público não mais ocupar o cargo, emprego ou função em que foi praticado o ato questionado.
Resumidamente, pensem no seguinte contexto:
O parecer jurídico fala que a compra que se objetiva no processo administrativo é caso de dispensa de licitação pelo inciso II do art. 75 da Lei nº 14.133/2021.
Por esse motivo, o agente de contratação dá prosseguimento ao procedimento e contrata a empresa que apresentou o menor preço dentre as propostas apresentadas.
Todavia, o valor, na verdade, não se encaixava na hipótese de dispensa pelo art. 75, inciso II, e isso só foi atestado em sede judicial, quando o MP entrou com uma ação.
Nesse caso, o agente público vai poder contar com a defesa da procuradoria municipal - se ele quiser, até se ele não ocupar mais o cargo que se encontrava anteriormente.
Agora, se o agente de contratação, dolosamente, quis favorecer alguma empresa no procedimento e fez isso sem que os procuradores ou qualquer outro servidor/órgão tivesse conhecimento, ele não poderá contar com a defesa da procuradoria para defende-lo nas esferas administrativa, controladora ou judicial!
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