Uma paciente com trinta e oito anos de idade chegou ao servi...
Com base na situação hipotética acima apresentada, julgue os itens seguintes.
Se na paranoia ocorre uma cisão do ego, que deve ser levada em consideração para a compreensão clínica dessa estrutura, na neurose obsessiva ocorre um funcionamento massivo do superego. Desse modo, nesse tipo de neurose, a culpa e a autocoação são queixas relativamente constantes.
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A alternativa correta para a questão é: Errado.
Vamos entender o porquê dessa resposta.
A questão aborda dois conceitos principais da Psicopatologia: a paranoia e a neurose obsessiva. Cada um desses transtornos tem características clínicas e dinâmicas de funcionamento psíquico distintas.
Paranoia: Este transtorno é caracterizado por ideias delirantes de perseguição, ciúmes ou grandeza. Na paranoia, não há exatamente uma "cisão do ego" no sentido clínico estrito. A cisão do ego é um conceito mais adequado a outras patologias, como as psicoses. Na paranoia, o ego se mantém coeso, mas com uma distorção significativa da realidade.
Neurose obsessiva: Nesta condição, o superego é, de fato, uma instância psíquica que exerce muita influência. O funcionamento do superego é exacerbado, resultando em sentimentos intensos de culpa e autocoação. As pessoas com neurose obsessiva frequentemente experimentam essas emoções de forma constante, o que justifica a afirmação de que são queixas relativamente constantes.
A assertiva da questão sugere que a paranoia envolve uma cisão do ego, o que é uma afirmação incorreta. A paranoia envolve delírios e distorções da realidade, mas o conceito de "cisão do ego" não é o mais apropriado para descrever seu funcionamento clínico.
Por outro lado, a referência à neurose obsessiva e ao funcionamento massivo do superego é correta, mas como a questão é julgar a afirmação em conjunto, a presença do erro sobre a paranoia torna a assertiva errada como um todo.
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Comentários
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Alguém poderia explicar o erro da questão?
Também não entendi o erro da questão.
a cisão do eu é mecanismo central nas esquizofrenias, mas nas psicoses é a projeção
Ja a paranóia é sinônimo de qualquer formação delirante que alcance o nível de um sistema: persecutório, hipocondríaco, querelante (formas depressivas) ou de grandeza (forma expansiva). Na paranóia tratam-se de delírios que mantém um conflito agudo com o outro e que se apóia na relativa preservação do pensamento, da vontade, da atenção e da orientação. Como indicativos preliminares da paranóia temos: um início preciso e claramente demarcável, preservação de certas funções psicológicas e um desencadeamento associável a uma injunção que convoca o sujeito a fazer uso da Nomeação Paterna.
Na psicose, a língua fundamental em jogo tem a função de permitir uma nomeação metonímica das questões do sujeito ao produzir uma espécie de universo à parte, no qual o sujeito preferencialmente se instala para lidar com a falta de sentido induzida pelo desencadeamento da psicose. Na transferência psicótica, não há uma suposição de saber, mas uma espécie de atribuição de saber, que passa justamente pela partilha dessa língua fundamental.
Desculpem colegas de estudo, mas não consigo compreender como a paranóia é sintoma da neurose. Acredito que devo estar interpretando algo errado. Vejam e me ajudem:
Segundo Hillman (1993), o delírio paranóico é incorrigível e intangível a qualquer tipo de persuasão,seja pela via da razão,pelas evidências de sentido ou pela emoção. O sujeito crê em seu delírio como uma realidade concreta e elabora explicações muito completas e lógicas, em sua concepção, para explicar essas crenças. Na paranóia o estado delirante se mostra mais abertamente, pois é característico do paranóico que ele revele pensamentos que seriam considerados inconfessáveis para qualquer neurótico. Justamente por acreditar que o seu delírio é realidade, o paranóico consegue expressa-los mais abertamente, já que para ele sua crença não possui nada de absurdo e, sim, constitui-se de fatos concretos. A conduta geral, a fala e as reações do sujeito permanecem inalteradas. Não há comprometimento da inteligência ou da capacidade de sentir e expressar emoções. Para Cromberg (2000), paranóia é ‘''’uma doença da interpretação que se cristaliza como certeza e verdade únicas que ganha expressão no delírio''’’.
Fonte: http://www.ufrgs.br/psicopatologia/wiki/index.php/Conceito_de_paran%C3%B3ia
Fora o Vocabulário da Psicanálise de Laplance e Pontalis.
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