De que forma J. D. Nasio, em seu livro “Como agir com um ado...
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A alternativa C - O adolescente nem sempre o sente, jamais nitidamente, e se o sente não consegue verbalizá-lo é a correta.
J. D. Nasio, um renomado psicanalista, aborda em seu livro "Como agir com um adolescente difícil" as complexidades do sofrimento na adolescência. Esta fase da vida é marcada por intensas mudanças físicas, emocionais e psicológicas. Com isso, a forma como o adolescente percebe esse sofrimento é frequentemente confusa e nebulosa.
Explicação da Alternativa Correta: A alternativa C reflete com precisão a ideia de Nasio, que destaca que o adolescente muitas vezes não sente o sofrimento de maneira clara e, quando o faz, enfrenta dificuldades em verbalizá-lo. Isso ocorre devido à natureza tumultuada e em constante mudança da adolescência, onde as emoções são intensas e, muitas vezes, difíceis de articular.
Análise das Alternativas Incorretas:
A - O adolescente sente, mas raramente consegue falar sobre o sofrimento: Esta alternativa está parcialmente correta, pois reflete a dificuldade de expressão. No entanto, não contempla a dificuldade de percepção clara do sofrimento, um ponto crucial levantado por Nasio.
B - O adolescente identifica o sofrimento e consegue falar sobre ele: Esta alternativa está incorreta. Nasio descreve justamente a dificuldade do adolescente em identificar e verbalizar claramente o seu sofrimento.
D - O adolescente percebe o sofrimento e o expressa praticando atos de violência coletiva: Embora alguns adolescentes possam reagir ao sofrimento com comportamentos negativos, esta alternativa simplifica excessivamente a questão e não reflete a análise de Nasio sobre a dificuldade de percepção e expressão do sofrimento.
E - O adolescente sente, mas não consegue falar sobre o sofrimento, pois o grau de recalcamento nessa fase da vida é intenso: Embora o recalcamento possa ser um fator, esta alternativa apresenta uma explicação que não se alinha completamente com a visão de Nasio sobre a incerteza e a confusão na percepção do sofrimento.
Compreender essas nuances é essencial para abordar o tema da adolescência de maneira adequada e empática, conforme proposto por J. D. Nasio. A comunicação e a expressão emocional são desafios significativos nesta fase, e esta questão captura bem a complexidade do tema.
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A alternativa correta é a que melhor descreve a relação entre sofrimento, percepção e expressão na adolescência segundo Nasio, em seu livro “Como agir com um adolescente difícil”.
A - Correta - Segundo Nasio, no livro citado, "O adolescente nem sempre sabe falar do que sente porque não sabe identificar corretamente o que sente." pág. 17.
B - Incorreta - O adolescente, muitas vezes, não consegue falar e nem identificar o que sente.
C - Incorreta - Ainda que não consiga identificar e verbalizar, o adolescente sente.
D - Incorreta - O adolescente nem sempre tem essa percepção e justamente por não perceber, às vezes, usa de comportamentos violentos para se expressar.
E - Incorreta - Nasio só utiliza a palavra recalcamento em algumas citações de Freud, mas não em suas explicações sobre a dificuldade do adolescente em se expressar.
Gabarito: letra A
GABARITO LETRA C
"Reportemo-nos à coluna B , onde encontramos os diferentes comportamentos perigosos que interpreto como a materialização por parte de um jovem de um sofrimento do qual ele não tem consciência, um sofrimento inconsciente que não é mais moderado, mas intenso. Eu gostaria aqui de voltar um instante sobre a natureza inconsciente do sofrimento adolescente. Quando digo que o sofrimento é inconsciente quero dizer que o jovem nem sempre o sente, e jamais nitidamente; e se o sente, não consegue verbalizá-lo. Ora, quando esse sofrimento mudo é por demais intenso e incoercível, ele se exterioriza não mais através da efervescência adolescente comum, mas dos comportamentos de risco, impulsivos e recorrentes. Insisto, somos nós, psicanalistas, que interpretamos, por exemplo, determinado ato de violência perpetrado por um adolescente em fúria como a expressão espontânea de uma dor interior, não sentida, que solapa o jovem desde os dilaceramentos familiares de sua infância. No momento de seu ato, o jovem não sente nada, nem dor, nem medo, nem culpa; fica como que anestesiado, fora de si, frequentemente movido por um sentimento de onipotência e invulnerabilidade. Essa ausência de consciência de seu mal-estar subjetivo explica por que um adolescente, mesmo desesperado, não pensa em pedir ajuda. Dessa forma, persevera em sua solidão, em seu rancor e desconfiança com relação aos adultos. Entretanto, há outra razão que explica a violência que pode tomar conta de um jovem. Sem se aperceber disso, ele assume frequentemente riscos para pôr-se à prova e afirmar-se. Através da violência e da exaltação, procura a prova do próprio valor. Quer sentir-se existindo, distinguir-se dos adultos e ser reconhecido pelos colegas." (pág. 21-22 do livro)
Gab C
Quando digo que o sofrimento é inconsciente quero dizer que o jovem nem sempre o sente, e jamais nitidamente; e se o sente, não consegue verbalizá-lo. Ora, quando esse sofrimento mudo é por demais intenso e incoercível, ele se exterioriza não mais através da efervescência adolescente comum, mas dos comportamentos de risco, impulsivos e recorrentes. Insisto, somos nós, psicanalistas, que interpretamos, por exemplo, determinado ato de violência perpetrado por um adolescente em fúria como a expressão espontânea de uma dor interior, não sentida, que solapa o jovem desde os dilaceramentos familiares de sua infância.
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