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Q2007448 Português
Instrução: A questão referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao
longo do texto estão citados na questão.

O treinamento mental serve para combater o declínio intelectual relacionado à idade?

      Nos últimos anos, popularizou-se a ideia de que o cérebro é como um músculo: se não for
exercitado, ele atrofia. Como consequência, exercitar o cérebro por meio da resolução de
problemas, quebra-cabeças, sudokus, etc., tem sido divulgado como um método não só para
minimizar o declínio intelectual que ocorre com a idade, mas também para diminuir o risco de
sofrer de demências senis ou de Alzheimer.
      A verdade, porém, é que as evidências científicas na área da neurociência para sustentar as
afirmações anteriores são muito frágeis. Como explica Steven Novella, neurologista e professor da
Escola de Medicina da Universidade de Yale: “O que mais de duas décadas de pesquisas mostram é
que, ao realizar uma atividade mental específica, você se torna mais hábil nessa atividade, e isso
é tudo. Se fizer sudoku, você resolverá sudokus melhor, não ficará mais inteligente".
     Essas conclusões da neurociência, no entanto, não foram obstáculo para a florescente indústria
do “treinamento cerebral” na forma de livros, videogames, música, cursos... De fato, um relatório
do setor prevê que o negócio da avaliação cognitiva e treinamento cerebral movimente mais de 8
bilhões de dólares (31,2 bilhões de reais) no mundo até 2022. Como quase sempre ocorre, o
marketing corre na frente da ciência, quando não a pisoteia diretamente.
      Um estudo publicado recentemente na revista médica British Medical Journal acrescenta outra
razão de peso para ser cético em relação ao treinamento cerebral. Pesquisadores da Universidade
de Aberdeen (Reino Unido) e da Universidade Nacional da Irlanda acompanharam 498 voluntários
durante 15 anos. Todos os participantes compartilhavam uma série de detalhes: tinham nascido
em 1936, viviam de forma independente no nordeste da Escócia e tinham participado de uma
pesquisa de saúde mental nesse país em 1947. Os cientistas queriam verificar como se relacionava
o grau de atividade mental com o declínio cognitivo associado ___ idade. Para isso, avaliaram a
atividade mental dos voluntários com o passar do tempo, e também seu rendimento cognitivo.
      Entre os resultados do estudo, descobriram que as pessoas que eram mais ativas
mentalmente ao longo da vida também possuíam habilidades cognitivas superiores. No entanto,
não é possível saber, pelo estudo, qual é a causa e qual é a consequência. Se aqueles que são
mais inteligentes tendem a ser mais ativos mentalmente (o que seria lógico) ou vice-versa, se são
mais inteligentes precisamente porque são mais ativos mentalmente. Seja como for, a essência da
questão do estudo é que uma maior atividade mental não está associada ___ um atraso no
declínio cognitivo em etapas mais tardias da vida, em comparação com o grupo de menor
atividade.
      Em outras palavras, ___ medida que a idade foi reduzindo as habilidades cognitivas, tanto os
voluntários ativos mentalmente como os passivos sofreram um declínio intelectual na mesma
velocidade (especificamente, problemas de memória e de velocidade de processamento). No
entanto, aqueles que tinham estado ativos ao longo de sua vida levaram vantagem, com
habilidades cognitivas mais elevadas, o que lhes permitiu desfrutar de mais tempo com melhores
funções cognitivas. Os próprios autores do estudo explicam: “Estes resultados indicam que o
envolvimento em atividades de resolução de problemas não protege contra o declínio individual,
mas proporciona uma posição de partida mais elevada, a partir da qual se observa o declínio, e
retrasa o ponto no qual a deficiência se torna significativa”.
      É claro que sempre devemos levar em conta as limitações desse tipo de pesquisa. Os pontos
fortes do estudo são os 15 anos de acompanhamento de uma população de quase 500 pessoas.
Apesar disso, trata-se de um estudo de observação (sem interferência dos pesquisadores nos
hábitos dos voluntários), o que nos impede de atribuir causas e efeitos. Em vez disso, podemos
apenas estabelecer correlações e conclusões gerais. Mesmo assim, a moral da história é clara: se
você for inteligente e tiver uma vida rica em aprendizagens e atividades mentais diversas,
provavelmente começará com uma função cognitiva superior, que não atrasará o declínio mental,
mas fará com que você parta de uma situação mais privilegiada − e os sintomas demorarão mais
para aparecer. Mas fazer treinamento mental com atividades específicas a partir de certa idade não
será a solução mágica para compensar toda uma vida anterior de preguiça mental.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/12/13/actualidad/1544694043_361581.html
(Texto adaptado para esta prova)
Associe a Coluna 1 à Coluna 2, relacionando o tipo de ocorrência do ‘se’ em diferentes trechos do texto.
Coluna 1 1. Partícula apassivadora. 2. Índice de indeterminação do sujeito. 3. Conjunção condicional.
Coluna 2 (  ) Nos últimos anos, popularizou-se a ideia de que o cérebro é como um músculo (l. 01). (  ) se não for exercitado, ele atrofia. (l. 01-02). (  ) Apesar disso, trata-se de um estudo de observação (l. 43).
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: 
Alternativas

Comentários

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( ) Nos últimos anos, popularizou-se a ideia de que o cérebro é como um músculo.

"popularizou-se o quê ? "que a ideia de que o cérebro é como um músculo" VTD. Portanto o "se" é Partícula Apassivadora. (PA).

( ) se não for exercitado, ele atrofia. (l. 01-02).

Não se pode iniciar frases com o pronome "se", portanto ele é uma Conjunção. "Se" com valor de (=caso), ideia de hipótese→Conjunção Condicional

( ) Apesar disso, trata-se de um estudo de observação (l. 43).

"Trata-se de que? de um estudo de observação. Temos uma preposição, sendo assim VTI, (não podendo ser P.A). Como o sujeito é indeterminado, só pode ser Índice de Indeterminação do sujeito (IIS)

VTI +SE= PIS

#PartiuPosse!

 Nos últimos anos, popularizou-se a ideia de que o cérebro é como um músculo (l. 01). (verbo transitivo direito+se = PA, BISU: A IDEIA FOI POPULARIZADA, tenta passar para a voz passiva para confirmar que será PA )

se não for exercitado, ele atrofia. (l. 01-02). Se = trazendo hipótese é uma conjunção condicional - troque pelo o CASO

Apesar disso, trata-se de um estudo de observação (l. 43). VERBO TRATAR SENDO VTI LOGO HÁ PIS

Vai dar certo!

Partícula apassivadora, quando o verbo for TRANSITIVO DIRETO: sem a preposição depois do verbo.

Ind.de Indeterminação do sujeito, quando for TRANSITIVO INDIRETO: com a preposição depois do verbo. Vale lembrar que o verbo fica sempre na 3pessoa do singular.

Oi, pessoal.

Um resumo sobre o "SE":

  • "SE" como PIS, PIV ou PARTÍCULA DE REALCE:

1º) Quando o verbo for VTI, VL ou VI + SE, será PIS (pronome indeterminador do sujeito) se for SUJEITO INDETERMINADO. Ex.: Discorda-se de tudo. -> o verbo é VTI +SE e não se sabe quem discorda de tudo. Então, o "se", neste caso, é PIS.

2º) Quando o verbo for VTI, VL ou VI + SE e não for caso de PIS, veja se o "SE" pode ser PIV. Será PIV se NÃO DER PARA TIRAR O "SE" DA FRASE. Ex.: Ela se arrependeu de tudo. -> o verbo é VTI +SE, há sujeito e o "se" não dá pra tirar, pois ficaria estranha a frase. Então, é PIV.

3º) Quando o verbo for VTI, VL ou VI +SE, não for o caso de PIS, veja se DÁ PARA TIRAR O "SE" DA FRASE E ELA AINDA FAZER SENTIDO. Se der para tirar, o "se" será PARTÍCULA DE REALCE. Ex.: Joana foi-se embora. -> caso falarmos "Joana foi embora", a frase tem sentido e tá tudo bem tirar o "se". Então, ele será PARTÍCULA DE REALCE.

  • "SE" como PA (partícula apassivadora):

Quando o verbo for VTD/VTDI + SE, o "se" será PA e o OD (objeto direto) vira SUJEITO. Ex.: Enviou-se o ofício. -> o verbo é VTD, "o ofício" é OD e o "SE" é PA. Então, nesse caso, o OD ("o ofício") vira SUJEITO. No caso de PA, dá para passar para voz passiva. -> O ofício foi enviado.

  • "SE" como CONJUNÇÃO INTEGRANTE (CI):

conjunção introduz orações subordinadas substantivas. Ex: Quero saber se ela virá à festa. TROQUE O "SE" POR "ISSO" -> Quero saber ISSO.

  • "SE" como conjunção CONDICIONAL e CAUSAL:

SE (conjunção condicional) - troca por "caso". Traz uma ideia de HIPÓTESE. Ex.: Se vier, avise-me.

SE (conjunção causal) - troca por "já que". Ex.: Se está com frio, deve colocar o casaco.

  • "SE" como PRONOME REFLEXIVO E RECÍPROCO:

Ex.: Ela se criticou = a ideia do "se" é criticar a si mesmo. O "se" é reflexivo.

Ex.: Eles se beijaram = a ideia do "se" é de beijar um ao outro. Reciprocidade.

XOXO,

Concurseira de Aquário (:

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