− Você pode entrar no ramo, disse-lhe. (2° parágrafo) A fr...
[Um certo Jó Patriota]
Quando a dor se aproxima
Fazendo eu perder a calma
Passo uma esponja de rima
Nos ferimentos da alma.
Esses versos são do repentista Jó Patriota, que nasceu em 1° de janeiro de 1929 no sítio Cacimbas, em Umburanas, então município de São José do Egito − PE, Sertão do Pajeú.
Em seu livro, Na senda do lirismo, Jó Patriota explica que foi o cantador Vicente Preto, ao ouvi-lo ensaiando os primeiros passos no repente, quem primeiro acreditou em sua vocação: − Você pode entrar no ramo, disse-lhe. Ele lembra, também, que sua primeira viola foi comprada por uma irmã, “com dinheiro da venda de uma cabra”. Sempre acontecia alguma coisa com suas violas, porque passou a vida toda cantando com as violas “dos outros”. O que acontecia, certamente, é que sua pobreza o obrigava a vendê-las.
Jó Patriota morreu aos 63 anos, em outubro de 1992. Não só o Nordeste, mas o país inteiro não sabe o que perdeu. Estamos vivendo numa época em que, para grande prejuízo do caráter nacional, a poesia tornou-se a última das necessidades.
(Adaptado de: MELO, Alberto da Cunha. Um certo Jó. Recife, SINDESEP, 2002, p. 17-18)
− Você pode entrar no ramo, disse-lhe. (2° parágrafo)
A frase de Vicente Preto, está corretamente transposta para o discurso indireto em: