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Q2249669
Filosofia O Sujeito Moderno , O Método dos Modernos: Causalidade, Indução, Evidências ,
Ano: 2004 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE / CEBRASPE - 2004 - Polícia Federal - Técnico em Assuntos Educacionais - Filosofia |
Q2249669 Filosofia
       Parece, então, que a idéia de uma conexão necessária entre os eventos surge de uma quantidade de situações similares, que decorrem da conjunção constante desses eventos. Tal idéia não pode nunca ser sugerida por qualquer dessas situações, inspecionada em cada posição e sob todas as abordagens possíveis. Mas não existe nada, em quantidade de situações, diferente de qualquer situação singular supostamente similar às outras; exceção feita apenas ao fato de, após uma repetição de situações similares, a mente ser levada pelo hábito a esperar, quando um evento aparece, aquilo que costuma acompanhá-lo, acreditando que esse acompanhamento vai acontecer. Por conseguinte, essa conexão que sentimos na mente, essa transição costumeira da imaginação de um objeto para aquilo que o acompanha usualmente, é o sentimento ou impressão a partir do qual formamos a idéia de força ou conexão necessária. Não se trata de nada além disso.


David Hume. Investigação sobre o entendimento humano. 
Julgue o item subseqüente, tendo em vista o exposto no texto acima e a filosofia de David Hume.
Pode-se falar de uma forte base racional na filosofia do conhecimento de David Hume.
Alternativas

Gabarito comentado

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A alternativa correta é Errado (E).

Para entender por que essa é a resposta correta, precisamos analisar a filosofia de David Hume, que é uma figura central no empirismo filosófico. Hume argumenta que nosso conhecimento sobre o mundo deriva das experiências sensoriais e não de uma base racional inata ou lógica.

No texto apresentado, Hume discute a ideia de "conexão necessária" entre eventos. Ele sugere que essa conexão não é algo que podemos perceber diretamente na natureza. Em vez disso, ela é uma construção mental baseada no hábito e na repetição de eventos similares. A mente é levada a esperar que um evento siga o outro devido à sua conjunção constante, mas isso não prova uma conexão necessária de fato.

Assim, Hume está apontando que, embora possamos desenvolver expectativas, estas não são baseadas em uma base racional forte, mas sim em associações habituais. Ele desafia a ideia de que a razão pode estabelecer tais conexões de causa e efeito de forma definitiva e universal. Portanto, afirmar que há uma forte base racional na filosofia do conhecimento de Hume está em desacordo com seu pensamento filosófico, uma vez que ele enfatiza o empirismo sobre o racionalismo.

Portanto, a afirmação de que "pode-se falar de uma forte base racional na filosofia do conhecimento de David Hume" está errada, pois contraria a essência de seu argumento, que privilegia a experiência sensorial e não uma justificação racional inerente ou necessária.

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