Considere as frases elaboradas a partir das ideias do texto...
Ameaças globais
A mudança climática continua sendo percebida como a maior ameaça global, diz o Pew Research Center. Realizado no ano passado com mais de 27 mil pessoas em 26 países, o estudo indicou um fortalecimento dessa percepção. Em 2013, 56% viam o aquecimento global como uma grande ameaça. Em 2017, eram 63%. No ano passado, o porcentual foi de 67%. No Brasil, 72% apontaram a mudança climática como uma relevante ameaça global.
Confirma-se, assim, que o mundo está cada vez mais preocupado com a sustentabilidade do planeta, o que tem muitas consequências sociais, políticas e econômicas. Por exemplo, os governos que se mostrarem alheios ou contrários a essa preocupação estarão contrariando os sentimentos de sua própria população, além de se colocarem na contramão da história. Outro inegável efeito é que, com populações cada vez mais atentas a questões ambientais, ampliar o acesso a novos mercados exige o compromisso de melhorar as práticas ambientais. Ser indiferente ao meio ambiente é um meio de um país se isolar na esfera internacional.
Além do aquecimento global, o terrorismo foi outra grande preocupação constatada na pesquisa. Em oito países, entre eles, Rússia, França, Indonésia e Nigéria, o Estado Islâmico foi visto como o maior risco global. Também cresceu a preocupação com os ataques cibernéticos. Em quatro países, incluindo Estados Unidos e Japão, o risco cibernético foi a preocupação internacional mais citada.
No mundo inteiro, cresceu a preocupação com o poder e a influência dos Estados Unidos. Em dez países, metade ou mais das pessoas entrevistadas afirmou que o poder americano é uma grande ameaça ao seu país. Foi a maior mudança de sentimento entre as ameaças globais avaliadas. Na Alemanha, o crescimento foi de 30%; na França, de 29%; no Brasil e no México, de 26%.
O estudo revelou um dado interessante a respeito da percepção sobre o risco envolvendo a situação da economia global. Embora seja citado em muitos lugares como uma ameaça significativa, tal perigo não é visto em nenhum país como a principal ameaça. O Pew Research Center destacou que isso ocorreu mesmo naqueles países em que as economias nacionais tiveram avaliações especialmente negativas, como a Grécia e o Brasil.
Tem-se, assim, que a avaliação que a população de um país faz sobre as ameaças globais pode não ser muito objetiva. Às vezes, há perigos que as pessoas não querem ver. Tal fato mostra a importância de os governos atuarem de forma responsável, com base em dados empíricos e estudos consistentes. Nesta situação, ideologias não são um bom parâmetro para a análise de riscos.
(O Estado de S. Paulo. 17.02.2019. Adaptado)
Considere as frases elaboradas a partir das ideias do texto.
• Um estudo sobre as ameaças globais sempre foi imprescindível e, em 2013, o Pew Research Center já havia realizado um estudo dessa natureza.
• Há um crescente temor manifestado pela população mundial, e os resultados referentes às alterações climáticas comprovaram esse crescente temor dos cidadãos.
• O descaso com a sustentabilidade do planeta é uma irresponsabilidade, e os governos que demonstram esse descaso são uma ameaça ao futuro da humanidade.
De acordo com o emprego e a colocação dos pronomes estabelecidos pela norma-padrão, os trechos destacados podem ser substituídos, correta e respectivamente, por:
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De acordo com o enunciado da questão, devemos procurar a opção que substitui corretamente os termos destacados por pronomes. Por isso, vamos analisar as frases separadamente:
1- "Um estudo sobre as ameaças globais sempre foi imprescindível e, em 2013, o Pew Research Center já havia realizado um estudo dessa natureza."
Para substituir "um estudo dessa natureza" devemos lembrar que os pronomes oblíquos substituem objetos diretos e indiretos dentro de uma oração. Estamos procurando a substituição por lhe, o, os, as, nos etc. Por isso, devemos analisar se o termo destacado é um complemento da locução verbal. O verbo realizar é transitivo direto e exige um objeto direto para completar o seu sentido, por isso, devemos substituir o termo pelo pronome oblíquo -o. Mas, ainda assim, precisamos pensar sobre a posição do pronome dentro da oração. Caso não haja nenhuma palavra atrativa antes do verbo, devemos colocar o pronome após o verbo em ênclise, como é a posição comum para essa partícula. A palavra já é um advérbio, portanto tônico e atrativo, por isso, o correto seria substituirmos o termo por "Já o havia realizado".
2- "Há um crescente temor manifestado pela população mundial, e os resultados referentes às alterações climáticas comprovaram esse crescente temor dos cidadãos."
Da mesma forma, vamos pensar no complemento. O verbo comprovar é um verbo transitivo direto, por isso precisa de um objeto direto para complementar o seu sentido. Por isso, "esse crescente temor dos cidadãos" pode ser substituído por um pronome oblíquo. Quando colocamos um pronome, precisamos notar se o verbo é terminado em m, pois a nasalização fará com que escolhamos o pronome -no. Como existe a nasalização, há a substituição de um termo no singular, sabemos que o correto é a escolha do pronome obliquo -no. Falta agora definirmos a posição. Aparentemente não há nenhuma palavra atrativa antes do verbo, por isso podemos manter a ênclise em "comprovaram-nos esse...".
3- "O descaso com a sustentabilidade do planeta é uma irresponsabilidade, e os governos que demonstram esse descaso são uma ameaça ao futuro da humanidade."
Por fim, vamos manter o mesmo raciocínio. Demonstrar é um verbo transitivo direto que necessita do complemento obrigatório sem preposição. Por isso, esse descaso é um objeto direto podendo ser substituído pelo pronome oblíquo o, por ser masculino e estar no singular. Quanto à sua posição, existe um pronome relativo antes do verbo que é tônico, por isso, atrai a partícula de menor som. Dessa forma, o correto seria colocar o pronome em próclise, ou seja, "que o demonstram".
Tomando essas informações como base, vamos à análise de cada opção:
Letra A: INCORRETA. Nessa opção o primeiro exemplo deveria colocar o pronome oblíquo em próclise por causa da palavra atrativa já (advérbio) antes do verbo. Além disso, lhe é um pronome oblíquo usado para substituir objetos indiretos, como vimos que não é o caso. Por isso essa opção está incorreta.
Letra B: INCORRETA. Novamente o pronome precisa estar em próclise por causa do advérbio já, antes do verbo, além disso, nenhum dos exemplos era um objeto indireto, por isso, não podemos substituí-los por pelo pronome lhe. Por isso essa opção está incorreta.
Letra C: CORRETA. Essa opção está correta. Na primeira frase há o advérbio já, atrativo da partícula -o, no segundo caso, precisamos adicionar a nasalização, graças ao verbo que termina em -m e, por fim, há próclise na última frase por causa do pronome relativo que, disposto antes do verbo. Como não há objeto indireto em nenhuma das opções, essa é a resposta correta.
Letra D: INCORRETA. Como dito anteriormente, não há objeto indireto para justificar o uso do pronome oblíquo lhe, além disso, na última frase há a necessidade de próclise por causa do pronome relativo que está disposto antes do verbo.Por isso essa opção está incorreta.
Letra E: INCORRETA. Novamente, não há necessidade do uso do lhe, visto que em nenhuma das orações havia um objeto indireto. Quanto ao "o comprovaram" é necessária a adição de um -n ao pronome oblíquo para manter a nasalização proposta pelo verbo conjugado na terceira pessoa do plural. Por isso essa opção está incorreta.
Gabarito do professor: Letra C.
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Comentários
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GABARITO: LETRA C
→ • Um estudo sobre as ameaças globais sempre foi imprescindível e, em 2013, o Pew Research Center já havia realizado um estudo dessa natureza. → depois de -ado e -ido nada é metido: logo o correto, como não há fator atrativo, seria: havia-o realizado ou o havia realizado.
→ • Há um crescente temor manifestado pela população mundial, e os resultados referentes às alterações climáticas comprovaram esse crescente temor dos cidadãos. → sujeito explícito sem palavra atrativo, colocação facultativa (próclise ou ênclise), comprovaram-no (Se o verbo terminar em: m, ão ou õe, os pronomes oblíquos átonos o, a, os, assumirão as formas no, na, nos, nas).
→ • O descaso com a sustentabilidade do planeta é uma irresponsabilidade, e os governos que demonstram esse descaso são uma ameaça ao futuro da humanidade. → quem demonstra, demonstra algo (não poderia ser usado o "lhe", visto que é um complemento indireto), temos o pronome relativo "que" sendo fator atrativo, fato de próclise, logo o correto é: o demonstram.
FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺
CUIDADO! Regras de colocação pronominal são imprescindíveis pra responder essa questão.
...já havia realizado um estudo dessa natureza.--> O "já" é um advérbio, uma palavra atrativa, portanto o pronome vem antes do verbo haver (O havia realizado).
...climáticas comprovaram esse crescente temor dos cidadãos. --> Comprovaram "o quê"? Verbo transitivo direto. Cabe "o comprovaram" ou "comprovaram-no".
...e os governos que demonstram esse descaso são uma ameaça ao futuro da humanidade. --> Demonstram "o quê"? Verbo transitivo direto. Observe que na frase temos o pronome relativo que é uma palavra atrativa, portanto o pronome oblíquo átono será colocado antes do verbo, formando uma próclise (...que o demonstram...).
Alternativa correta: C.
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> Depois do ADO/IDO, nada será metido (particípio não permite ênclise): elimina A e B;
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> VTD que termina em M, ÃO, ÕE -> mantém a terminação e adiciona -no(s), -na(s): elimina D e E, sobrando a C.
Realizado - Verbo no Particípio
Nunca se usa ênclise em verbo no particípio.
(Exemplos de uso incorreto do POA).
Realizado-se
Imaginado-se
Feito-se
GABARITO: C
Importante destacar que quando o verbo terminar em r, s ou z, eles ficarão lo, la, los, las; quando o verbo terminar em som nasal ficarão no, na, nos, nas. Como no exemplo da questão: comprovaram - comprovaram-no.
Ademais, são palavras atrativas de próclise, tornando seu uso obrigatório, as seguintes:
advérbios, pronomes indefinidos, demonstrativos e relativos, conjunção subordinativa, frases exclamativas e interrogativas, expressão de desejo, verbo no gerúndio precedido de outra oração.
"Não pare até que tenha terminado aquilo que começou." - Baltasar Gracián.
-Tu não pode desistir.
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