A diferença básica entre entrevista e qualquer outro tipo de...

Alternativa Correta: A - Procurar fazer com que o campo seja configurado especialmente pelas variáveis que dependem do entrevistado.

Para responder a esta questão, é importante entender a diferença fundamental entre uma entrevista psicológica e outros tipos de relações interpessoais, como a anamnese. A entrevista psicológica é uma técnica estruturada que busca compreender o entrevistado a partir das suas próprias experiências e perspectivas, garantindo que as variáveis do processo sejam definidas por ele.

Alternativa A: A alternativa correta destaca que a entrevista deve ser configurada pelas variáveis que dependem do entrevistado. Isso significa que o foco está em criar um ambiente onde o entrevistado se sinta à vontade para expressar suas percepções e sentimentos, permitindo ao entrevistador captar informações relevantes para o diagnóstico ou avaliação.

Alternativa B: Esta opção está incorreta porque, embora uma entrevista envolva a troca de informações, ela não é inteiramente dirigida pelo entrevistado. O entrevistador tem um papel ativo em guiar a conversa para obter as informações necessárias de forma estruturada.

Alternativa C: Buscar diferenças entre relatos do entrevistado e de outras pessoas é mais uma característica da anamnese, que envolve coleta de informações de diversas fontes sobre o histórico do paciente, e não da entrevista em si.

Alternativa D: Esta alternativa está equivocada porque a entrevista não deve criar situações de pressão. O objetivo é promover um ambiente acolhedor e seguro para que o entrevistado possa se expressar livremente, e não exercer qualquer tipo de poder ou pressão sobre ele.

Alternativa E: Embora a empatia seja importante, compartilhar estados psíquicos não é o objetivo principal da entrevista. O entrevistador deve manter uma postura profissional, entendendo e acolhendo o entrevistado sem se envolver emocionalmente.

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A regra fundamental da entrevista, segundo Bleger (1980), é que seu campo "seja configurado especialmente (em seu maior grau) pelas variáveis que dependem do entrevistado" (p. 14). O entrevistador "controla" a entrevista, de modo que o entrevistado a "dirija, configure e estabeleça." Isto implica na suposição que o entrevistado tenha uma "personalidade sistematizada em uma série de pautas ou em um conjunto de possibilidades" (p. 15), que o entrevistador espera poder trazer à luz durante a entrevista.


Tal controle da entrevista, segundo Bleger (1980), é possibilitado pela fixação de determinadas variáveis, ou seja, pela fixação de um enquadre. Este inclui não somente a atitude técnica e o papel do entrevistador, mas também os "objetivos, o lugar e o tempo da entrevista." O enquadramento funciona "como uma espécie de padronização da situação de estímulo que oferecemos ao entrevistador" (p. 15). Serão não somente as variações dentro do enquadre, mas também as variações do próprio enquadre que servirão como dados de observação do entrevistador. Isto significa que o campo da entrevista é essencialmente dinâmico, aberto a variações dentro de certos limites: da parte do entrevistador, cabe observar sua atitude, sua dissociação instrumental, sua contratransferência, identificações etc.; da parte do entrevistado, a transferência, suas estruturas de comportamento, traços de caráter, ansiedades, defesas (p. 16).