Sobre o diagnóstico e tratamento desse paciente, assinale a ...
Instruções: As questões 39 e 40 referem-se ao diagnóstico e manejo do quadro clínico apresentado a seguir.
Homem, 18 anos, apresenta miopatia visceral, válvula ileocecal e cólon em continuidade, dependente de NP domiciliar. A NP domiciliar ofertada é: volume – 30 ml/Kg/d, aminoácido – 1,4 g/Kg/d, lipídios – 50:50, TCM:TCL – 1 g/Kg/dia, glicose – 300g/dia, K – 2 meq/Kg/d, Na – 4 meq/Kg/dia, P – 30 mmol/dia, Ca – 10 meq/dia e Mg – 8 meq/dia. Apresentava gastrostomia de alívio devido à dismotilidade intestinal. Internou com febre, diarreia e perdas acima de 2.000 ml/d pela gastrostomia. Na chegada, o peso era de 50 Kg (o peso usual era 54 Kg), desidratado e com distúrbio hidroeletrolítico. Recebeu fase rápida de SF 0,9%, com volume final de 2 litros. Exames coletados após tratamento: PCR – 347, VSG – 101, Ur – 50, Cr – 1,07, Na – 148, K – 3,4, Ca – 8,9, Mg – 1,6, Cl – 118, P – 4,5 e triglicerídeos – 600.
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A questão aborda o tema do manejo nutricional e tratamento de pacientes com falência intestinal crônica, enfatizando a importância da nutrição parenteral (NP) e a gestão de complicações associadas. Para resolver essa questão, é fundamental compreender o papel dos diferentes componentes da NP, como lipídios, aminoácidos, eletrólitos, e as suas indicações terapêuticas.
Alternativa Correta: A - A dose de lipídios pode ser reduzida, sendo 1 g/Kg/semana a dose mínima para evitar deficiência de ácidos graxos essenciais. Esta alternativa está correta porque, em pacientes dependentes de NP, é importante ajustar a quantidade de lipídios para garantir que haja a quantidade mínima necessária de ácidos graxos essenciais, evitando ao mesmo tempo complicações como hipertrigliceridemia, que está presente no paciente.
Análise das alternativas incorretas:
B - A afirmação de que o diagnóstico não se enquadra na classificação fisiopatológica da falência intestinal crônica está incorreta. A dismotilidade intestinal pode sim ser parte da falência intestinal crônica, que é uma condição em que o funcionamento do intestino é comprometido, necessitando de suporte nutricional parenteral.
C - O transplante intestinal é geralmente considerado um último recurso e não o tratamento primário. A nutrição parenteral é o tratamento padrão para manter a nutrição enquanto se avalia a necessidade e a viabilidade do transplante.
D - Antes da internação, a oferta de aminoácidos estava adequada às necessidades do paciente, considerando a recomendação de cerca de 1,2 a 1,5 g/Kg/dia para a maioria dos indivíduos. Portanto, a afirmação é incorreta.
E - A soroterapia endovenosa extra à NP pode ser necessária em casos de desidratação grave, como no cenário apresentado, para corrigir rapidamente distúrbios hidroeletrolíticos. A preocupação com infecção do cateter é válida, mas não é uma contraindicação absoluta nestes casos.
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⚕️QUESTÃO SOBRE NUTRIÇÃO PARENTERAL (NP) E FALÊNCIA INTESTINAL CRÔNICA
✅ALTERNATIVA CORRETA: [A] A dose de lipídios pode ser reduzida, sendo 1 g/Kg/semana a dose mínima para evitar deficiência de ácidos graxos essenciais.
✏️JUSTIFICATIVA.
A quantidade de lipídios oferecida ao paciente na nutrição parenteral deve ser cuidadosamente ajustada para evitar tanto a deficiência de ácidos graxos essenciais quanto o risco de sobrecarga lipídica. A dose recomendada de lipídios em terapia nutricional é, em geral, de 1 g/Kg/semana, sendo este valor a dose mínima necessária para atender às necessidades do paciente sem prejudicar a função hepática ou provocar complicações relacionadas aos lipídios. Portanto, a alternativa [A] está correta.
⚠️ANÁLISE DAS DEMAIS ALTERNATIVAS
❌ [B]: O paciente apresenta dismotilidade intestinal, o que pode contribuir para a falência intestinal crônica. A dismotilidade intestinal é um dos fatores patológicos importantes nessa condição e não deve ser considerada um diagnóstico separado.
❌ [C]: O transplante intestinal é uma opção terapêutica para alguns casos graves, mas não é o tratamento primário nesse paciente. A NP deve ser usada como tratamento de suporte, e o transplante é considerado quando o paciente está estabilizado e não responde a outros tratamentos. A indicação de transplante intestinal é restrita a casos mais avançados de falência intestinal.
❌ [D]: A oferta de aminoácidos (1,4 g/Kg/dia) está em conformidade com as necessidades do paciente, não estando abaixo do que é recomendado para a manutenção do estado nutricional adequado.
❌ [E]: A soroterapia endovenosa não é contraindicada e, de fato, deve ser utilizada em conjunto com a NP para a correção da desidratação e dos distúrbios hidroeletrolíticos. A NP é responsável pela nutrição, enquanto a soroterapia trata os distúrbios eletrolíticos e a reidratação.
⏳RESUMO:
A alternativa correta é [A], pois a redução da dose de lipídios para 1 g/Kg/semana é adequada para evitar deficiência de ácidos graxos essenciais. As demais alternativas apresentam imprecisões sobre o manejo nutricional e clínico do paciente.
‼️PONTOS CHAVE
◊ A dose mínima de lipídios para evitar deficiência de ácidos graxos essenciais é 1 g/Kg/semana.
◊ A nutrição parenteral (NP) deve ser ajustada de acordo com as necessidades específicas do paciente.
◊ A dismotilidade intestinal pode ser um fator de falência intestinal crônica, mas não deve ser tratada isoladamente.
◊ A soroterapia endovenosa é essencial para corrigir distúrbios eletrolíticos e não deve ser evitada.
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