Durante o texto, a autora se utiliza de algumas figuras de ...

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Q1687443 Português
Solidão Coletiva – uma crônica sobre o vazio de uma cidade grande

    Se pararmos para pensar, a solidão nos persegue. Sempre estamos tão juntos e, ao mesmo tempo, tão sozinhos.
    O simples fato de estarmos rodeados por dezenas, centenas ou milhares de pessoas, não nos garante que pertençamos ao grupo.
    A cidade é um dos maiores exemplos. Trem, metrô, ônibus em horário de pico. Homens ou mulheres. Jovens ou velhos. Gordos ou magros. Trabalho ou estudo. Cada um do seu jeito, indo cuidar da sua própria vida. Não há conversa ou um sorriso amigável. Rostos sérios e cansados sem ao menos se preocupar em lhe desejar um bom dia. Parece que ninguém está tendo um bom dia.
    Na rua, todos têm pressa. Mochila à frente do corpo, senão você é roubado. Olhar no chão para manter o ritmo do passo, ou logo à frente, como quem quer chegar logo sem ser importunado.
    Um braço estendido me tira do devaneio. É alguém sentado no chão, com um cobertor fino, pedindo algumas moedas. Como boa integrante de uma multidão fria e apressada, ignoro e continuo meu caminho. Essa é uma visão tão rotineira que se torna banal e, assim como eu, ninguém ali observou aquele cidadão com olhos sinceros. Não me julgue, eu sei que você faz o mesmo. O calor humano não parece suficiente para aquecer corações.
    É um mar de gente. Mas não me sinto como mais uma onda, que compõe a beleza do oceano. Sinto-me em um pequeno barco à vela, perdida em alto mar. Parada no meio da multidão, sinto sua tensão constante, como se a qualquer momento fosse chegar um tsunami. Sinto-me naufragando.
    Você já pegou a estrada à noite? É ali que percebemos que a cidade nunca dorme por completo. Carros a perder de vista em qualquer horário, com luzes que compõem uma beleza única. Porém, esquecemos que em cada carro não existe somente uma pessoa ou outra, mas sim histórias.
    Para onde cada um está indo é um mistério. Neste momento, percebo que, assim como eu enxergava alguns minutos atrás, ninguém ali me vê como ser humano. Veem-me como mais um carro, mais uma máquina que atrapalha o trânsito de um local tão movimentado. Só eu sei meu próprio caminho e para onde vou. Estou sozinha entre centenas de pessoas.
    Mesmo assim, muitas dizem preferir a cidade ao campo. Morar no interior não é uma opção para a maior parte das multidões – elas dizem que lá não há nada de interessante acontecendo e o silêncio da natureza as faz sentir muito distantes do mundo.

Por Beatriz Gimenez
Disponível em: https://falauniversidades.com.br/cronica-solidao-cidade-grande/
Durante o texto, a autora se utiliza de algumas figuras de linguagem para transmitir ao leitor o que ela presencia. Quando ela diz “mar de gente”, denota-se um exemplo de:
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Assertiva d

“mar de gente”, = Hipérbole.

GABARITO - D

Hipérbole: É uma afirmação exagerada. É uma deformação da verdade que visa a um efeito expressivo.

Exemplos:

Chorou rios de lágrimas.

Estava morto de sede.

Os cavaleiros não corriam, voavam

GABALEVELS: D

  • APÓSTROFE: CONSISTE NA INTERPELAÇÃO DE ALGUÉM OU DE ALGUMA COISA PERSONIFICADA.
  • ANTÍTESE: É A APROXIMAÇÃO DE PALAVRAS OU EXPRESSÕES CONTRÁRIAS, QUE EXPRIMEM ADVERSIDADES.
  • EUFEMISMO: ESPÉCIE DE ABRANDAMENTO, PALAVRAS MAIS SUAVES E SUTIS PARA DAR UMA INFORMAÇÃO.
  • HIPÉRBOLE: EXAGERO (DENTRO DOS CONTEXTOS)
  • GRADAÇÃO: MANEIRA ASCENDENTE OU DESCENDENTE COMO AS IDEIAS PODEM SER ORGANIZADAS NA FRASE.

BONS ESTUDOS!

A questão é de figuras de linguagem e quer saber qual a figura de linguagem está presente quando a autora diz mar de gente. Vejamos: 

 .

A) Apóstrofe.

Errado.

Apóstrofe: É a interrupção que faz o orador ou escritor para se dirigir a pessoas ou coisas presentes ou ausentes, reais ou fictícias. Ex.: "Abre-se a imensidade dos mares, e a borrasca enverga, como o condor, as foscas asas sobre o abismo.

Deus te leve a salvo, brioso e altivo barco, por entre as vagas revoltas ... " (José de Alencar)

Pode a apóstrofe ser também uma interpelação veemente, inflamada, como a destes versos de Castro Alves, que iniciam o poema Vozes d'África:

"Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? Em que mundo, em que estrela tu te escondes embuçado nos céus?"

 .

B) Antítese.

Errado.

Antítese: consiste na aproximação de palavras ou expressões de sentido oposto.

Ex.: "Como eram possível beleza e horror, vida e morte harmonizarem-se assim no mesmo quadro?" (Érico Veríssimo)

 .

C) Eufemismo.

Errado.

Eufemismo: consiste em suavizar a expressão de uma ideia triste, molesta ou desagradável, substituindo o termo contundente por palavras ou circunlocuções amenas ou polidas.

Ex.: Fulano foi desta para melhor. [= morreu]

 .

D) Hipérbole.

Certo. Ao falar "mar de gente" (= muita gente), houve um exagero.

Hipérbole: é uma afirmação exagerada. É uma deformação ela verdade que visa a um efeito expressivo.

Ex: Chorou rios de lágrimas.

 .

E) Gradação.

Errado.

Gradação: É uma sequência de ideias dispostas em sentido ascendente ou descendente.

Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastava para despertar suspeita.

 .

Referência: CEGALLA, Domingos Pascoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, 48.ª edição, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

 .

Gabarito: Letra D 

Apóstrofe: (figura de pensamento) É a interrupção súbita do discurso que o orador ou narrador faz, para dirigir-se a alguém ou a algo, real ou fictício.

Ex: A seguir, caro leitor, contarei a história.

Ex: Maria, posso te ligar?

Está relacionado geralmente a um aposto ou a um vocativo.

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