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Ano: 2018
Banca:
OBJETIVA
Órgão:
Câmara de Balsa Nova - PR
Prova:
OBJETIVA - 2018 - Câmara de Balsa Nova - PR - Procurador |
Q2032684
Português
Texto associado
Como as redes sociais têm incentivado a adoção de
jovens “esquecidos” nos abrigos
“Eu olhei aquela foto, depois cliquei no vídeo e
senti que ela já era a minha filha, que eu sempre fui a mãe
dela e que a gente só estava separada.” A operadora de
telemarketing Eliene Cristina Magalhães, de 28 anos, e o
marido, o jornalista e servidor público Carlos Pierre, de 31,
viam a menina se movimentar em frente ___ câmera,
sorrir, abraçar e “trocar a fralda de uma bonequinha”.
“Apesar das limitações que ela tem, é uma criança muito
doce e pode completar sua família”, sugeriam a voz e as
legendas em um vídeo de 1 minuto e 28 segundos que
assistiam em casa, em Uberlândia, Minas Gerais - e que
aproximariam surpreendentemente as vidas dos três.
Eliene não esquece: seus olhos estavam fixados
em Camili. Diagnosticada com deficiência mental
moderada, a menina morava ___ mais de 1.000km de
distância, em Viana, no Espírito Santo. Estava em meio a
milhares de crianças e adolescentes brasileiros na fila de
adoção, ___ espera de uma chance que parecia não
chegar nunca.
Camili tinha 12 anos. Viu os irmãos mais novos
serem adotados enquanto ela continuava esperando. A
foto e o vídeo da menina, postados cerca de quatro meses
antes, apareciam em uma página de internet do Tribunal
de Justiça do Espírito Santo e no canal do Tribunal no
YouTube. “Eu vi e comecei a sonhar.”, recorda Eliene.
Menos de dois meses depois, ela e o marido foram buscá-la.
A adoção de Camili foi possível graças à aposta
das Varas da Infância e Adolescência no Brasil em usar
redes sociais e outras plataformas online para dar cara e
“voz” a crianças e adolescentes que estavam fora do radar
da maioria dos possíveis pais e mães no país.
Aproximadamente 90% dos que estão no Cadastro
Nacional de Adoção (CNA) em busca de um filho se
mostram abertos apenas a crianças com menos de oito
anos. Cerca de 60% não querem adotar irmãos, e um
percentual parecido só está interessado em levar a
criança para casa se ela for saudável. Esse não era o
perfil de Camili e não é o de mais da metade das crianças
que estão hoje no Cadastro.
“O programa que estamos desenvolvendo é
voltado para as crianças e adolescentes que estão no
cadastro, todavia, sem pretendentes. Elas são de difícil
colocação em uma família adotiva e suas informações não
eram sequer acessadas (por potenciais adotantes do
cadastro)”, diz a juíza Helia Viegas. Por meio do Projeto
Família, de autoria da psicóloga Maria Tereza Vieira de
Figueiredo, a Comissão estadual compartilha fotos e os
anseios dos que aceitam participar da campanha (com
autorização judicial para isso). O conteúdo produzido fica,
por enquanto, em sua página no Facebook. Se
conseguirem aparato técnico, o que tentam viabilizar por
meio de parcerias, por falta de recursos, o plano é
produzir vídeos e usar o Instagram para reforçar a
divulgação. “Uma coisa é ter os dados frios. Outra é
conhecer mais sobre eles. Aí, o mundo se transforma”.
https://g1.globo.com/olha-que-legal/noticia/... - adaptado
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