"Há muito tempo me fascina a língua portuguesa falada e escr...
Leia o texto a seguir e responda às questões de nº 01 a 10.
Língua PORTUGUESA: MODO DE USAR
Há muito tempo me fascina a língua portuguesa falada e es-
crita nos hospitais, por médicos, enfermeiros, pacientes, ajudan-
tes diversos, visitas. Em 2006, publiquei um artigo sobre as bulas,
onde dizia: "As bulas de remédios são inúteis para os consumido-
5 res. Além de trazerem informações desnecessárias e assustado-
ras; vêm carregadas de advertências· confusas, que podem aba-
lar a confiança que os clientes têm nos médicos. O objetivo é for-
necer argumentos aos advogados dos laboratórios' em eventuais
ações judiciais. Os consumidores que se danem". E acrescenta-
10 va, então, que "a bula deveria prestar informações indispensáveis
aos consumidores. Mas não o faz com eficiência. A primeira difi-
culdade é o tamanho das letras. Quem lê as bulas? Quase sem-
pre pessoas mais velhas. Ou porque tomam aqueles remédios ou
porque vão administrá-los a quem, mesmo sabendo ler, não en-
15 tenderia o que ali vai escrito. Os laboratórios não pensaram nisso
ao escolher letras tão pequeninas; Ou pensaram e quiseram eco-
nomizar papel. Seus consltores diriam "otimizar recursos".
Pois agora a Agência Nacional de Saúde (Anvisa) definiu um
novo modelo para as bulas. A resolução prescreve que deverão
20 ser impressas em letras Times New Roman, corpo 10, isto é, qua
se o dobro do atualmente usado. E terão um tipo de informações
para os pacientes e outra para os profissionais. Foram incluídas
também nove perguntas respondidas·, que explicam quais as indi-
cações do remédio e quais os males que ele pode causar.
25___Um remédio que tomo com frequência vem com o seguinte avi-
so: "Atenção fenilcetonúricos: contém fenilalanina".A maioria dos di-
donários comete o mesmo erro das bulas: tudo é explicado, nada é
entendido. "É uma doença devida a um defeito congênito do metabo-
lismo da fenilalanina, ou seja, digestão inadequada de um dos ele-
30 mentos da proteína do leite. Também se chama idiotia fenilpirúvica".
Assim diz a melhor explicação dos dicionáriós que consultei. Quanto
à Anvisa, está de parabéns, o que, aliás, negou a este professor e
escritor, um dos primeiros a se insurgir, na mídia, contra o descaso
que os laboratórios têm com os cidadãos que tomam remédios. Ali-
35 ás, os marqueteiros diriam clientes para os primeiros e produtos para
os segundos. Os eufemismos imperam em todo o meio. Em vez de
"este remédio pode matar" lemos "o produto pode causar óbito".
(Deonísio da Silva, Jornal do Brasil, 18 de setembro de 2009, adaptado)
"Há muito tempo me fascina a língua portuguesa falada e escrita nos hospitais..." (l.1/2) − quanto à concordância e em relação ao emprego do verbo fazer, está incorreta a frase:
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O correto seria "Faz muito tempo que..." (é necessário o "que" para introduzir a oração).
B
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