Em “Estou com doente em casa”, o sujeito está oculto, poden...
Texto 1
Refugiados climáticos: uma realidade brasileira
Compreender os processos migratórios no Brasil tem sido objeto de pesquisadores da área ambiental, especialmente de mudanças climáticas, nos últimos anos. O que antes era praticamente creditado a questões estritamente socioeconômicas, hoje já tem uma análise mais aprofundada. Os deslocamentos humanos ou processos migratórios ambientais têm ganhado uma atenção especial. Um contingente da população já é definido como migrantes, deslocados ou refugiados climáticos ou ambientais, um conjunto de terminologias que está sendo construído internacionalmente, pois ainda não há uma definição oficial no direito ambiental. Porém, o que é certo por aqui é que uma significativa parte deles provém da região Nordeste do país. A proposta é que deixem de ser invisibilizados, neste contexto, nas estruturas burocráticas.
Com este enfoque, o estudo Mudanças no padrão espaço-temporal de secas no nordeste brasileiro, publicado na Atmopsheric Science Letters, no ano passado, revelou que a seca, entre 2012 e 2017, foi a pior em 30 anos e prejudicou a população de 24 milhões de pessoas que vive na região, promovendo milhares de deslocamentos, em especial para a região Sudeste, algo que já ocorria em determinados períodos, desde a década de 1990. As secas anteriores também analisadas aconteceram entre 1982- 1983, 1992-1993 e 1997-1998. O trabalho foi realizado por pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e de outras instituições, sob coordenação da pesquisadora Ana Paula Cunha.
Segundo os cientistas, alguns dos aspectos a serem considerados no processo da seca severa é a interferência do El Niño (em grande parte das ocorrências), que contribuiu para o aquecimento do oceano Pacífico Equatorial e fez com que as nuvens de chuva se dirigissem para longe do Nordeste e do continente. Mais uma causa associada é atribuída ao aquecimento do Oceano Atlântico no Hemisfério Norte do planeta, o mesmo fenômeno que tem motivado o aumento de registro de furacões, entre outras.
O levantamento alerta que a combinação de alta variabilidade espacial e temporal das chuvas, falta de irrigação, degradação da terra devido ao manejo inadequado do solo e a pobreza em larga escala nas áreas rurais tornam a região uma das áreas mais vulneráveis do mundo aos impactos das mudanças climáticas.
Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), desde o ano de 2009, estima-se que a cada segundo uma pessoa é deslocada em razão de um desastre ambiental. Em 2018, foram 17 milhões de novos deslocamentos relativos a desastres naturais e às mudanças climáticas, no planeta, de acordo com o Centro de Monitoramento de Deslocados Internos, que fica em Genebra. Nas próximas três décadas, o alerta é ainda maior. Segundo o Banco Mundial, a mudança climática deverá expulsar 140 milhões pessoas de suas casas. Todos estes dados reforçam que não é mais possível desconsiderar esta questão nas agendas das políticas públicas dos países e do próprio direito internacional.
(Texto adaptado de :
https://envolverde.cartacapital.com.br/refugiados-climaticos-uma-realidade-brasileira/)
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(1) O SUJEITO de uma oração é o termo que concorda com o verbo em número. Por essa razão, devemos identifica-lo fazendo a pergunta “QUE ou QUEM?" ao verbo. A resposta a essa questão será supostamente o sujeito, análise que será confirmada se esse termo estiver em correspondência de número com o verbo – termo no singular, verbo no singular; termo no plural, verbo no plural.
(2) Não existe SUJEITO preposicionado em Português, justamente porque a preposição é um termo que liga esse verbo aos seus termos integrantes (complementos verbais, nominais e predicativos) e acessórios (adjuntos adverbiais e adnominais). O SUJEITO é um termo essencial, se liga ao verbo diretamente pela concordância de número que tem marca na própria terminação do verbo. Ou seja, não há necessidade de o sujeito se conectar ao verbo por meio de um termo exterior a esse mesmo verbo, de uma palavra intermediária. Assim, se a expressão que se indica como suposto sujeito, pela banca, iniciar-se por preposição, sabemos que tal opção estará ERRADA.
(3) Caso os verbos das opções sejam HAVER (=existir); SER (indicando clima); CHOVER e VENTAR (fenômenos da natureza); FAZER e HAVER (indicando tempo passado) e BASTA (=indignação), NÃO HAVERÁ SUJEITO. Isso porque teremos casos de indicação de existência ou essência; fenômenos meteorológicos e naturais; tempo cronológico; sentimento – conteúdos que não necessitam de palavras para funcionarem como sujeito, pois estes podem ser transmitidos pelos próprios verbos. Sendo casos de oração sem sujeito, esses verbos ficarão sempre na terceira pessoa do singular.
Com base nessas orientações, analisemos as opções:
A) Neste planeta há natureza linda, que deve ser preservada.
ERRADA. Na letra A, temos o verbo HAVER significando EXISTIR, o que, conforme está presente na orientação (3), forma caso de ORAÇÃO SEM SUJEITO. É por esse motivo, inclusive, que o verbo se encontra na terceira pessoa do singular, pois não tem com o que concordar. O termo que a banca sugere como sujeito, “natureza linda", é, na verdade o complemento do verbo. Como essa expressão não se inicia por preposição, será classificada como OBJETO DIRETO, que é o complemento não preposicionado do verbo.
B) O primeiro descobridor foi corajoso.
ERRADA.
“Corajoso" é uma característica do sujeito “o primeiro descobridor", o qual identificamos fazendo a pergunta Quem foi corajoso?. Sendo assim, a palavra grifada classifica-se como predicativo do sujeito, uma vez que o qualifica e a ele se conecta por meio de um verbo de ligação (FOI).
C) Às sociedades atuais, devemos conceder nossos ensinamentos.
ERRADA.
Observe que o termo grifado é iniciado por ÀS, em que o A apresenta o acento indicativo de crase, o acento grave. Isso significa que existem, assinalados por esse acento, dois elementos: um A, preposição, que inicia a expressão feminina “sociedades atuais" e outro A, artigo definido feminino, que se junta à preposição introdutória. Em outras palavras: a presença de um A com acento grave sinaliza que existe uma preposição na expressão introduzida por ele. Como sabemos que, em Português, não temos sujeito preposicionado, tal como está posto na orientação (2), a letra C não pode ser considerada resposta. A expressão sugerida pela banca como sujeito é, na verdade, um complemento verbal com preposição, um objeto indireto, uma vez que quem concede CONCEDE algo (“nossos ensinamentos", objeto direto) a alguém (às sociedades atuais, objeto indireto).
D) Preserva-se a Terra com ações sustentáveis.
CORRETA. Se fizermos a pergunta ao verbo, “Quem ou o que se preserva com ações sustentáveis?", obteremos como resposta “a Terra". Além disso, sendo uma expressão com um núcleo singular, o verbo precisa estar, também, no singular, tal como ocorre de fato: “preserva-se" está conjugado na terceira pessoa do singular, concordando com “a Terra".
E) Por estar desanimada, a torcida precisava de apoio.
ERRADA. Verificamos que, mais uma vez, o termo grifado se inicia por preposição “de". Assim, não há possibilidade de ser classificado como sujeito da oração que, neste caso é “a torcida". O verbo “precisar" é transitivo indireto, sendo “de apoio" identificado como seu objeto indireto.
Resposta: D
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Comentários
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GABARITO: LETRA D
? Preserva-se a Terra com ações sustentáveis (=temos uma voz passiva sintética "se" e o substantivo "terra" está exercendo a função de sujeito paciente, na voz passiva analítica: a terra era preservada).
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? FORÇA, GUERREIROS(AS)!!
Corrigindo o comentário anterior: A Terra É preservada.
Neste planeta há natureza linda, que deve ser preservada.
Oração com sujeito inexistente, pois "há" está no sentido de existir, ocorrer.
O primeiro descobridor foi corajoso.
Sujeito --> O primeiro descobridor.
Corajoso -->Predicativo do sujeito
Às sociedades atuais, devemos conceder nossos ensinamentos.
Sujeito --> Nós.
Nossos Ensinamentos --> Objeto direto
Às sociedades atuais --> Objeto Indireto; quem concede algo à alguém
Preserva-se a Terra com ações sustentáveis.
Sujeito --> a terra; Que é que se preserva? a terra.
Por estar desanimada, a torcida precisava de apoio.
sujeito --> a torcida; de apoio --> Objeto indireto; quem precisa, precisa de alguma coisa.
Corrigida uma das explicações
Thiago Schiminski
seu comentário quanto a letra C está errado.
Colocando na ordem direta:
" [nós] devemos conceder nossos ensinamentos às sociedades atuais.
SUJEITO OCULTO VTDI OD OI
Assinale a alternativa em que o trecho destacado também desempenha a função de sujeito.
Na alternativa D: Às sociedades atuais --> Objeto Indireto; quem concede algo à alguém
(ENTÃO NÃO SERIA SUJEITO) E SIM OBJETO DIRETO ???
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