“Os PSP envolvem intervenções simples, mas eficazes para aj...
Saúde mental no trabalho: empresas precisam ir além da NR-1 em 2025
A saúde mental dos trabalhadores se tornará uma prioridade para as empresas brasileiras a partir de 2025. O aumento de afastamentos por estresse, ansiedade e Burnout tem colocado essa questão em evidência. A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que entra em vigor em maio de 2025, exigirá que as empresas incluam a avaliação dos riscos psicossociais em seus processos de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). No entanto, a mudança vai além de uma simples exigência legal. As empresas precisam entender que o bem-estar mental de seus trabalhadores afeta diretamente o ambiente de trabalho e a produtividade.
Os riscos psicossociais incluem fatores como sobrecarga de trabalho, assédio moral, pressão por metas excessivas e falta de suporte. Esses problemas estão se tornando cada vez mais comuns no Brasil. A Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2023 mostra que mais de 4,5 milhões de estabelecimentos empregam trabalhadores no país. O setor de serviços tem crescido, refletindo a complexidade das relações de trabalho e os desafios enfrentados pelos trabalhadores.
Esses fatores psicossociais têm gerado aumento nos afastamentos por doenças mentais, como depressão e ansiedade. Isso impacta diretamente a produtividade das empresas. Em muitos casos, os afastamentos tornam-se crônicos, prejudicando tanto o trabalhador quanto a organização. Tatiana Gonçalves, especialista da Moema Medicina do Trabalho, afirma: “A saúde mental dos trabalhadores nunca foi tão importante para o sucesso das empresas. A mudança nas normas é só o começo. O mais importante é que as empresas reconheçam essa questão como estratégica para manter seus trabalhadores motivados, produtivos e saudáveis. Os riscos psicossociais incluem diversos fatores que afetam o bem-estar psicológico dos trabalhadores.
Esses fatores podem gerar problemas graves para a saúde mental. Eles afetam não só a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também a produtividade e o clima organizacional.
A atualização da NR-1 trará uma abordagem mais detalhada sobre os riscos psicossociais no trabalho. As empresas agora serão obrigadas a identificar e gerenciar esses riscos. Após identificar os riscos, as empresas precisam implementar planos de ação. Essas medidas incluem:
• Reorganizar o trabalho para reduzir a sobrecarga de tarefas e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Promover um ambiente de trabalho saudável, focando nas relações interpessoais e no bem-estar geral;
• Realizar ações contínuas de monitoramento e ajustes para garantir que as medidas adotadas sejam eficazes. Além disso, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizará uma fiscalização planejada. Ela focará em setores com alta incidência de doenças mentais, como teleatendimento, bancos e estabelecimentos de saúde. Os auditores verificarão a organização do trabalho e os dados sobre afastamentos relacionados à saúde mental;
• Implementar programas de Primeiros Socorros Psicológicos (PSP) também é uma ação importante para lidar com crises emocionais no ambiente de trabalho. Os PSP envolvem intervenções simples, mas eficazes para ajudar uma pessoa em sofrimento emocional até que um profissional de saúde mental seja consultado.
Tatiana Gonçalves explica que “os Primeiros Socorros Psicológicos são importantes, pois uma intervenção simples e imediata pode resolver a crise emocional no ambiente de trabalho. A empatia e o apoio emocional podem evitar o agravamento do quadro de estresse ou ansiedade”.
Portanto, investir nesse tema não só previne o afastamento de trabalhadores, mas também contribui para um ambiente de trabalho mais engajado e motivado. Empresas que implementam boas práticas não só cumprem a legislação, mas também demonstram seu compromisso com o bem-estar de seus trabalhadores.
(Allan Ravagnani. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/. Acesso em: janeiro de 2025. Adaptado.)
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GAB: C
mas nesse contexto representa uma conjunção adversativa. Ele é usado para introduzir uma ideia que contrasta ou se opõe à ideia anterior. Nesse caso, indica que, apesar de as intervenções serem simples, elas são eficazes, apresentando uma relação de oposição entre as duas partes da frase.
Nas orações coordenadas temos mais valor semântico do que propriamente sintático, por isso a maioria das conjunções são polissêmicas ou seja, precisa-se analisar o valor semântico para conseguir classificar adequadamente a oração.
Exemplo:
Não só é bonito, como é inteligente (adição)
Como não sabia português, estudou (causa)
Dúvidas chama que na medida do possível te ajudo.
- Os PSP envolvem intervenções simples, mas eficazes para ajudar uma pessoa em sofrimento emocional
A segunda oração é coordenada sindética adversativa
Por saber disso,ja daria pra matar a questão... Os outros itens falam de subordinação e assindética.
Bizu : ASSindética : SEM
Coordenadas sindéticas : ADITIVAS // ADVERSATIVAS // ALTERNATIVAS // CONCLUSIVAS // EXPLICATIVAS
Analisando o enunciado e as alternativas, o ponto‐chave é perceber que, no trecho
as orações (ou segmentos oracionais) estão ligadas por “mas”, que é uma conjunção coordenativa adversativa. Isso implica:
- Independência sintática:
- Em estruturas de coordenação, cada oração tem sujeito e predicado próprios, ou seja, nenhuma delas depende sintaticamente da outra (não há relação de subordinação).
- Por isso, não se pode dizer que a segunda seja “subordinada substantiva objetiva direta”, por exemplo.
- Interdependência de sentido:
- Apesar de serem independentes na forma (isto é, não existe um verbo principal “dominando” outro), as orações guardam relação de contraste ou oposição no conteúdo, graças à conjunção adversativa “mas”.
- Em outras palavras, a ideia de “simples” contrapõe‐se à de “eficazes”; logo, embora cada oração exista sintaticamente por si, há uma conexão de sentido que as relaciona e complementa semântica ou discursivamente.
- Por que não são “assindéticas”?
- A alternativa (A) fala em orações independentes “por isso assindéticas”. Entretanto, “assindéticas” seriam orações coordenadas sem conjunção (p. ex.: “Cheguei, vi, venci”). No trecho, há o conectivo “mas” — portanto, são sindéticas.
- Por que não há subordinação?
- As alternativas (B) e (D) indicam relação de subordinação. Contudo, a conjunção “mas” não é subordinativa. Assim, não se trata de uma oração “dependente” ou “subordinada substantiva objetiva direta”.
Diante disso, a alternativa correta (C) diz exatamente que, embora as orações sejam sintaticamente independentes (coordenação), elas mantêm uma interdependência de sentido, pois o “mas” introduz uma ideia que se opõe ou complementa semanticamente à primeira oração. É por isso que (C) está correta.
“Os PSP envolvem intervenções simples, mas eficazes para ajudar uma pessoa em sofrimento emocional [...]”
Em verdade, a conjunção "mas" na frase acima NÃO inicia oração coordenada adversativa, como propõe a banca e corroboram os comentários aqui do fórum.
A conjunção "mas" nem sempre introduzirá oração, em algumas raras vezes ela apenas conectará palavras de mesma função morfossintática.
Eu sei, você não entendeu. Calma!
Pense primeiro na conjunção "e"
Você sabe que a conjunção "e" comumente relaciona termos sem, todavia, iniciar oração. Veja:
José e Maria se conheceram no bar.
A conjunção "e" não introduziu oração coordenada aditiva, mas apenas interligou os núcleos do sujeito (José E Maria)
Pois, a conjunção "mas" também pode ter essa finalidade, e o teve na frase da banca:
Os PSPs envolvem intervenções SIMPLES MAS EFICAZES (...)
A vírgula é dispensável, pois o "mas", como eu disse, não está iniciando oração, mas apenas relacionando termos de mesmo valor morfossintáticos (adjetivos que funcionam como adjuntos adnominais do objeto "intervenções")
Portanto, em verdade, o período é composto por SUBORDINAÇÃO, uma vez que apresenta:
- ORAÇÃO PRINCIPAL = PSP envolvem intervenções simples, mas eficazes
- ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL FINAL REDUZIDA DE INFINITIVO = para ajudar uma pessoa em sofrimento emocional
Tecnicamente, o meu raciocínio acima é exato, porém, quando se chega a um nível avançado assim, é preciso abaixar um pouco a bola e dançar conforme a compreensão do examinador, por mais limitada que seja.
É evidente que eu marquei a alternativa C e acertei a questão, mas não posso simplesmente deixar a banca perpetuar o erro por meio dos senhores.
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