A roupa cheia de metais, espelhos e multicores não era um t...
rendeu filmes premiados, personagens de livros clássicos, e se
mantém como fonte de estudo e paixão. A riqueza do fenômeno
parece sem fim. O historiador Frederico Pernambucano de
Mello prova isso ao esquadrinhar um aspecto original do
fenômeno. Em seu livro Estrelas de Couro – A estética do
cangaço, apresenta uma abordagem do visual do cangaceiro,
adornado e caracterizado com detalhes capazes de ombreá-lo a
um cavaleiro medieval europeu ou a um guerreiro samurai.
Oferece ideias bem estruturadas sobre a razão das moedas de
prata e ouro pregadas no chapéu, do desenho costurado na
roupa e de outras minúcias.
As roupas, acessórios, calçados e armas dos canga-
ceiros não tinham função única. Sob a análise do historiador,
esse personagem surge supersticioso. Presas a seu corpo, ele
levava diferentes orações com a função de protegê-lo. Objetivo
semelhante tinham os símbolos com os quais enfeitava o cha-
péu, como o signo de Salomão, que reunia a ideia de poder, de
proteção, de devolver as ofensas.
A roupa cheia de metais, espelhos e multicores não era
um traje de camuflagem, muito ao contrário. Essa característica
do cangaceiro, analisa o autor, mostra o caráter arcaico do
homem ligado ao sobrenatural, às coisas da vida e da morte. É
um traço presente em outras manifestações de arte popular
ligadas à divindade. "Os ex-votos, por exemplo, são peças que
servem de pagamento à graça alcançada. A carranca do rio São
Francisco, vendida em sacos de estopa para que o dono da
embarcação não a visse, serve como um abre-caminhos, um
protetor contra os malefícios que poderiam estar a cada dobra
do rio", explica o historiador.
(Celso Calheiros, CartaCapital, 29 de outubro de 2010, p. 70-
71, com adaptações)
Considerando-se o contexto, a afirmativa acima está corretamente reproduzida com outras palavras, sem alteração do sentido original, em:
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do cangaceiro, analisa o autor, mostra o caráter arcaico do
homem ligado ao sobrenatural, às coisas da vida e da morte" b) Em oposição ao que consta, os metais, espelhos e muitas cores compunham um traje que servia de disfarce para a fragilidade do cangaceiro. - Errada! Não há referência a fragilidade de cangaceiro. Além disso, essa característica foge totalmente da figura rude e pouco frágil dessas pessoas. c) A roupa do cangaceiro, coberta de enfeites como metais, espelhos e muitas cores, traziam elementos que lhe permitiam passar despercebido. - Quem traz é a roupa. A roupa traz. Não trazem. d) A roupa usada no cangaço, coberta de múltiplos enfeites, dissimulava a aparência de seus participantes, com o objetivo de protegê-la. - Errada. O próprio trecho usado pela banca renega essa ideia, ao dizer que "não era um traje de camuflagem". e) A dissimulação oferecida pelo traje cheio de metais, espelhos e cores conferiam poder e riqueza aos membros do grupo. - Primeiro que os adornos trazidos nas roupas não conferiam riqueza a quem os usava. Segundo que a flexão do verbo conferir está errada. A dissimulação confere. Não conferem.
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