Assinale a alternativa correta. Qual é o nome da planta tóxi...
Assinale a alternativa correta. Qual é o nome da planta tóxica existente em muitos municípios paranaenses, com efeito radiomimético em bovinos, originand o quadro clínico de anemia aplástica?
Gabarito comentado
Confira o gabarito comentado por um dos nossos professores
A alternativa correta é a B - Pteridium arachnoideum.
O tema da questão é a identificação de plantas tóxicas que afetam bovinos, particularmente em regiões do Paraná. A questão exige conhecimento sobre botânica, toxicologia veterinária e as consequências do consumo de plantas específicas por bovinos. Neste contexto, a Pteridium arachnoideum, conhecida popularmente como samambaia, é uma planta disseminada em muitos municípios paranaenses, famosa por seus efeitos tóxicos.
Vamos analisar a justificativa para a alternativa correta:
B - Pteridium arachnoideum: Esta planta é conhecida por causar um efeito radiomimético em bovinos, que resulta em um quadro de anemia aplástica. Anemia aplástica é uma condição onde a medula óssea não consegue produzir células sanguíneas suficientes. A toxicidade é devida a compostos presentes na samambaia, que afetam a divisão celular, imitando os efeitos da radiação.
Agora vejamos por que as outras alternativas estão incorretas:
A - Sida carpinifolia: Esta planta contém compostos que causam intoxicação nervosa em animais, um quadro conhecido como “intoxicação por acumuladores de glicofuranos”. Seus efeitos não incluem anemia aplástica.
C - Ricinus communis: Conhecida como mamona, a Ricinus communis contém ricina, uma toxina poderosa que pode causar diarreia severa, desidratação e disfunção orgânica, mas não o quadro de anemia aplástica específico descrito na questão.
D - Phitomyces chartarum: Este é um fungo, não uma planta, associado à produção de esporidesmina, que causa a doença facial eczema em ovinos, e não anemia aplástica em bovinos.
E - Senecio brasiliensis: Esta planta é hepatotóxica, causando lesões hepáticas devido aos alcaloides pirrolizidínicos, o que leva à insuficiência hepática, mas não à anemia aplástica.
Compreender as características das plantas tóxicas e seus efeitos nos animais é crucial para prevenir intoxicações no campo.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!
Clique para visualizar este gabarito
Visualize o gabarito desta questão clicando no botão abaixo
Comentários
Veja os comentários dos nossos alunos
A samambaia-do-campo, também chamada samambaia-das-taperas, samambaia-das-queimadas, avencão, ou simplesmente “samambaia”. No Brasil, ela está distribuída em praticamente todos os estados, mas nas regiões Sudeste e Sul sua presença é mais notável. Infesta, principalmente, solos ácidos e de baixa fertilidade, pastagens, beiradas de estradas, clareiras de matas e campos nativos. principal causa de intoxicação por plantas tóxicas em bovinos no Estado de Santa Catarina (BORELLI et al., 2008) e a segunda no Rio Grande do Sul (RISSI et al., 2007). As plantas de samambaia-do-campo possuem diferentes substâncias tóxicas de ação carcinogênica e mutagênica como o tanino, a quercetina, o ácido chiquímico, o ptaquilosídeo, o aquilideo A e o canferol (HOPKINS, 1986; CRUZ e BRACARENSE, 2004). Existem ainda a prumasina, com atividade cianogênica e a tiaminase, que provoca alterações neurológicas em equinos (TOKARNIA et al., 2012). Embora, existam vários compostos tóxicos, o mais importante é o ptaquilosídeo (YAMADA et al., 2007; ULIAN et al., 2010). Os ptaquilosídeos, em condições ácidas, degradam-se rapidamente em pterosina B e, em condições alcalinas, podem dar origem a um conjugado denominado dienona que é considerada o verdadeiro componente tóxico (POTTER e BAIRD, 2000; CRUZ e BRACARENSE, 2004; VETTER, 2009).
A forma aguda é conhecida como diátese hemorrágica (“suor de sangue”) (MARÇAL et al., 2002). Nesse caso, as alterações iniciam após algumas semanas da ingestão e a morte pode acontecer de uma a duas semanas após o surgimento dos sintomas. Os bovinos apresentam pelo arrepiado, perda de apetite e perda de peso. Observase também diarreia e corrimento sanguinolento pelas narinas, pela gengiva e trato gastrointestinal, além de aparecimento de mucosas pálidas e febre (40 o C a 42 o C) (ANJOS et al., 2008). Sangramentos espontâneos são observados na pele e em qualquer ferida, até mesmo em picadas de insetos. Há também dois tipos de intoxicação crônica. A primeira delas é caracterizada por aparecimento de tumores na bexiga, conhecida como hematúria enzoótica (DI LORIA et al., 2012). Mucosas ficam pálidas e há perda de peso. Em vacas em lactação há diminuição na produção de leite e os sintomas podem persistir por mais de um ano, podendo o animal vir a óbito. O animal urina sangue, de maneira intermitente, ocorre perda de peso e morte no final do processo. Isto é observado em animais a partir de 2 anos de idade. Na bexiga dos animais com hematúria enzoótica, além de coágulos sanguíneos, encontram-se tumores, ou nódulos, com o aspecto de couve-flor, de vários tamanhos, amarelados ou avermelhados.
O segundo tipo de intoxicação crônica se dá pela formação de carcinomas (tumores) no trato digestivo superior (TOKARNIA et al., 2012). O animal tosse e tem dificuldades para engolir os alimentos. Na cavidade oral podem aparecer úlceras como, por exemplo, na faringe. Os animais afetados regurgitam os alimentos, saindo até mesmo pelas narinas. Essas alterações podem evoluir por um período de quatro meses e, em seguida, ocorre morte. Essa é a forma em que acontece o maior número de óbitos.
Quase 100% de letalidade!!
Clique para visualizar este comentário
Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo