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Q34795 Português
O heroísmo é um dos últimos enigmas do comportamento
humano. Quando se trata de entendê-lo por meio de
explicações racionais, é tão incompreensível quanto sua gêmea
maligna, a brutalidade.
Os psicopatas são mais transparentes do que os heróis.
Pelo menos já descobrimos o que os torna perigosos: sua
incapacidade de sentir qualquer empatia pelos outros. Já o
heroísmo extremo é de difícil explicação científica. Trata-se de
um impulso ilógico que desafia a biologia, a psicologia e o bom
senso. Charles Darwin tinha dificuldades em explicar a ideia de
se expor para salvar a vida de um estranho. "Aquele disposto a
sacrificar a sua vida, como muitos selvagens o fazem, em vez
de trair seus companheiros, frequentemente não deixa
descendentes para herdar sua nobre natureza", observou ele,
que consequentemente não conseguia encaixar o heroísmo na
teoria da sobrevivência do mais forte.
Morrer pelos próprios filhos? Perfeitamente lógico. De
acordo com Darwin, nossa única razão de existir é passar
nossos genes para a próxima geração. Mas, e morrer pelos
outros? Contraproducente. Afinal, não importa quantos heróis
fossem gerados, bastaria uma besta egoísta atleticamente
sexual para minar toda a linhagem heroica. Os filhos dos
egoístas se multiplicariam, enquanto os filhos dos super-heróis
que seguissem o exemplo do superpai se sacrificariam até à
extinção. Não é difícil de entender por que o comportamento
heroico é raro.
Então, se todas as forças evolutivas e consequências
desvantajosas conspiram contra o heroísmo, por que tal comportamento
existe? Segundo o biólogo Lee Dugatkin, o heroísmo,
uma forma de altruísmo, provavelmente data da época em
que vivíamos em tribos nômades, onde as pessoas tinham entre
si alguma conexão familiar. Ao praticar um ato heroico, elas
estariam salvando uma parte de seu material genético.
Estamos cercados de situações que banalizam o mal.
Segundo Hannah Arendt, teórica política alemã, a brutalidade é
disseminada. Gostamos de pensar que a linha entre o bem e o
mal é impermeável, que as pessoas que cometem atrocidades
estão no lado mau, nós no lado bom, e que jamais cruzaremos
a fronteira. Para banalizar o bem, entretanto, precisamos
construir circunstâncias contrárias àquelas que insidiosamente
nos corrompem: uma sociedade detentora de sistemas que
permitam a contestação, a crítica e a verdade. Quem sabe
assim não precisaremos de super-heróis para garantir direitos
básicos de cidadania.
(Andrea Kauffmann Zeh, O Estado de S. Paulo, Aliás, J7, 21 de
junho de 2009, com adaptações)
Substituindo-se os segmentos grifados pelas expressões entre parênteses subsequentes, o verbo deverá permanecer no singular em:
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a) O heroísmo (Atos de heroísmo) é um dos últimos enigmas do comportamento humano. Atos de heroísmo SÃO uns dos últimos enigmas do comportamento humano. b) ... já descobrimos o (as razões) que os torna perigosos. ... já descobrimos as razões que os TORNAM perigosos. c) Já o heroísmo extremo (os heroísmos extremos) é de difícil explicação científica. Já os heroismos extremos SÃO de difícil explicação científica. d) Trata-se de um impulso ilógico (impulsos ilógicos). TRATA-SE de impulsos ilógicos. (CORRETA) SUJEITO INDETERMINADO. e) ... por que o comportamento heroico (os comportamentos heroicos) é raro. ... por que os comportamentos heróicos SÃO raros.
Questão desse tipo é só o VTI!!!!Exemplo com VTI:Precisa-se de PEDREIRO. - De PEDREIRO é preciso.Precisa-se de PEDREIROS. - De PEDREIROS é preciso. (Alguém precisa de pedreiros, ou seja, Sujeito Indeterminado)Exemplo com VTD:Vende-se CASA - CASA é VENDIDA.Vendem-se CASAS - CASAS são VENDIDAS (As CASAS são VENDIDAS, logo, o verbo concorda com o Sujeito)

Essa questão é um exercício de distinguir sujeitos de objetos. A única alternativa em que o verbo continuará no singular quando o termo sublinhado for para o plural será exatamente quando este termo for um objeto da oração. Veja só:

a) O heroísmo é um dos... ==> é sujeito, então quando for para o plural, o verbo vai concordar com ele.

b) O que os torna...  ==> que, neste caso, é um pronome relativo, que se refere ao seu antecedente o, que é o sujeito desta oração. Colocando no plural, o verbo o acompanha.

c) O heroísmo extremo é de dificil... ==> O termo sublinhado é sujeito.

d) Trata-se de um impulso ilógico ==> Nesta alternativa, o termo sublinhado é objeto indireto, por isso que quando for posto no plural, o verbo continuará no singular. Se existir ainda dúvida quanto a isso, lembre só que na língua portuguesa não existe sujeito preposicionado, que também é outra maneira de resolver esta questão.

e) o comportamento heróico é raro. ==> O termo sublinhado é sujeito.

índice de indeterminação do sujeito = verbo na 3ª pessoa do singular ainda que o sujeito esteja no plural

Não existe tratam-se.

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