Segundo o texto, Leônidas sentiu, em relação ao pulôver, na...
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Ano: 2023
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Pindamonhangaba - SP
Prova:
VUNESP - 2023 - Prefeitura de Pindamonhangaba - SP - Auxiliar de Laboratório |
Q2209062
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Objetos de estimação
Os objetos do outro não devem ser menosprezados. Não
se pode julgar pela aparência, pois, muitas vezes, são de
estimação. O valor emocional nunca está explícito na etiqueta. Assim, um tênis velho pode ser o mais confortável. Um
chinelo indigente talvez represente a liberdade do lar. Não
são objetos de valor, como um relógio antigo ou um colar
de prata. Mas são objetos quebrados, machucados, sofridos,
enferrujados.
O avô de Fabrício, Leônida, por exemplo, entrava em
pânico quando não achava a tesourinha de aparar bigode,
que tinha desde a época de sua adolescência. Às vezes, ele
nem queria a tesourinha para usar na hora, era somente para
se certificar de que permanecia no mesmo lugar onde a tinha
deixado.
A maior indignação de Leônida foi quando desapareceu
o seu pulôver amarelo, que repousava sempre nas costas de
uma cadeira. Tamanho o apego, nem corria o risco de colocá-lo para lavar com frequência. Vestia a malha para cortar
lenha de manhã. Qualquer um o enxergava de longe, trabalhando com a machadinha no quintal.
Um dia, depois de procurar incansavelmente o pulôver
nas gavetas e nos armários, de esculhambar a casa, revirar
o quarto, chegou perto da mulher, que estava encerando o
piso, e perguntou-lhe se ela não tinha pegado a peça por
engano. Ela nem precisou responder. Leônida, arrasado,
enxergou o pulôver amarelo nos pés de sua esposa. Havia
sido aposentado à força e transformado num pano para lustrar o chão.
(Fabrício Carpinejar. Família é tudo. 4ª
ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2020. Adaptado)
Segundo o texto, Leônidas sentiu, em relação ao pulôver,
na ordem em que os sentimentos se apresentaram: