Rita Terezinha Schmidt, em texto que integra o volume organi...
Rita Terezinha Schmidt, em texto que integra o volume organizado por Heloisa Buarque de Hollanda sobre o pensamento feminista brasileiro, ataca a invisibilidade da autoria feminina no século XIX, período da formatação da identidade nacional e da institucionalização da literatura. Para a autora, na construção da genealogia brasileira, não houve espaço para a alteridade, de modo que a produção literária local traduziu a intenção programática de construção de uma literatura nacional, perspectivada a partir de um nacionalismo romântico abstrato e conservador, e atravessada pela contradição entre o desejo de autonomia e a dependência cultural. Ou seja, a nação se consolidou nas bases de uma ordem social simbólica pautada na imagem de um sujeito nacional universal – dentro do paradigma do colonizador –, cuja identidade se impôs de forma abstrata.
Ao questionar essa matriz ideológica do paradigma universalista, Schmidt