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Q618863 Enfermagem
Durante a execução do curativo em paciente com úlcera venosa, o auxiliar de enfermagem observa a presença de tecido inviável e esfacelo que acomete toda a ferida. A conduta a ser tomada é:
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O curativo denominado bota de Unna consiste numa bandagem compressiva inelástica desenvolvida no séc. XIX pelo médico dermatologista alemão Paul Gerson Unna. Nesse curativo há a presença de uma pasta composta basicamente das seguintes substâncias: óxido de zinco, glicerina, água destilada e gelatina. Atualmente pode ocorrer alguma variação na sua composição devido à industrialização do material para esse curativo.

A bota de Unna é indicada somente para pacientes deambulantes com úlceras venosas, úlceras neurotróficas em doentes de Hanseníase e edema linfático. Há contraindicação da bota de Unna para úlceras arteriais e mistas (arteriovenosas), edema  pulmonar agudo, celulite, trombose venosa profunda, insuficiência arterial, frente à suspeita de infecção e em casos de sensibilidade conhecida ao produto ou aos seus componentes.

No exame do paciente/cliente portador de úlcera venosa, é necessário o levantamento de um histórico completo, com anamnese e exame físico, além da investigação de comorbidades. No exame da ulceração venosa deve se avaliar se há o comprometimento arterial, através do cálculo de Índice de pressão tornozelo/braço (ITB), que é um método diagnóstico não invasivo onde se realiza a mensuração das pressões arteriais do tornozelo (perna afetada) e dos braços. 

O curativo de bota de Unna tem ações terapêuticas sobre as ulcerações venosas devido aos efeitos compressivo (que auxilia no retorno venoso efetivo), protetor (por meio da bandagem evitando a exposição das lesões) e cicatricial (ação das substâncias da pasta de Unna)

O tempo máximo recomendado para troca do curativo bota de Unna é de duas semanas, sendo o mais comum a realização da troca semanalmente. Durante sua utilização devem ser observadas as condições do paciente, com vistas a detecção precoce da ocorrência de anormalidades tais como sinais clínicos de infecção local ou sistêmica; extravazamento de exsudato, principalmente com forte odor; comprometimento da perfusão sanguínea; e parestesias. Frente a intercorrências deverá ocorrer reavaliação imediata do curativo. Para a confecção da bota de Unna é exigido habilidade do profissional de saúde.

Porém, o Coren-SP não autoriza o nem o técnico nem o auxiliar de enfermagem aplicar a bota de Unna. Apenas o enfermeiro.

FONTE: https://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/parecer_coren_sp_2013_7.pdf

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