Na frase “Ainda não se sabe o porquê de sua vinda ao Brasil...
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Ano: 2024
Banca:
ADM&TEC
Órgão:
Prefeitura de Matriz de Camaragibe - AL
Prova:
ADM&TEC - 2024 - Prefeitura de Matriz de Camaragibe - AL - Assistente Social |
Q3109838
Português
Texto associado
Leia o texto a seguir:
Na obra literária “Triste fim de Policarpo Quaresma”, do
autor brasileiro Lima Barreto, a figura do protagonista é
construída a partir de um ideal ultranacionalista baseado na
valorização das questões do próprio país. Analogamente, fora da
ficção, a sociedade brasileira não se comporta como Policarpo,
visto que esta não se preocupa em valorizar a memória dos
povos tradicionais brasileiros, embora sejam tão importantes
para a identidade nacional. Nesse interím, entende-se a
negligência estatal e a não eficiência da legislação como causas
desse desafio.
A princípio, sobre esse assunto, vale ressaltar a importância
de um Estado ativo na resolução de questões sociais. Dessa
forma, para o filósofo polonês Zygmmunt Bauman, uma
instituição, quando posicionada de forma a ignorar sua função
original, é considerada em um estado de “zumbi”. Sob esse viés,
o Estado brasileiro é análogo a esse conceito, visto que, no que
tange à valorização e proteção dessas comunidades, ele é
ausente. Isso posto, tal postura negligente contribui para que os
povos tradicionais não recebam o amparo estatal necessário,
colocando em risco anos de história, de resistência e de
memória de uma parcela fundamental da sociedade.
Outrossim, a ausência de uma legislação que abrace a causa
ameaça diretamente a sobrevivência desses grupos. Nessa
ótica, a obra literária “Cidadão de papel”, do jornalista Gilberto
Dimenstein, apresenta um contexto social em que as garantias
constitucionais estão restritas apenas à parte escrita, sem ser
colocada em prática. Diante disso, essas comunidades originais
tupiniquins podem ser consideradas de papel, tendo em vista a
não eficiência das leis e projetos que garantem seus direitos.
Assim, ao invés de promover a valorização e o reconhecimento
dessas populações, tais determinações falhas contribuem para
a manutenção do sentimento de invisibilidade social desses
povos.
Destarte, é inegável que, a respeito dos povos tradicionais, o
Brasil possui entraves que precisam ser resolvidos. Logo, o
Governo Federal, órgão de maior poder político nacional, deve,
em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, criar
projetos de reconhecimento e que garantam os direitos desses
grupos. Essa ação será viabilizada por meio de campanhas
estabelecidas pela Política Nacional de Desenvolvimento
Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT), de
forma que a valorização dessas populações torne-se cada vez
mais uma pauta discutida na sociedade. Para isso, é fulcral a
disseminação de informações acerca da importância de
proteger os territórios indígenas e quilombolas, evidenciando a
necessidade da não reivindicação desses locais para fins
economicos e privados. Dessa forma, será possível formar uma
sociedade ciente das causas sociais do país e, principalmente,
manter viva a memória daqueles que essencialmente formaram
a identidade nacional. (Maria Eduarda Braz) Texto
disponível em:
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2023/04/10/enem-2022-
leia-redacoes-nota-mil.ghtml. Acesso em 22SET2024
Na frase “Ainda não se sabe o porquê de sua vinda ao
Brasil”, a palavra grifada é: