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Ano: 2016 Banca: IBADE Órgão: IABAS Prova: IBADE - 2016 - IABAS - Auxiliar de Saúde Bucal |
Q1125069 Português

Solidariedade: gesto plural


    Eu estava aqui pensando um pouco na expressão da solidariedade, do amor fraternal... Eu gostaria muito de acreditar que as organizações do Terceiro Setor, as ONGs e similares são espaços contemporâneos para esse fim. Não gosto de generalizar, deve haver alguns casos em que isso seja verdade, sempre existiram na história da humanidade, mas penso que na maioria das vezes não é assim.

    Acho que há duas vertentes dignas de nota sobre o tema. Uma é o fato de que é considerado politicamente correto fazer parte dessas organizações e todo mundo quer sair bem na foto. Hoje em dia, quando alguém vai a uma entrevista de emprego ou solicita uma bolsa de estudos, sempre é perguntado se a pessoa trabalha como voluntária. Portanto, esse é um dado entendido como positivo no currículo. Essa talvez seja uma resposta cínica, mas acho que acontece sim, e muito. [...]

    Por outro lado, na segunda vertente, há uma realidade que me impressiona muito. Conto um pouco de minha experiência para exemplificar. Atualmente, há pouco convívio da família estendida, dos primos, entre outros familiares. No entanto, minha família é muito grudada. [...].

    Houve uma época, por exemplo, em que três deles - uma filha e dois sobrinhos - davam aula num curso pré-vestibular comunitário na Rocinha. Não sei detalhes sobre os horários dos outros, mas minha filha, todas as sextas-feiras á noite, durante dois anos, ia dar aula sem ganhar nada, ou melhor, sem remuneração. [...]

    Entre meus outros sobrinhos, há um que fez medicina e, quando se formou, disse que não poderia se considerar médico se não fizesse alguma coisa pelos outros, num lugar que precisasse muito de assistência. Não foi nada fácil viabilizar seu projeto, mas ele acabou indo como voluntário, pelo exército, para a Amazônia. [...]

    Então, acho que existem, sim, histórias muito bonitas de diferentes formas de solidariedade. Estou dando apenas alguns exemplos próximos, mas acho que, atualmente, isso, de alguma forma, substitui a militância partidária que caracterizou a geração anterior, dos pais deles. Todos os meus irmãos tiveram algum tipo de engajamento, participaram do movimento estudantil ou coisa parecida. Hoje, não é mais essa a via de atuação social, mas fomos criados desse modo e criamos nossos filhos assim. [...] No caso das novas gerações, os jovens estão trabalhando pelo outro, pela coletividade, enquanto seus pares estão na balada de sexta-feira à noite - enfim, é mais invisível. Acho que isso é uma expressão genuína de algo que podemos chamar de fraternidade.

Ana Maria Machado e Moacyr Scliar. Amor em texto, amor em contexto - Um diálogo entre escritores. Campinas São Paulo: Papirus 7 Mares, 2009.P.62-66 Fragmento.

A oração introduzida peia conjunção destacada em: "disse que não poderia se considerar médico SE não fizesse alguma coisa pelos outros” expressa ideia de:
Alternativas

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A alternativa correta é a C - condição.

Analisando a questão:

A oração destacada é: "disse que não poderia se considerar médico se não fizesse alguma coisa pelos outros". A conjunção "se" introduz uma condição para que algo ocorra. No caso, o médico não poderia se considerar médico se não fizesse algo pelos outros. Portanto, trata-se de uma relação condicional.

Justificando a alternativa correta:

A conjunção "se" é frequentemente utilizada para introduzir orações condicionais, ou seja, situações que estabelecem uma condição para que outra aconteça. Neste contexto, a frase "disse que não poderia se considerar médico se não fizesse alguma coisa pelos outros" claramente estabelece uma condição para que ele se considere médico: fazer algo pelos outros.

Analisando as alternativas incorretas:

A - concessão: A concessão introduz uma ideia de contraste ou contradição, como em "Embora" ou "Apesar de". A frase não está contrastando ideias, mas sim estabelecendo uma condição.

B - tempo: A ideia de tempo é introduzida por conjunções como "quando" ou "enquanto". A oração destacada não está delimitando um período temporal, mas sim uma condição para que algo ocorra.

D - causa: A causa é introduzida por conjunções como "porque" ou "visto que". A frase não está explicando a causa de algo, mas sim estabelecendo uma condição.

E - consequência: A consequência é introduzida por conjunções como "portanto" ou "de modo que". A frase não está indicando uma consequência direta, mas sim uma condição.

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✅ Gabarito: C

"Disse que não poderia se considerar médico SE não fizesse alguma coisa pelos outros.”

O termo "SE" é uma conjunção subordinativa adverbial condicional, expressando um valor semântico de CONDIÇÃO, CONDICIONALIDADE. Vejamos as principais conjunções condicionaisse, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que... Exemplo: "Se você estudar, passará no concurso!".

➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

A questão é sobre conjunções e quer saber qual o valor semântico da conjunção destacada em "disse que não poderia se considerar médico SE não fizesse alguma coisa pelos outros". Vejamos:

 . 

Conjunções subordinativas são as que tornam orações dependentes, isto é, subordinam uma oração à outra. Com exceção das conjunções integrantes (que introduzem orações substantivas), essas conjunções introduzem orações adverbiais e exprimem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição, conformidade, consequência, fim, tempo e proporção).

 . 

A) concessão.

Conjunções subordinativas concessivas: têm valor semântico de concessão, contraste, consentimento, licença, quebra de expectativa...

São elas: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, nem que, mesmo quando, posto que, apesar de que, conquanto, malgrado, não obstante, inobstante...

Ex.: Embora discordasse, aceitei sua explicação.

 . 

B) tempo.

Conjunções subordinativas temporais: têm valor semântico de tempo, relação cronológica...

São elas: logo que, quando, enquanto, até que, antes que, depois que, desde que, desde quando, assim que, sempre que...

Ex.: Enquanto todos saíam, eu estudava.

 . 

C) condição.

Conjunções subordinativas condicionais: têm valor semântico de condição, pré-requisito, algo supostamente esperado...

São elas: se, caso, desde que, contanto que, exceto se, salvo se, a menos que, a não ser que, dado que...

Ex.: Se você estudar muito, passará no concurso.

 . 

D) causa.

Conjunções subordinativas causais: têm valor semântico de causa, motivo, razão...

São elas: porque, porquanto, como, uma vez que, visto que, já que, posto que, por isso que, na medida em que, dado que...

Ex.: Já que você está estudando bastante, suas chances de passar em concurso são enormes.

 . 

E) consequência.

Conjunções subordinativas consecutivas: têm valor semântico de consequência, resultado, produto...

São elas: que (precedido de tão, tal, tanto, tamanho), sem que, de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que...

Ex.: Estudou tanto que passou na prova.

 . 

Gabarito: Letra C

Oi, pessoal.

GABARITO - C

Um resumo sobre o "SE":

  • "SE" como PIS, PIV ou PARTÍCULA DE REALCE:

1º) Quando o verbo for VTI, VL ou VI + SE, será PIS (pronome indeterminador do sujeito) se for SUJEITO INDETERMINADO. Ex.: Discorda-se de tudo. -> o verbo é VTI +SE e não se sabe quem discorda de tudo. Então, o "se", neste caso, é PIS.

2º) Quando o verbo for VTI, VL ou VI + SE e não for caso de PIS, veja se o "SE" pode ser PIV. Será PIV se NÃO DER PARA TIRAR O "SE" DA FRASE. Ex.: Ela se arrependeu de tudo. -> o verbo é VTI +SE, há sujeito e o "se" não dá pra tirar, pois ficaria estranha a frase. Então, é PIV.

3º) Quando o verbo for VTI, VL ou VI +SE, não for o caso de PIS, veja se DÁ PARA TIRAR O "SE" DA FRASE E ELA AINDA FAZER SENTIDO. Se der para tirar, o "se" será PARTÍCULA DE REALCE. Ex.: Joana foi-se embora. -> caso falarmos "Joana foi embora", a frase tem sentido e tá tudo bem tirar o "se". Então, ele será PARTÍCULA DE REALCE.

  • "SE" como PA (partícula apassivadora):

Quando o verbo for VTD/VTDI + SE, o "se" será PA e o OD (objeto direto) vira SUJEITO. Ex.: Enviou-se o ofício. -> o verbo é VTD, "o ofício" é OD e o "SE" é PA. Então, nesse caso, o OD ("o ofício") vira SUJEITO. No caso de PA, dá para passar para voz passiva. -> O ofício foi enviado.

  • "SE" como CONJUNÇÃO INTEGRANTE (CI):

conjunção introduz orações subordinadas substantivas. Ex: Quero saber se ela virá à festa. TROQUE O "SE" POR "ISSO" -> Quero saber ISSO.

  • "SE" como conjunção CONDICIONAL e CAUSAL:

SE (conjunção condicional) - troca por "caso". Traz uma ideia de HIPÓTESE. Ex.: Se vier, avise-me.

SE (conjunção causal) - troca por "já que". Ex.: Se está com frio, deve colocar o casaco.

  • "SE" como PRONOME REFLEXIVO E RECÍPROCO:

Ex.: Ela se criticou = a ideia do "se" é criticar a si mesmo. O "se" é reflexivo.

Ex.: Eles se beijaram = a ideia do "se" é de beijar um ao outro. Reciprocidade.

XOXO,

Concurseira de Aquário (:

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