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Gatos conseguem reconhecer seus próprios nomes, diz estudo
Ou seja: se seu bichano não responde quando você chama, pode ser que ele simplesmente não esteja a fim de fazer isso.
4 abr 2019, 18h08
Gatos são, por natureza, mais blasés que qualquer outro pet que você consiga listar. É raro conquistar a confiança
de um deles de cara: até que isso aconteça, qualquer tentativa de interação costuma ser sumariamente ignorada.
Isso, é claro, não significa que eles sejam menos inteligentes — e, por esse motivo, não consigam sacar o que está
acontecendo. Um estudo da Universidade Sophia, no Japão, confirmou essa ideia ao cravar que os felinos são capazes de
reconhecer o próprio nome. Ou seja: quando você chama seu gato e ele simplesmente ignora, é porque ele pode estar
querendo fazer exatamente isso.
Gatos domésticos acompanham os humanos a pelo menos 10 mil anos. No entanto, como afirma o grupo de
pesquisadores japoneses, a relação entre ambos nunca foi amplamente examinada. Estudos anteriores já mostraram que
outros animais, como cachorros, golfinhos e papagaios, demonstram compreensão das vocalizações humanas. Mas, até
então, nenhum teste havia conseguido cravar se os felinos também eram capazes disso – até agora.
Como todo mundo já conhece o temperamento difícil dos gatos, a metodologia usada para saber se eles associam
vozes humanas a objetos foi diferente. Normalmente, os pesquisadores pedem para os animais testados reconhecerem
objetos que foram nomeados e mostrados a eles antes, para saber se os bichos conseguem associar o som à determinada
coisa.
Mas isso dificilmente funcionaria com os gatos. Eles poderiam até reconhecer o som, mas demandam treinos muito
mais exigentes para ter a mesma resposta que um cachorro, por exemplo. Daí os cientistas bolaram um novo teste, mais
simples, que exige menos esforço – bem como os felinos costumam preferir.
A nova abordagem consistia em um alto falante tocando quatro palavras (substantivos aleatórios) seguidas pelo
nome do gato, todas com a mesma entonação. A partir disso, os cientistas observavam as respostas e os movimentos
naturais do animal por meio de gravações em vídeo, feitas em um ambiente em que o gato se sentia confortável.
Participaram do estudo gatos de famílias comuns que viviam sozinhos ou que conviviam com outros gatos.
Os resultados mostraram que os bichinhos raramente faziam mais do que contrair uma orelha ou mover a cabeça
em resposta às vozes – menos de meia dúzia de gatos-pingados (com o perdão do trocadilho) reagiram de forma mais
ativa, movimentando a cauda ou miando, por exemplo.
No entanto, a equipe disse que os resultados, criados a partir de uma escala de quatro pontos a partir do que cada
felino respondeu, mostraram que os gatos conseguem sim distinguir seus nomes das outras palavras.
No primeiro teste, cada gato ouviu a voz de seu dono no auto falante. Para ter certeza de que a relação emocional
não influenciou na resposta, o experimento foi repetido com a voz de um estranho e, em um terceiro cenário, as vozes dos
donos foram reproduzidas apenas para gatos habituados a viver com muitos outros felinos, seja em ambientes domésticos
ou em cafés pet friendly.
A equipe relatou que, em todos esses cenários, os gatos sabiam identificar quando seus nomes eram
mencionados. Até quando as quatro palavras aleatórias que ouviam incluíam nomes de outros gatos que convivem juntos,
os felinos conseguiam distinguir seus próprios nomes.
Atsuko Saito, cientista que liderou a pesquisa, acrescentou que o estudo esclarece um pouco da relação entre
felinos e homo sapiens. “Gatos entendem as pistas humanas melhor do que muitas pessoas pensam”, disse ela. Isso não
significa, claro, que eles vão responder como os donos esperam.
Disponível em: < https://super.abril.com.br/ciencia/gatos-conseguem-reconhecer-seus-proprios-nomes-diz-estudo/>
Acesso em: 22 jul 2019.
Na sentença: “a metodologia usada para saber se eles associam vozes humanas a objetos foi diferente” (quarto parágrafo),
a substituição de metodologia por procedimentos implicaria em quantas outras alterações no trecho citado?