Com as passagens do texto “mal informada de tudo” (1° parág...
Leia o texto para responder à questão.
Uma noite no mar Cáspio
Na semana passada, uma aluna da Sorbonne foi encarregada de fazer um estudo sobre a literatura latino-americana, mal informada de tudo, inclusive sobre a América Latina. Veio entrevistar algumas pessoas e, não sei por que, pediu-me que a recebesse para uma conversa que pudesse explicar o Brasil com apenas um título que serviria de roteiro para o trabalho que deveria apresentar.
Já me pediram coisas extravagantes, recusei algumas, aceitei outras. Aleguei minha incompetência para titular qualquer coisa.
Mas não quis decepcionar a moça. Pensando na atual crise política, sugeri “Garruchas e punhais” – era o nome da briga entre os meninos da rua Cabuçu contra os meninos da rua Lins de Vasconcelos. Morei nas duas e era considerado um espião a soldo de uma ou de outra. O que no fundo era verdade, considerava idiotas os dois lados.
A moça riu mas não gostou. Todos os países têm garruchas e punhais. Dei outra sugestão: “O mosteiro de tijolos de feltro”. Ela não gostou – nem eu. Parti então para uma terceira via, por sinal, a mais estúpida. Pensou um pouco, inicialmente recusou. Olhou bem para mim e aprovou: “Uma noite no mar Cáspio”. Para meu espanto, ela aceitou.
Acredito que os professores da Sorbonne também gostarão. E eu nem sei onde fica o mar Cáspio, embora também não saiba onde fica o Brasil.
(Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 26.01.2016. Adaptado)
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Para responder a esta questão de interpretação de texto, é importante compreender o tom e a atitude do narrador frente à aluna da Sorbonne, baseado nas passagens destacadas: "mal informada de tudo" e "Mas não quis decepcionar a moça."
Vamos analisar cada alternativa:
A - Hostil: A palavra "hostil" sugere uma atitude agressiva ou antipática, o que não é o caso. O narrador, apesar de reconhecer a falta de informação da aluna, não demonstra agressividade ou desdém. Ele até tenta ajudar, dando sugestões. Portanto, esta alternativa está incorreta.
B - Apreensivo: "Apreensivo" implica uma preocupação ou nervosismo, o que não se observa no comportamento do narrador. Ele não parece preocupado; ao contrário, ele está disposto a colaborar. Assim, esta alternativa também está incorreta.
C - Receptivo: Esta é a alternativa correta. "Receptivo" significa estar aberto ou disposto a ajudar. O narrador, apesar de reconhecer que a aluna não domina o assunto e de inicialmente não querer ajudar, decide não decepcioná-la e propõe sugestões, mostrando-se acolhedor e disposto a colaborar.
D - Indiferente: "Indiferente" indicaria que o narrador não se importa ou não tem interesse na situação, o que não é verdade. Ele tenta ajudar e não quer decepcionar a aluna, o que demonstra envolvimento e preocupação. Portanto, esta opção está errada.
E - Confuso: "Confuso" sugere uma falta de clareza ou entendimento, mas o narrador está claro em suas ações e intenções. Ele sabe o que está fazendo ao propor diferentes sugestões. Logo, esta alternativa está incorreta.
Estratégia para futuras questões: Quando enfrentar questões de interpretação de texto, procure identificar o tom e a atitude dos personagens ou narradores. Palavras-chave e frases que mostram ações ou intenções são fundamentais para determinar a alternativa correta.
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Comentários
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Assertiva C
o narrador mostra-se receptivo, ainda que a aluna da Sorbonne não dominasse o assunto do trabalho a ser realizado.
Quando afirma que não quis decepcionar a moça, ele mostra-se receptivo. As outras opções não encaixam, pois o autor não fica indiferente, apreensivo, confuso nem hostil.
Questão: C
Significado de receptivo: Que é compreensivo ou expressa uma boa disposição em relação a algo ou alguém: pessoa receptiva; estou receptivo a ouvir seus conselhos.
O narrador mostra-se com disposição para ajudar a aluna, sendo que ela estava mal informada, ou seja, não dominava o assunto.
GABARITO (C)AVALO
PASSAGEM:
"Mas não quis decepcionar a moça. Pensando na atual crise política, sugeri “Garruchas e punhais” – era o nome da briga entre os meninos da rua Cabuçu contra os meninos da rua Lins de Vasconcelos. Morei nas duas e era considerado um espião a soldo de uma ou de outra. O que no fundo era verdade, considerava idiotas os dois lados.
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