Os verbos de ligação mostram noções distintas de estados. A...
Texto 1 – Cercados de objetos por todos os lados
Nunca possuímos tantas coisas como hoje, mesmo que as utilizemos cada vez menos. As casas em que passamos tão pouco tempo são repletas de objetos. Temos uma tela de plasma em cada aposento, substituindo televisores de raios catódicos que há apenas cinco anos eram de última geração. Temos armários cheios de lençóis; acabamos de descobrir um interesse obsessivo pelo “número de fios”. Temos guarda-roupas com pilhas de sapatos. Temos prateleiras de CDs e salas cheias de jogos eletrônicos e computadores. Temos jardins equipados com carrinhos de mão, tesouras, podões e cortadores de grama. Temos máquinas de remo em que nunca nos exercitamos, mesa de jantar em que não comemos e fornos triplos em que não cozinhamos. São os nossos brinquedos: consolos às pressões incessantes por conseguir o dinheiro para comprá-los, e que, em nossa busca deles nos infantilizam. [...]
Exatamente como quando as marcas de moda põem seus nomes em roupas infantis, uma cozinha nova de aço inoxidável nos concede o álibi do altruísmo quando a compramos. Sentimo-nos seguros acreditando não se tratar de caprichos, mas de investimento na família. E nossos filhos possuem brinquedos de verdade: caixas e caixas de brinquedos que eles deixam de lado em questão de dias. E, com infâncias cada vez mais curtas, a natureza desses brinquedos também mudou. O Mc Donald’s se tornou o maior distribuidor mundial de brinquedos, quase todos usados, para fazer merchandising de marcas ligadas a filmes. [...]
Na minha vida, devo admitir que andei fascinado pelo brilho do consumo e ao mesmo tempo enojado e com vergonha de mim mesmo diante do volume do que nós todos consumimos e da atração superficial, mas forte, que a fábrica do querer exerce sobre nós.
(Sudjic, Deyan. A linguagem das coisas, Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010.)
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Letra A - O Mc Donalds "se tornou" - indica mudança de estado, era uma coisa e depois virou outra.
Letra B - "Andei" fascinado, andou não anda mais. Indica algo que já foi.
Letra C - "São" repletas de objetos não dá ideia de continuidade. Se a letra "C" estivesse certa, a letra "E" também deveria estar correta, mas não é o caso.
Letra D - Eram de última geração. "Eram" é pretérito imperfeito do indicativo, dá ideia de algo que já foi e não é mais.
Alguém pode dizer se o exemplo que encontrei no Recanto das Letras se aplica a esse caso? Dependendo do verbo utilizado (sentido do verbo, no caso), temos um determinado estado:
"Exemplos práticos:
●Pedro é doente. (estado permanente)
●Pedro está doente. (estado transitório)
●Pedro permanece doente. (continuidade de estado)
●Pedro continua doente. (continuidade de estado)
●Pedro ficou doente. (mudança de estado)
●Pedro parece doente. (estado aparente)"
"são" então é o que amigos? permanência? ou continuidade?
São plural de É, ou seja, permanência.
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