Nós vivemos tempos em que há certa banalização da
palavra “amigo”. Nas redes sociais, é hábito se contabilizar “eu
tenho tantos amigos”, como se a ideia de amizade pudesse
ser tão superficial. Amizade implica convivência, mesmo que
a distância, numa capacidade de doação e compreensão.
E, por vezes até, requer algum gesto de recusa, porque um
amigo ou uma amiga não é quem concorda sempre, mas
quem discorda também, de modo que proteja a outra pessoa.
Com facilidade se chama de “amigo” ou “amiga” quem é,
somente, um colega, uma conhecida, um parceiro momentâneo. Esse uso corriqueiro da palavra “amigo” precisa ser
revisto, afinal de contas há um critério explícito para que
se saiba se alguém, de fato, é amigo. O historiador inglês
Thomas Fuller (1608-1661) registrou: “Homem nenhum pode
ser feliz sem um amigo, nem pode estar certo desse amigo
enquanto não for infeliz”.
A frase é forte. Porque amizade é aquela que se prova
também nas tempestades, na hora da amargura, da encrenca
e da necessidade, e não apenas nos momentos de alegria e
comemoração.
(Mário Sérgio Cortella, Vamos pensar um pouco?: lições ilustradas
com a turma da Mônica/Maurício de Souza. Adaptado)
Na frase do 1° parágrafo – ... requer algum gesto de
recusa... – a palavra destacada pode ser substituída,
sem alteração de sentido, por