No intuito de descobrir o desempenho de Givanildo, com base ...
Givanildo, jogador de futebol do melhor time da cidade, ao se aposentar, decidiu investir no agronegócio. Para iniciar a sua nova profissão de agricultor lá na Grande Gerais, procurou o Sr. Leôncio, professor de agronomia da Universidade do Grão, para aprender a mensurar o custo, a renda líquida, a taxa de retorno, e a incidência de impostos de sua produção de milho. No diálogo, Givanildo e o professor Leôncio, de maneira coloquial, procuravam entender e explicar, respectivamente, a importância de se estimar o custo produtivo e outros indicadores econômicos.
Givanildo - Calcular o custo de produção faz a gente ganhar inheiro?
Professor Leôncio - É claro que sim. Se o quilo de milho produzido for mais caro do que o preço de venda, o senhor trabalhou duro e perdeu dinheiro. É como dominar uma partida de futebol, ter maior posse de bola e perder para o adversário por um a zero. Caso contrário, se o custo for muito menor do que o preço, seu time vencerá de goleada.
Givanildo - Tudo bem, professor, o cálculo serve, então, para me dizer se fiquei feliz ou triste, ou mesmo se minha equipe ganhou ou perdeu?
Professor Leôncio - Calma, Givanildo. É muito mais ampla a compreensão disso. Se souberes mensurar de forma adequada os custos produtivos, é possível saber, se na próxima safra, iremos manter, cortar ou mesmo investir no plantio seguinte. Podemos, inclusive, vender a produção e sair do mercado. Teremos informações para tomada de decisão no campeonato do ano que vem.
Givanildo - Isso está muito genérico, é mais fácil jogar futebol. Seria possível me explicar com os números anotados em minha caderneta?
Professor Leôncio – Com certeza, acho que nada melhor do que observarmos os dados reais de produção, custos e rendimentos. Conforme a conversa evoluía, o professor Leôncio produziu a Tabela 2 com os seguintes dados econômicos. Ademais, anotou que: Givanildo era o proprietário da terra e das benfeitorias, produzindo milho em uma lavoura de 100 hectares; sua atividade era toda mecanizada, com máquinas e equipamentos alugados de terceiros no valor de R$ 30.000 (entre depreciação, operação e aluguel); a mão de obra empregada era exclusivamente familiar; o rendimento do cultivo estava em 120 sacas por hectare; e o preço de venda ficou em R$ 20 por saca. Para produzir e pagar todos os dispêndios, Givanildo pegou um empréstimo bancário de R$ 180.000, com juros anuais de 6%.
Fonte: diálogo e exemplo adaptados de Alves, E. Custo de produção: um diálogo esclarecedor. Balde branco. São Paulo: [s.e.], 2005. pp.52-56.