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Q1685862 Português
As elites e o povão

    É cansativo, é irritante, isso de falar em elites e povão, como se só o chamado povão fosse honesto e merecedor de confiança e tudo que se liga à “elite” significasse o pior quanto à moral, ao valor e à confiabilidade.
   É mal-intencionado dizer que só a elite é saudável, educada, merecedora das boas coisas da vida e o povão é sujo, grosseiro e não vai melhorar nunca.
   E, afinal, o que é essa “elite”? Quem a constitui? Parece que existem várias.
   Elite social – Nada mais triste do que ler: “Fulana de Tal, socialite”. Tem profissão? Tem família? Faz alguma coisa da vida? Não, ela é socialite. O marido, ou o filho, ou o companheiro dessa fina dama seria o quê? Um socialite, também? Singularmente ainda não vi o termo usado no masculino. Talvez porque na nossa utopia os homens sempre têm profissão e ganham o dinheiro, isto é, são úteis, enquanto as mulheres ornamentam seu lado público.
   Elite intelectual – Dessa, já gostei mais. Porém, cuidado: o grau de intelectualidade não reside na quantidade de diplomas, alguns fajutos, adquiridos no exterior em universidades com nomes pomposos. O intelectual de primeira é o que de verdade pensa, lê, estuda, escreve, pesquisa e atua. Cultiva a simplicidade e detesta a arrogância, companheira da inteligência limitada.
   Talvez elite verdadeira fosse a dos bem informados e instruídos, não importa em que grau, não importam dinheiro nem sofisticação. Um povo pouco informado acredita no primeiro demagogo que aparece, engole suas mentiras como pílulas salvadoras e, por cegueira ou por carência, segue o caminho de seu próprio infortúnio.
   Seria melhor largar essa bobagem de elite versus povão e pensar em habitantes deste planeta e deste país. Todos merecendo melhor cuidado com a saúde, melhores escolas e universidades, melhores condições de vida, melhor salário, melhores estradas, lugares de lazer mais bem-cuidados, mais tranquilos e seguros, menos impostos, menos mentiras. Mais oportunidades, mais sinceridade, mais vida. Melhor uso das palavras. Mais respeito pela inteligência comum e pelo bom senso.
   Então, velhíssima fórmula tão pouco aplicada, comecemos pela educação. Mas não venham com a empulhação quanto aos analfabetos a menos no país. Alfabetizado não é quem aprendeu a assinar o nome: é quem antes leu e compreendeu aquilo que vai assinar, pois, se optar errado, a exploração de sua ignorância vai pesar sobre seus ombros por mais um longo tempo de altos juros.
   Mais cuidado com palavras, pois elas podem se transformar, de pedras preciosas, em testemunho de ignorância ou má vontade, ou ainda em traiçoeiros punhais.
(Texto de Lya Luft. Publicado em 2011. Com adaptações.)
As seguintes afirmativas transcritas do texto evidenciam expressões que atribuem características mais precisas aos substantivos. Tal fato NÃO ocorre em:
Alternativas

Gabarito comentado

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Alternativa correta: A

Vamos entender melhor o porquê da alternativa A ser a correta e analisar as demais alternativas.

Para resolver essa questão, é essencial compreender o conceito de adjetivo. Adjetivos são palavras que atribuem características aos substantivos, qualificando-os ou determinando-os.

A questão pede para identificar a frase onde o adjetivo NÃO atribui uma característica precisa ao substantivo. Vamos analisar cada alternativa:

A - “(...) segue o caminho de seu próprio infortúnio.”

Na frase da alternativa A, a palavra "próprio" funciona mais como um pronome possessivo do que como um adjetivo que qualifica de forma precisa o substantivo "infortúnio". Por isso, esta alternativa é a correta, pois não atribui uma característica específica ao substantivo.

B - “Talvez elite verdadeira fosse a dos bem informados e instruídos (...)”

A palavra "verdadeira" aqui funciona claramente como um adjetivo que qualifica a "elite", dando uma noção de autenticidade e precisão à característica atribuída.

C - “Então, velhíssima fórmula tão pouco aplicada, comecemos pela educação.”

O termo "velhíssima" é um adjetivo no superlativo que qualifica a "fórmula", atribuindo-lhe uma característica específica de ser antiga.

D - “Cultiva a simplicidade e detesta a arrogância, companheira da inteligência limitada.”

A palavra "limitada" aqui está qualificando "inteligência", atribuindo uma característica precisa de restrição ou limitação ao substantivo.

E - “(...) engole suas mentiras como pílulas salvadoras e, por cegueira ou por carência, segue o caminho de seu próprio infortúnio.”

O adjetivo "salvadoras" está qualificando as "pílulas", indicando que elas possuem uma característica específica de salvar ou trazer alívio, mesmo que de forma figurativa.

Dessa forma, a alternativa A é a única que não apresenta um adjetivo atribuindo uma característica precisa ao substantivo.

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Comentários

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gaba A

pode parecer uma dica boa, mas sempre me ajuda. E em 99% dos casos da certo.

ele quer o adjetivo que qualifica o substantivo corretamente. Coloque o "TÃO" na frete, se der coerência é um adjetivo.

pertencelemos!

( A )

Regrinha do " tão"

b) “Talvez elite ( tão )  verdadeira fosse a dos bem informados e instruídos (...)” (6º§)

c) “Então, fórmula tão velhíssima  pouco aplicada, comecemos pela educação.” (8º§)

d) (...) inteligência ( tão ) limitada. (5º§)

e) “(...) pílulas ( tão ) salvadoras 

Bons estudos!

Não conheço essa regrinha do "tão".

Estou sabendo agora dessa regrinha e agradeço.

boaaa

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