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Q3104816 Psicologia

        Lívia, 14 anos de idade, teve uma perda ponderal considerável nos últimos meses. Estranhando o comportamento da filha, a genitora decidiu levá-la para receber atenção profissional na rede pública de saúde, em seu território. Chegando lá, a equipe multidisciplinar, composta por médico e psicólogo, iniciou a entrevista com mãe e filha presentes. A mãe relatou o seguinte:


         “Nos últimos 4 meses, Lívia tem comido bem menos. Como trabalho muito e a crio sozinha, não sei muito bem como começou. Passei a estranhar quando ela começou a não comer a marmita que sempre deixo pronta para ela e passou a não pedir para eu fazer as comidinhas e sobremesas que pedia aos finais de semana. Ficou mais quieta e mais fraca. Até achei que tinha relação com o período menstrual, pois ela tem um fluxo intenso e fica mais na dela quando está naqueles dias. Quando perguntei, ela me contou não tinha nada a ver com isso e que a menstruação não vinha havia mais de dois meses. Passamos logo no postinho e ela fez um teste de gravidez. Fez três vezes pra termos certeza. Mas não era menino não.” [sic].


     E continuou:

    

    “Passou a ficar irritadiça quando eu perguntava sobre sua alimentação ou oferecia as coisas que antes ela gostava de comer. Ficou mais calada, quieta e passou a ficar mais tempo no quarto. Com muito jeito, depois de alguns dias, ela conseguiu se abrir comigo. Comentou que nunca gostou de seu corpo, que sempre se achou gorda demais, que o nariz é ‘grande e de batata’, que tem vontade de morrer só de pensar em engordar. Revelou para mim que tem contado as calorias de tudo o que come e que a cabeça falta explodir, porque os pensamentos não param. Meu coração quase não aguentou, doutor. Mas o que quase acabou comigo foi encontrar umas marcas no braço dela. Depois de muito esforço meu, ela confessou que tem tido pensamentos muito ruins e tem perdido a vontade de tudo, inclusive de viver. Minhas pernas falharam na hora. Pensei que fosse ter um ataque. Nunca tinha visto minha filha assim. Estou disposta a largar tudo para cuidar dela e ela sabe disso. Falava que não precisava de tratamento nenhum e que a única coisa da qual gostaria de se livrar é do medo de engordar. Mas, depois que fizemos os exames na unidade básica de saúde, o médico disse que precisaríamos buscar ajuda psicológica também, pois o quadro dela não melhoraria se não cuidássemos da sua saúde mental. Aí ela amoleceu e aceitou vir hoje.” [sic]. 


Considerando o caso clínico apresentado no texto 17A1, julgue os itens a seguir. 

Por se tratar de uma avaliação inicial multidisciplinar que já contempla a escuta de um psicólogo, é vedada a participação ou intervenção de outro psicólogo na prestação de serviços psicológicos no atendimento ou na proposta de trabalho multidisciplinar com Lívia e sua família. 
Alternativas

Gabarito comentado

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Vamos analisar a questão apresentada, onde o tema central é a intervenção multidisciplinar e a participação de psicólogos na avaliação e atendimento de pacientes no contexto da saúde.

A alternativa correta é E - errado.

O enunciado sugere que, por já haver um psicólogo participando da avaliação inicial de Lívia, seria vedada a participação de outro psicólogo no processo. No entanto, essa afirmação está incorreta por algumas razões importantes:

1. Atuação Multidisciplinar: Em um contexto de saúde multidisciplinar, é comum e muitas vezes necessário que mais de um psicólogo possa atuar no caso. Isso acontece porque cada profissional pode trazer uma perspectiva diferente ou especialização que contribua para um melhor entendimento e tratamento do paciente.

2. Complexidade dos Casos: Casos como o de Lívia, que envolvem questões complexas de saúde mental, podem demandar a colaboração de diversos profissionais de saúde, incluindo psicólogos com diferentes abordagens ou campos de atuação.

3. Ética Profissional: Não há norma ética que proíba a intervenção de mais de um psicólogo em um caso, desde que os profissionais envolvidos estejam cientes e acordados quanto ao plano de tratamento e objetivos terapêuticos.

Portanto, afirmar que é vedada a participação de outro psicólogo está errado, pois a atuação conjunta e colaborativa é não apenas permitida, mas muitas vezes recomendada para o benefício do paciente.

Espero que esta explicação tenha ajudado a esclarecer a questão! Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

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Comentários

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Não é vedado, ainda mais em contexto multidisciplinar.

CÓDIGO DE ÉTICA DIZ QUE:

Art. 7º – O psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que estejam sendo efetuados por outro profissional, nas seguintes situações:

a) A pedido do profissional responsável pelo serviço;

b) Em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do serviço, quando dará imediata ciência ao profissional;

c) Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da interrupção voluntária e definitiva do serviço;

d) Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte da metodologia adotada.

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