Assinale o período abaixo que apresenta um exemplo CORRETO d...
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Ano: 2025
Banca:
Intelectus
Órgão:
Prefeitura de Amapá - AP
Prova:
Intelectus - 2025 - Prefeitura de Amapá - AP - Professor de Educação Infantil e Ensino Fundamental "I" |
Q3164044
Português
Texto associado
Ler sem livros
Nas sociedades do mundo digital todos leem e sempre se lê, para comunicar,
informar-se, jogar. Porém, essas leituras que fazemos no cotidiano são cada vez
menos leituras de livros. Se apropriam sobretudo dos textos breves das redes sociais.
Esta observação inspirou a conferência que pronunciei na Casa do Saber de São Paulo
no dia 2 de setembro de 2019. Meu texto discute as três dimensões do “ler sem livros”.
Na perspectiva da extensão da definição da leitura significa que ler é também
apoderar-se de textos que, muitas vezes, não são nem escritos, nem verbais. Como
uma metáfora, o ler sem livros indica, paradoxalmente, não a identidade entre textos e
imagens, mas a sua irredutibilidade. E, a partir de minha memória pessoal, enfatiza as
leituras das infâncias sem biblioteca. Estas observações, biográficas, históricas e
teóricas, podem ajudar, talvez, a entender as leituras sem livros de hoje, tornadas
ainda mais frequentes pela pandemia do Covid-19.
Há três anos a revista eletrônica espanhola Alabe me pediu para escrever um
breve artigo sobre minhas lembranças de leitor e os livros que havia lido quando era criança e adolescente. Meu testemunho devia localizar-se em uma série de textos
escritos por escritores, intelectuais ou professores que haviam aceitado o mesmo
pedido. Devo dizer que a tarefa se tornou mais complexa e mais problemática do que
pensavam os colegas que publicam esta excelente revista. Em primeiro lugar, como
leitor de Pierre Bourdieu, conheço bem as seduções e enganos da ilusão biográfica.
Escrever lembranças pessoais é sempre produzir (conscientemente ou não) uma
representação de si mesmo que constrói um passado imaginado, desejado, que não
corresponde necessariamente ao que aconteceu realmente. Não se trata de
desmascarar mentiras ou falsificações intencionais, mas de localizar as imprecisas
recordações do passado na imagem que cada um tem de si mesmo ou quer que os
outros tenham dele ou dela. A “ego-história” está sempre ameaçada pelas
rememorações das experiências, não como foram, mas como deviam ter sido para
adequar-se ao presente do indivíduo.
(CHARTIER, Roger. Ler sem livros. In: Um mundo sem livros e sem livrarias? 1ª
ed. São Paulo: Letraviva, 2020.)
Assinale o período abaixo que apresenta um exemplo CORRETO de verbo que perdeu
acento segundo a reforma ortográfica: