No que se refere à construção de um sistema de redes coletor...

Para responder essa pergunta devemos colocar em prática nosso conhecimento sobre redes coletoras de esgoto sanitário.

A rede coletora de esgoto consiste no conjunto de tubulações e dispositivos responsáveis por, como o próprio nome sugere, coletar os efluentes domésticos e industriais e conduzi-los para estações de tratamento, onde o esgoto é tratado.

O projeto hidráulico-sanitário de redes coletoras de esgoto sanitário é tratado pela ABNT NBR 9649 (1986), intitulada “Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário". Com base na mesma, analisaremos as alternativas individualmente.

A alternativa A está errada, pois, de acordo com o item 5.2.5 da ABNT NBR 9649 (1986), o poço de visita “deve ser obrigatoriamente usado nos seguintes casos: a) na reunião de mais de dois trechos ao coletor; b) na reunião que exige colocação de tubo de queda; c) nas extremidades de sifões invertidos e passagens forçadas; d) nos casos previstos em 5.2.2, 5.2.3 e 5.2.4 quando a profundidade for maior ou igual a 3,00 m."

A alternativa B está errada, visto que o poço de visita consiste numa “câmara visitável através de abertura existente em sua parte superior, destinada à execução de trabalhos de manutenção" (ABNT NBR 9649, 1989). Logo, o emprego de materiais drenantes no seu fundo prejudicaria o escoamento do fluido e, consequentemente, a realização de trabalhos de manutenção.

A alternativa C está correta, uma vez que o item 5.2.6 da ABNT NBR 9649 (1986) estabelece que “a distância entre PV, TIL ou TL consecutivos deve ser limitada pelo alcance dos equipamentos de desobstrução".

A alternativa D está errada, pois a norma ABNT NBR 9649 (1986), em seu item 5.2.2.1, permite apenas que as caixas de passagem sejam “substituídas por conexões nas mudanças de direção e declividade, quando as deflexões coincidem com as dessas peças".

A alternativa E está errada, visto que “o tubo de queda deve ser colocado quando o coletor afluente apresentar degrau com altura maior ou igual a 0,50 m." Vale lembrar que o tubo de queda trata-se de um elemento do poço de visita que liga o coletor ao fundo do poço.

Gabarito do professor: Letra C.

NBR 9649:

5.2 Disposições construtivas

5.2.6 A distância entre PV, TIL ou TL consecutivos deve ser

limitada pelo alcance dos equipamentos de desobs-trução.

a) nas extremidades de sifões invertidos e passagens forçadas, os poços de visitas são usados obrigatoriamente.

b) o fundo de PV, TIL e CP deve ser constituído de calhas destinadas a guiar os fluxos afluentes em direção à saída. Lateralmente, as calhas devem ter altura coincidindo com a geratriz superior do tubo de saída.

c) GABARITO.

d) garantidas as condições de acesso de equipamento para limpeza do trecho a jusante, pode ser usada caixa de passagem (CP) em substituição a poço de visita (PV), nas mudanças de direção, declividade, material e diâmetro, quando possível a supressão de degrau.

e) quando a profundidade for maior ou igual a 3,00 m, o poço de visita deve ser usado em substituição à CP, ao TL e TIL. O tubo de queda deve ser colocado quando o coletor afluente apresentar degrau com altura maior ou igual a 0,50 m.

imagens que podem ser esclarecedoras quanto ao erro da letra b: https://tbn2net.com/help/C3DRENESG4/estruturasesg.html

A) Nas extremidades de sifões invertidos e de passagens forçadas, o tubo de inspeção de limpeza pode ser usado em substituição ao poço de visita.

Nas extremidade de sifões invertidos e de passagens forçadas, os poços de visitas são usados obrigatoriamente.

B) Para facilitar o escoamento do fluxo afluente, recomenda-se que os fundos dos poços de visita sejam constituídos de uma camada de material drenante, cuja altura coincida com a geratriz superior do tubo de saída.

Para facilitar o escoamento do fluxo afluente, recomenda-se que os fundos dos poços de visita sejam constituídos de calhas destinadas a guiar os fluxos afluentes em direção à saída, cuja altura coincida com a geratriz superior do tubo de saída.

C) A distância entre poços de visita, tubos de inspeção e limpeza ou terminais de limpeza consecutivos deve ser inferior ao alcance dos equipamentos de desobstrução.

D) As caixas de passagem podem ser substituídas por conexões nas mudanças de diâmetro da tubulação, desde que os diâmetros sejam compatíveis e a supressão de degrau seja possível.

Os poços de visita podem ser substituídos por caixas de passagem nas mudanças de diâmetro da tubulação, desde que os diâmetros sejam compatíveis e a supressão de degrau seja possível.

E) O emprego de tubo de queda somente será necessário se a altura do degrau do coletor afluente for maior ou igual a 3 m; para degraus de alturas menores, recomenda-se o sifão invertido.

Quando a profundidade for maior ou igual a 3,00 m, o poço de visita deve ser usado em substituição à CP, ao TL e TIL. O tubo de queda deve ser colocado quando o coletor afluente apresentar degrau com altura maior ou igual a 0,50 m

Alternativa A) Incorreta. Segundo a norma no caso de extremidade de sifões invertidos e passagem forçadas, o uso do poço de visita é obrigatório, veja:

Alternativa B) Incorreta. O poço de visita é definido como uma "câmara visitável através de abertura existente em sua parte superior, destinada à execução de trabalhos de manutenção". No entanto, o fundo não pode ser preenchido por material drenante, ou qualquer outro material, pois isso dificultaria o escoamento do fluído.

Alternativa C) Correta e de acordo com o item abaixo:

Alternativa D) Incorreta. Segundo a norma, as "caixas de passagem (CP) podem ser substituídas por conexões nas mudanças de direção e declividade, quando as deflexões coincidem com as dessas peças".

Alternativa E) Incorreta. O tubo de queda já deve ser colocado quando o degrau tiver altura maior ou igual a 0,5 m, não apenas com 3 m.

Gabarito: Letra C.

Fonte: tec concursos