Em relação ao quadro clínico acima, julgue o item.Com o intu...

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Q3057126 Medicina
        Um homem de 68 anos de idade, previamente hipertenso, diabético, dislipidêmico e com insuficiência cardíaca de baixa fração de ejeção (por miocardiopatia isquêmica), compareceu a uma consulta ambulatorial de rotina, assintomático. Está em uso de longa data de metformina, gliclazida, losartana, metoprolol, anlodipino e ácido acetilsalicílico. No exame físico foram feitas as seguintes observações: massa corpórea: 75 kg; estatura 150 cm; pressão arterial 126x74 mm Hg; pulso: 63 bpm; em bom estado geral, lúcido e orientado no espaço e tempo, normocorado e anictérico; estertores finos em bases pulmonares; ritmo cardíaco irregular com presença de B4; discreto edema de membros inferiores e sinais de dermatite ocre; índice tornozelo-braquial de 0,65; sem outros achados. Creatinina 2,9 mg/dL; glicemia de jejum 130 mg/dL; hemoglobina glicada A1C 6,8%; razão albumina/creatinina urinária de 280 mg/g.

Em relação ao quadro clínico acima, julgue o item.


Com o intuito de proteger pacientes de riscos inerentes à anticoagulação na fibrilação atrial, por exemplo, é empregado o escore HAS-BLED, que em pontuações altas contraindica anticoagulação nesse grupo de pacientes.

Alternativas

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A alternativa correta para a questão é Errado.

Vamos entender o motivo:

Na questão apresentada, estamos lidando com um paciente que possui várias comorbidades, incluindo hipertensão, diabetes, dislipidemia e insuficiência cardíaca com baixa fração de ejeção, além de um histórico de miocardiopatia isquêmica. Além disso, ele apresenta sinais de arteriopatia periférica (índice tornozelo-braquial de 0,65) e insuficiência renal (creatinina de 2,9 mg/dL).

O enunciado menciona o uso do escore HAS-BLED, que é uma ferramenta utilizada para avaliar o risco de sangramento em pacientes que necessitam de anticoagulação, especialmente em casos de fibrilação atrial. Esse escore leva em consideração fatores como hipertensão, função renal e hepática, história de acidente vascular cerebral, história de sangramento ou predisposição a sangramentos, INR (Razão Normalizada Internacional) lábil, idade avançada, uso concomitante de medicamentos que aumentam o risco de sangramento ou álcool.

Embora o escore HAS-BLED seja útil para identificar pacientes com maior risco de sangramento, ele não contraindica a anticoagulação em pacientes com fibrilação atrial, mesmo em pontuações elevadas. Em vez disso, o escore é usado para identificar e corrigir possíveis fatores de risco modificáveis e para auxiliar na decisão clínica de monitorar mais de perto esses pacientes durante a terapia anticoagulante.

Portanto, a afirmação de que pontuações altas no escore HAS-BLED contraindicam a anticoagulação está incorreta, justificando a resposta Errado para a questão.

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Analisando a afirmação sobre o escore HAS-BLED e anticoagulação

A afirmação está ERRADA.

Por que a afirmação está errada?

O escore HAS-BLED foi desenvolvido para avaliar o risco de sangramento em pacientes com fibrilação atrial que estão utilizando anticoagulantes orais. Ele não contraindica o uso de anticoagulantes em pacientes com pontuação alta. Ao contrário, uma pontuação alta indica que o paciente tem maior risco de sangramento e, portanto, necessita de uma monitorização mais rigorosa durante o tratamento com anticoagulantes.

Qual a função do escore HAS-BLED?

O escore HAS-BLED avalia diversos fatores de risco para sangramento, como hipertensão, função renal, histórico de sangramento, uso de outros medicamentos, entre outros. Ele serve como uma ferramenta para ajudar o médico a individualizar o tratamento e a tomar decisões sobre qual anticoagulante utilizar e qual a dose mais adequada para cada paciente.

Por que é importante avaliar o risco de sangramento antes de iniciar a anticoagulação?

O risco de sangramento é uma preocupação importante no uso de anticoagulantes, pois eles aumentam a tendência do sangue a coagular. No entanto, os anticoagulantes também são essenciais para prevenir eventos tromboembólicos em pacientes com fibrilação atrial, como acidente vascular cerebral (AVC).

O que fazer quando o escore HAS-BLED é alto?

  • Não interromper a anticoagulação: A anticoagulação deve ser mantida para prevenir eventos tromboembólicos, mesmo em pacientes com alto risco de sangramento.
  • Monitoramento mais rigoroso: É fundamental realizar um acompanhamento mais próximo do paciente, com monitorização regular dos coagulogramas e dosagem dos anticoagulantes.
  • Medidas preventivas: Adotar medidas para reduzir o risco de sangramento, como evitar o uso de medicamentos que aumentam o risco de sangramento e realizar procedimentos invasivos apenas quando estritamente necessários.
  • Considerar outras opções terapêuticas: Em alguns casos, pode ser necessário considerar o uso de anticoagulantes de ação mais curta ou de agentes anticoagulantes diretos (DOACs), que possuem menor risco de interações medicamentosas.

Em resumo:

O escore HAS-BLED é uma ferramenta útil para avaliar o risco de sangramento em pacientes com fibrilação atrial, mas não contraindica o uso de anticoagulantes. Um alto escore indica a necessidade de um acompanhamento mais rigoroso e de medidas para reduzir o risco de sangramento, mas não significa que o paciente não deva ser anticoagulado.

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