Karl Marx, olhando para o homem, encontra-o submisso, sem i...
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Alternativa correta: A - A ideologia e o Estado capitalista inibem a consciência do trabalhador em relação à praxis social e política.
A questão aborda a temática da alienação no contexto do pensamento de Karl Marx. É fundamental entender como Marx analisa a relação entre o indivíduo e a sociedade, principalmente no que se refere às condições de vida dos trabalhadores sob o capitalismo.
Marx observou que, no sistema capitalista, os trabalhadores são frequentemente submetidos a condições que os alienam, ou seja, os afastam de sua verdadeira natureza e potencial. Esse fenômeno de alienação se manifesta de várias maneiras, sendo uma delas a alienação do trabalhador em relação ao produto de seu trabalho. O conceito de praxis é central aqui, referindo-se à prática consciente e transformadora dos indivíduos na sociedade.
Justificativa da alternativa correta:
A alternativa A está correta porque destaca a ideia de que a ideologia e o Estado capitalista desempenham um papel crucial em obscurecer a consciência dos trabalhadores sobre sua situação e sua capacidade de ação transformadora (praxis). Segundo Marx, essas forças ajudam a manter a ordem existente e a perpetuar a alienação.
Análise das alternativas incorretas:
B - O trabalho produtivo gera um anseio utópico para o proletário de ser o possuidor dos meios de produção e senhor do capital.
Esta alternativa está incorreta porque, embora Marx reconheça que os trabalhadores possam desejar se tornar proprietários dos meios de produção, ele não caracteriza isso como um "anseio utópico" gerado pelo trabalho produtivo. De fato, o trabalho sob o capitalismo frequentemente aliena o trabalhador, em vez de inspirá-lo com tais esperanças.
C - O fundamento da alienação, segundo o filósofo, encontra-se na revolução, uma vez que as transformações não atingem todas as classes.
Esta alternativa está incorreta porque Marx não localiza o fundamento da alienação na revolução. Pelo contrário, ele vê a revolução como um meio de superar a alienação ao transformar a estrutura de classes. A alienação, para Marx, é um produto das relações capitalistas de produção e não da revolução.
D - O trabalhador relaciona-se com o produto do seu trabalho como algo em que domina o saber e reconhece como objeto natural do mundo.
Esta alternativa está incorreta porque Marx aponta que, no capitalismo, o trabalhador está alienado do produto do seu trabalho. Ele não o reconhece como uma extensão de si próprio ou de seu saber, mas sim como algo estranho e separado, que pertence ao capitalista.
Espero que esta explicação tenha ajudado a esclarecer o conceito de alienação em Marx e a forma como a questão aborda esse tema. Se precisar de mais algum esclarecimento, estarei à disposição!
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A ideologia e o Estado capitalista inibem a consciência do trabalhador em relação à praxis social e política.
Gabarito A
GPT
A alternativa correta é:
A. A ideologia e o Estado capitalista inibem a consciência do trabalhador em relação à praxis social e política.
Karl Marx introduziu o conceito de alienação (ou "Entfremdung" em alemão) para descrever a condição em que os trabalhadores se encontram em uma sociedade capitalista, onde são separados ou alienados do produto do seu trabalho, do processo de trabalho, de si mesmos e dos outros trabalhadores. Marx acreditava que, sob o capitalismo, o trabalho não é usado para o benefício direto do trabalhador, mas para gerar lucro para o proprietário dos meios de produção. Isso leva a várias formas de alienação:
- Alienação do produto do trabalho: O trabalhador produz bens que não lhe pertencem, e que são vendidos pelo capitalista para obter lucro. O trabalhador não tem controle sobre o uso ou disposição do produto do seu trabalho.
- Alienação no processo de trabalho: O trabalho se torna uma atividade forçada, que o trabalhador executa não para satisfazer suas próprias necessidades, mas as do capitalista. O trabalho não é mais uma expressão da individualidade, mas uma mercadoria vendida pelo trabalhador para sobreviver.
- Alienação do trabalhador de si mesmo: Como o trabalho é uma expressão forçada e não uma atividade livre, o trabalhador se sente alienado de sua própria essência humana, que é a capacidade de criar e produzir livremente.
- Alienação do trabalhador dos outros trabalhadores: O sistema capitalista também separa os trabalhadores uns dos outros, competindo por empregos, salários, etc., o que dificulta a formação de uma consciência de classe coletiva.
Marx argumentava que a ideologia dominante em uma sociedade capitalista (incluindo as funções do Estado) serve para perpetuar a posição privilegiada da classe capitalista e inibir a consciência dos trabalhadores sobre sua situação real e seu potencial coletivo para a mudança (praxis social e política). Portanto, a alternativa A resume corretamente um aspecto central do pensamento de Marx sobre a alienação no capitalismo.
As outras alternativas não capturam adequadamente os conceitos marxistas sobre a alienação:
- B descreve uma compreensão errônea do desejo do proletariado sob a análise de Marx.
- C e D falham em refletir a teoria marxista da alienação, especialmente no que diz respeito à relação do trabalhador com o seu trabalho e os produtos deste trabalho.
Gab. A
No contexto da alienação discutida por Karl Marx, praxis significa colocar em ação o que foi refletido e compreendido criticamente. Marx, observando a realidade do trabalhador na sociedade capitalista, identificou um quadro desolador: submissão, perda de identidade e dominação. Inconformado com essa condição, ele mergulhou em uma profunda análise do contexto histórico, social e político da época, buscando compreender as raízes desse mal.
Ao longo dessa investigação, Marx identificou diversos tipos de alienação, que aprisionavam o trabalhador em um ciclo de exploração e desumanização. O Estado, por sua vez, atuava como guarda-costas da burguesia, reprimindo qualquer contestação à ordem dominante e garantindo a perpetuação do sistema capitalista.
Fontes:
O capital - Karl Marx
https://www.marxists.org/portugues/index.htm
https://doi.org/10.1590/S0101-31731992000100002
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