A história do negro em São Paulo se confunde, durante um la...

Alternativa Correta: D

A questão aborda a inserção do negro na economia capitalista no contexto do pós-abolição no Brasil, especificamente em São Paulo, conforme a análise dos sociólogos Florestan Fernandes e Roger Bastide. Este tema é essencial para entender a continuidade da estratificação e desigualdade social em nossa sociedade.

Justificativa da Alternativa Correta (D):

A alternativa D está correta porque aborda de maneira precisa a problemática da desorganização do trabalho e a desintegração da ordem social escravocrata após a abolição. Com a libertação, os negros enfrentaram a dificuldade de se inserir no mercado de trabalho formal, muitas vezes sendo marginalizados ou excluídos. Florestan Fernandes e Roger Bastide destacam que a transição do trabalho escravo para o trabalho livre não ocorreu de forma plena e justa, resultando na eliminação parcial do negro do sistema de trabalho formal.

Análise das Alternativas Incorretas:

A - "O ex-escravo passa a competir em igualdade com os imigrantes europeus pelos postos de trabalho nas cidades."

Essa alternativa está incorreta porque não reflete a realidade histórica. Na prática, os ex-escravos não competiam em igualdade com os imigrantes. Os imigrantes europeus eram geralmente preferidos pelos empregadores devido a preconceitos raciais e a políticas que incentivavam a imigração europeia. Os negros, por outro lado, eram frequentemente relegados a trabalhos informais e menos valorizados.

B - "No plano econômico, o processo de inserção do negro no sistema de trabalho ocorre de forma precipada em ocupações especializadas."

Também está incorreta. A inserção dos negros no mercado de trabalho não ocorreu de forma precipitada nem em ocupações especializadas. Na verdade, muitos negros foram marginalizados e empurrados para trabalhos precários e informais, sem possibilidade de ascensão a posições especializadas.

C - "O processo de transformação real dos antigos escravos e dos seus descendentes em cidadãos iria começar a ser modelada por medidas de caráter legal."

Embora hajam medidas legais que foram implementadas após a abolição, esta alternativa está incorreta porque não reflete diretamente a análise de Florestan Fernandes e Roger Bastide. A transformação dos ex-escravos em cidadãos de fato foi lenta e cheia de obstáculos, não ocorrendo de forma imediata ou eficaz através de legislações.

Compreender esses aspectos é fundamental para os estudos de estratificação e desigualdade social em Sociologia, pois eles mostram como as estruturas de discriminação racial persistem ao longo do tempo, mesmo após mudanças legais significativas.