Livro desvenda a ciência do humor e da sua ligação com a int...
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Livro desvenda a ciência do humor e da sua ligação com a inteligência
Você está preparado para ler a piada mais engraçada do mundo, eleita após uma pesquisa com 1,5 milhão de internautas? Lá vai.
Dois caçadores de Nova Jersey (o paralelo americano dos portugueses em piadas brasileiras) estão no meio do mato quando um deles passa mal e cai duro no chão. Desesperado, o outro liga para o serviço de emergência. “Acho que meu amigo morreu, o que eu faço?”, diz o caçador. “Calma, calma”, responde o atendente. “Primeiro certifique-se de que ele está mesmo morto.” Ouve-se um tiro de fuzil do outro lado da linha. “Tá bom, e agora?”
Qualidades humorísticas à parte, a piada exemplifica alguns pontos aparentemente universais do humor humano: o hábito de adotar outros grupos de pessoas como alvos de chacota, a busca pelo inesperado e a tendência a transformar problemas de interpretação em motivo de riso.
Nada disso é à toa, argumenta o neurocientista Scott Weems, da universidade de Maryland, em seu livro “Há!”, um resumo das conclusões da “humorologia”, ou da investigação científica do humor.
[...]
Para Weems, o riso e o senso de humor em geral são mecanismos que cérebros complexos, como o nosso, desenvolveram para resolver contradições e, de quebra, obter prazer. Uma espécie de ginástica mental natural, declarou ele à Folha.
“É por isso que o bom humor favorece a cognição: ele acaba sendo uma espécie de “aquecimento” para pensamentos mais profundos”, diz Weems. Os mesmos processos mentais que nos ajudam a “sacar” uma piada também estão envolvidos em resolver problemas sociais e até filosóficos complicados.”
Não é à toa, portanto, que parece haver uma associação considerável entre a capacidade de produzir humor de qualidade e inteligência — pesquisas indicam que sujeitos engraçados também costumam ser inteligentes.
“Isso me atraiu para o humor como área de estudo”, diz Weems. “Ele parece estar ligado a vários outros fenômenos mentais importantes, como a criatividade, insight e solução de problemas”.
Essa associação está presente até nos níveis mais básicos do funcionamento do cérebro. Ao “sacar” uma piada, a pessoa ativa o sistema de recompensa do cérebro, o mesmo que entra em ação quando resolvemos um problema ou temos prazer com algo, como comida ou sexo.
As estruturas cerebrais ligadas ao humor também são pistas interessantes de como ele atua sobre a mente. São basicamente áreas ligadas ao gerenciamento das emoções e à compreensão de conflitos lógicos. Por isso, humoristas hábeis são em geral os que sabem tirar o público da “zona de conforto” e fazê-lo pensar de um jeito diferente. Piadas “boazinhas” demais raramente são engraçadas.
Para o neurocientista, qualquer espécie inteligente, mesmo ETs, provavelmente teria alguma forma de humor.
"Como o gosto para piadas varia de lugar para lugar na Terra, não sei se "sacaríamos" as piadas alienígenas. Mas seria um bom jeito de entender a cultura deles, já que daria pistas sobre o que eles acham confuso ou desafiador", diz.
(www.folha.uol.com.br/ciencia)
Na passagem a seguir:
“Mas seria um bom jeito de entender a cultura deles, já que daria pistas sobre o que eles acham confuso ou desafiador”
A conjunção “já que” indica circunstância de:
Você está preparado para ler a piada mais engraçada do mundo, eleita após uma pesquisa com 1,5 milhão de internautas? Lá vai.
Dois caçadores de Nova Jersey (o paralelo americano dos portugueses em piadas brasileiras) estão no meio do mato quando um deles passa mal e cai duro no chão. Desesperado, o outro liga para o serviço de emergência. “Acho que meu amigo morreu, o que eu faço?”, diz o caçador. “Calma, calma”, responde o atendente. “Primeiro certifique-se de que ele está mesmo morto.” Ouve-se um tiro de fuzil do outro lado da linha. “Tá bom, e agora?”
Qualidades humorísticas à parte, a piada exemplifica alguns pontos aparentemente universais do humor humano: o hábito de adotar outros grupos de pessoas como alvos de chacota, a busca pelo inesperado e a tendência a transformar problemas de interpretação em motivo de riso.
Nada disso é à toa, argumenta o neurocientista Scott Weems, da universidade de Maryland, em seu livro “Há!”, um resumo das conclusões da “humorologia”, ou da investigação científica do humor.
[...]
Para Weems, o riso e o senso de humor em geral são mecanismos que cérebros complexos, como o nosso, desenvolveram para resolver contradições e, de quebra, obter prazer. Uma espécie de ginástica mental natural, declarou ele à Folha.
“É por isso que o bom humor favorece a cognição: ele acaba sendo uma espécie de “aquecimento” para pensamentos mais profundos”, diz Weems. Os mesmos processos mentais que nos ajudam a “sacar” uma piada também estão envolvidos em resolver problemas sociais e até filosóficos complicados.”
Não é à toa, portanto, que parece haver uma associação considerável entre a capacidade de produzir humor de qualidade e inteligência — pesquisas indicam que sujeitos engraçados também costumam ser inteligentes.
“Isso me atraiu para o humor como área de estudo”, diz Weems. “Ele parece estar ligado a vários outros fenômenos mentais importantes, como a criatividade, insight e solução de problemas”.
Essa associação está presente até nos níveis mais básicos do funcionamento do cérebro. Ao “sacar” uma piada, a pessoa ativa o sistema de recompensa do cérebro, o mesmo que entra em ação quando resolvemos um problema ou temos prazer com algo, como comida ou sexo.
As estruturas cerebrais ligadas ao humor também são pistas interessantes de como ele atua sobre a mente. São basicamente áreas ligadas ao gerenciamento das emoções e à compreensão de conflitos lógicos. Por isso, humoristas hábeis são em geral os que sabem tirar o público da “zona de conforto” e fazê-lo pensar de um jeito diferente. Piadas “boazinhas” demais raramente são engraçadas.
Para o neurocientista, qualquer espécie inteligente, mesmo ETs, provavelmente teria alguma forma de humor.
"Como o gosto para piadas varia de lugar para lugar na Terra, não sei se "sacaríamos" as piadas alienígenas. Mas seria um bom jeito de entender a cultura deles, já que daria pistas sobre o que eles acham confuso ou desafiador", diz.
(www.folha.uol.com.br/ciencia)
Na passagem a seguir:
“Mas seria um bom jeito de entender a cultura deles, já que daria pistas sobre o que eles acham confuso ou desafiador”
A conjunção “já que” indica circunstância de: