Sobre o pensamento político e sua relação com os sistemas d...
I. Maquiavel rompeu com a tradição ética clássica ao defender que a eficácia política se fundamenta no pragmatismo e não na moralidade, um princípio que se alinha ao conceito de "razão de Estado" das monarquias absolutas.
II. Hobbes postulou que o soberano deve ter poder absoluto para garantir a ordem e evitar o "estado de natureza", mas admitiu a possibilidade de resistência dos súditos em casos de tirania extrema.
III. Locke rejeitou a teoria do direito divino dos reis, argumentando que o governo deve proteger a propriedade, a vida e a liberdade dos indivíduos, sendo legítimo apenas quando estabelecido por consentimento.
IV. Rousseau criticou a desigualdade social promovida pela propriedade privada e propôs uma concepção de soberania que não pode ser delegada, mas deve ser exercida diretamente pelo povo.
V. Montesquieu, ao propor a separação dos poderes em O Espírito das Leis, antecipou a ideia de democracia representativa como modelo universal para todos os contextos políticos.
Assinale a alternativa correta:
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Vamos analisar a questão, que se baseia no pensamento político de filósofos importantes e sua relação com os sistemas de governo. A questão aborda as obras de Maquiavel, Hobbes, Locke, Rousseau e Montesquieu, pedindo que identifiquemos quais afirmativas são corretas.
Alternativa correta: B - Apenas os itens I, III e IV estão corretos.
Justificativa para a alternativa correta:
I. Maquiavel: Em sua obra O Príncipe, Maquiavel realmente rompe com a tradição ética clássica ao defender que a política deve ser guiada pelo pragmatismo e pela eficácia, sem apego à moralidade. Essa visão está alinhada ao conceito de "razão de Estado", utilizado nas monarquias absolutas para justificar ações políticas que priorizam a manutenção do poder.
III. Locke: No Segundo Tratado sobre o Governo Civil, Locke rejeita a teoria do direito divino dos reis e defende que o governo tem a função de proteger a vida, a liberdade e a propriedade dos indivíduos. Para Locke, um governo só é legítimo se for estabelecido por consentimento dos governados.
IV. Rousseau: Em O Contrato Social, Rousseau critica a desigualdade social resultante da propriedade privada e propõe que a soberania deve ser exercida diretamente pelo povo, sem delegação, através da vontade geral.
Análise das alternativas incorretas:
II. Hobbes: Em Leviatã, Hobbes defende que o soberano deve ter poder absoluto para garantir a ordem e evitar o "estado de natureza", porém ele não admite a possibilidade de resistência dos súditos, mesmo em casos de tirania. Para Hobbes, abrir mão do poder absoluto do soberano levaria de volta ao caos.
V. Montesquieu: Embora Montesquieu em O Espírito das Leis proponha a separação dos poderes, ele não antecipa a democracia representativa como modelo universal. Montesquieu analisa diferentes formas de governo e não impõe um modelo específico para todos os contextos.
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