O objetivo desse texto é:
Filme faz alerta sobre riscos à democracia com tom de suspense
Eleonora de Lucena
De São Paulo
Chefes de Estado, executivos, cientistas, cidadãos: nada escapa ao poder de espionagem dos EUA. Consolidando dados de corporações como Google, Facebook, Apple, de cartões de crédito e companhias telefônicas, o governo norte-americano pode remexer na vida de quem quiser.
Foi o que Edward Snowden escancarou em série de reportagens de Glenn Greenwald. Os bastidores da revelação estão em "Cidadão quatro".
A diretora Laura Poitras, que acompanhou a apuração, filmou o encontro de Snowden com jornalistas do diário inglês "The Guardian". Num quarto de hotel com cortinas fechadas, o especialista em computadores mostrou arquivos, respondeu a perguntas, falou um pouco de si.
Rodado enquanto as primeiras notícias do caso eram produzidas, o filme tem frescor jornalístico. Snowden, de cara, diz saber dos riscos que corre. Declara não ter medo.
Tem uma missão: denunciar o esquema de espionagem. Aos poucos, vai demonstrando mais preocupação. Fica sabendo que sua casa está sendo vigiada e surgem problemas esquisitos no pagamento do seu aluguel.
Sua identidade logo será revelada, a tensão cresce e ele espia pelas cortinas. Snowden desabafa: não saber o que vai acontecer é assustador, mas tem um lado libertador.
Em clima de suspense, o filme mostra conversas por bilhetes e trabalhos em computador ocultos por pano. Poitras capta de forma crua. A diretora expõe debates jurídicos e políticos sobre o Ato Patriota, que aniquilou a privacidade nos EUA e mundo afora.
Para além da privacidade, o que o filme defende é que o próprio sistema democrático está em risco. Afinal, com o pretexto de combater o terrorismo, o governo dos EUA se dá o direito de fazer de tudo. "Cidadão quatro" é um necessário e preocupante alerta.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/215294-filme-faz-alerta-sobre-riscos-a-democracia-com-tom-de-suspense.shtml>
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