Em decorrência de avanços tecnológicos, a terapia intensiva ...

Os cuidados paliativos perinatal e neonatal têm como princípios prevenir e aliviar a dor e o sofrimento do recém-nascido e de sua família, dando suporte desde o pré-natal até o cuidado após o nascimento. Além do cuidado biológico, a valorização dos “valores” da família é fundamental para a elaboração do plano terapêutico.

Independentemente do desfecho, a família de bebês que apresentam condições ameaçadoras à continuidade da vida tem a expectativa idealizada rompida e demandam suporte para elaboração do luto do “bebê sonhado”. É importante que a equipe compreenda que a memória de momentos de dor e sofrimento pode agravar o processamento do luto. Sendo assim, é importante garantir celeridade aos processos de fim de vida e encaminhar a família ao serviço de Psicologia e Serviço Social para organização dos procedimentos funerários.

São objetos do cuidado diante de situações ameaçadoras à continuidade da vida de um recém-nascido: prover calor, dignidade, contato humano e alívio da dor. É importante considerar que, diante de bebês de vida breve, o cuidado deve ser ainda mais especializado. A presença de profissionais capacitados no acolhimento dessas famílias pode impactar no trabalho de luto da mãe e familiares, prevenindo a ocorrência de luto prolongado ou complicado.

São cuidados importantes quando se considera a possibilidade de morte de um recém-nascido: nomear o bebê, fornecer informações claras de maneira empática sobre a sua condição e evolução, favorecer a prática de rituais espirituais de acordo com a fé da família, reorganizar os espaços físicos de forma a possibilitar privacidade e realização de rituais de despedida, possibilitar a presença da rede de apoio quando solicitada, encorajar a família a ver, tocar e coletar memórias do bebê falecido.