Cada sítio possui um ecossistema natural que, em maior ou m...
Cada sítio possui um ecossistema natural que, em maior ou menor grau, é alterado quando sobre ele se faz um assentamento urbano. Portanto, é importante analisar cuidadosamente as características do sítio, a fim de planejar as intervenções, de forma a obter ou manter a qualidade físico-ambiental das cidades.
Sobre a análise e o planejamento do sítio, assinale a afirmativa correta.
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Item A) Incorreto. Mascaró (2005) considera apenas os sítios com declividades acima de 16% como locais que devem ser evitados, pois são necessárias obras especiais para sua utilização. Terrenos com declividade entre 8% e 15% são considerados terrenos que servem, com algumas restrições, para construções.
Item B) Correto. A ventilação é alterada de acordo com a declividade do local. Morros e vales podem acelerar ou diminuir a velocidade dos ventos, gerando os ventos catabáticos ou anabáticos (imagem 1). Dessa forma, segundo Mascaró (2005), durante o dia, as partes mais elevadas do relevo recebem mais radiação que as partes mais baixas, formando uma corrente ascendente de ar que dá origem aos ventos anabáticos. À noite, a corrente se inverte, formando os ventos catabáticos, mais leves que os anteriores. Para o autor, do ponto de vista da ventilação, ruas paralelas às curvas de nível não são as mais recomendáveis.
Item C) Incorreto. Os traçados geométricos se adaptam melhor aos terrenos planos ou de baixa e uniforme declividade, segundo Mascaró (2005).
Item D) Incorreto. Assentamentos que respeitam a topografia natural do terreno são uma alternativa mais econômica quando comparado à outro em que tenha que ser feito movimentação de terra.
Item E) Incorreto. Ruas em terrenos acidentados, particularmente as interiores dos bairros onde há frente de lotes residenciais, segundo Mascaró (2005), é importante que sejam traçadas acompanhando as curvas de nível, evitando-se cortes e aterros.
GABARITO: Alternativa B.
MASCARÓ, Juan Luis. Loteamentos Urbanos. 2a Edição. Porto Alegre: Masquatro Editora, 2005.
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Comentários
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Questão baseada no livro Loteamentos Urbanos - Mascaró
a) Os sítios que apresentam declividades acima de 8% devem ser evitados para assentamentos urbanos, porque, devido às dificuldades de drenagem superficial, devem ocorrer alagamentos frequentes
Terrenos com inclinação inferior a 2% alagam, não é recomendável gramar. Já aqueles com inclinação acima de 8% devem ser protegidos com cobertura vegetal.
b) Gabarito
c) O melhor traçado urbano para os terrenos acidentados é o geométrico, propondo-se movimentação de terra para dar maior uniformidade ao relevo do terreno.
Terrenos planos → Traçados geométricos
Terrenos acidentados → Traçados que acompanham as curvas de nível
d) A grande movimentação de terra permite criar sítios com topografia totalmente artificial, sendo essa uma opção mais econômica em relação aos assentamentos que respeitam a topografia natura
Movimentação de terra = topografia artificial = aumento dos custos
e) As ruas devem ter a menor declividade possível, sendo, então, preferível projetá-las paralelas às curvas de nível.
As ruas devem ter uma declividade mínima para escoamento das águas pluviais:
→ Menores que 2%: podem causar problemas de sedimentação por baixa velocidade
→ Maiores que 6%: podem causar problemas de erosão por alta velocidade
“Do ponto de vista da ventilação, as ruas paralelas às curvas de nível não são as mais recomendáveis”, conforme Mascaró (2008, p. 43), porque bloqueiam os ventos dominantes.
Também não é recomendável a implantação das ruas perpendiculares às curvas de nível. Pois, estas exigem mais alteração na geometria da encosta para a construção de patamares para as edificações nos lotes, retirando a cobertura vegetal e pedogênica, expondo as rochas de alteração aos processos erosivos, consequentemente, desestabilizando as encostas.
Fonte: Dissertação A PAISAGEM DE OURO PRETO de Maria Manoela Gimmler Netto.
file:///Users/raquelmorais/Downloads/a_paisagem_de_ouro_preto.pdf
Instagram @dicasdearq
Concordo que a resposta mais acertada dentro do contexto da pergunta seja a "B", porém, discordo que em terreno acidentado e montanhoso se construa ruas perpendiculares à topografia do terreno. Por questão de custo, inclinação acentuada e melhor desenho urbano, o melhor é a rua ser paralela ou acompanhar as curvas de nível. Para melhorar a ventilação que sobe durante o dia (vento anabático) e desce durante a noite (vento catabático), o que se pode propor é o afastamento lateral das construções, permitindo uma permeabilidade maior do vento.
Segundo Mascaró, em seu livro "Loteamentos Urbanos", no caso de terrenos acidentados o traçado deverá interpretar e tirar o melhor proveito da topografia, o que exige vários ajustes e modificações até atingir uma situação de equilíbrio entre ruas, lotes, aterros e cortes. Dessa forma, um exemplo de situação ideal para terreno acidentado seria uma combinação de ruas paralelas às curvas com ruas na "diagonal" (nem paralela, nem perpendicular) de modo que evite o escoamento intenso de águas pluviais.
Análise das alternativas:
a) Sítios com declividade acima de 8% não têm dificuldades de drenagem e podem ser edificados com certas restrições.
b) GABARITO. Argumento válido do ponto de vista da ventilação.
c) O traçado geométrico é mais adequado a terrenos planos
d) Quanto mais alterações na topografia, maior o custo de implantação
e) As ruas devem ter declividade suficiente para escoamento das águas pluviais e instalação de infraestrutura
@arconcursei
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