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Com base no mesmo assunto
Ano: 2019
Banca:
GUALIMP
Órgão:
Prefeitura de Vila Valério - ES
Provas:
GUALIMP - 2019 - Prefeitura de Vila Valério - ES - Psicologo
|
GUALIMP - 2019 - Prefeitura de Vila Valério - ES - Enfermeiro |
GUALIMP - 2019 - Prefeitura de Vila Valério - ES - Médico PSF |
GUALIMP - 2019 - Prefeitura de Vila Valério - ES - Dentista |
GUALIMP - 2019 - Prefeitura de Vila Valério - ES - Farmacêutico |
GUALIMP - 2019 - Prefeitura de Vila Valério - ES - Fisioterapeuta |
Q1250990
Português
Texto associado
Leia atentamente o texto para responder a questão.
Viagem no tempo
Falávamos sobre viagens e seus modernos confortos quando alguém se lembrou do tempo em que os
viajantes levavam toalha e sabonete na mala. Não faz tanto tempo assim. Uma sobrinha, ____ poucos anos,
chegou a minha casa com toalha de banho e caixinha de sabonete na mala. “Coisa da minha mãe”, explicou
constrangida, sinal de que a mãe dela, que tem menos de 60 anos, levava toalha e sabonete quando viajava.
Hotéis e hospedarias eram precários, tirando os melhores das capitais; e, ao pousar na casa de alguém, evitavase “dar trabalho”.
Lembram-se do quebra-vento nos carros? Coisa anterior à difusão do ar-condicionado, pouco antes de
o presidente Collor dizer que os automóveis brasileiros eram umas carroças. O quebra-vento era um vidro
giratório colocado ____ frente das janelas dianteiras; quebrava o vento que entrava quando os vidros das portas
estavam abaixados, ou permitia que o ar entrasse quando a janela estivesse fechada. Girando-o todo,
direcionava-se o vento para dentro, ___ fim de refrescar a pessoa acalorada. Até ____ pouco tempo, no
Nordeste, carro sem quebra-vento encalhava.
Carros não tinham luz piscante para o motorista indicar que ia entrar ___ esquerda ou ___ direita, nem
luz de freio. Todos os sinais eram feitos pelo motorista com o braço esquerdo para fora do carro. Sinal de parar:
mão espalmada para trás, baixa; sinal para entrar ___ esquerda: braço reto estendido; entrar ___ direita, braço
alto dobrado para a direita. Quase não havia sinais luminosos de trânsito, o guarda apitava em códigos
obrigatoriamente conhecidos.
Ah, meninos, as fotos que se tiravam não se viam no mesmo instante, como agora. Só dias mais tarde,
após reveladas e copiadas em laboratório. Depois veio a grande novidade das cópias em 24 horas, em duas
horas, em uma hora e na hora. A fotografia popularizou-se. Com as câmeras nos telefones celulares, os
fotógrafos amadores tornaram-se bilhões.
Calculadora? Era a tabuada, que os estudantes sabiam de cor, e baseados nela faziam contas
complicadíssimas das quatro operações, na ponta do lápis. Nos escritórios, e só lá, havia as famosas máquinas
de calcular manuais Facit, que tinham um teclado de algarismos e uma manivela que os craques do cálculo
viravam para a frente e para trás, produzindo exatidões mostradas em um pequeno visor. Não demorou e vieram
as elétricas, as eletrônicas digitais...
Máquinas de escrever ainda se veem em delegacias e cartórios do interior. Num hospital da Zona Leste,
um amigo me chamou: “Quer ver um flashback?”. E me levou a uma recepcionista de um dos consultórios, que
datilografava impávida os dados dos clientes. Nas redações de jornais e revistas, com suas dezenas de máquinas
de escrever batucando ao mesmo tempo, o encerramento de uma edição era uma zoeira. O alívio veio com o
silêncio dos computadores.
Cartão amarelo, cartão vermelho? No futebol do tempo do beque e do centeralfe, cartão era o dedo do
juiz, primeiro apontando o nariz do abusado, depois apontando o olho da rua. Os cartões derrotaram o dedo em
riste porque são mais civilizados, impessoais e fáceis de entender em qualquer língua. Você pensa que eram
coisas da juventude do seu avô, ou do seu bisavô, mas não, são do tempo do seu pai. Um tempo em que as
crianças tinham bons modos, obedeciam até ___ olhares, não abriam a geladeira dos outros, contentavam-se
em ganhar apenas três presentes por ano, nas ocasiões propícias, e eram felizes. O ritmo está cada vez mais
rápido.
Ivan Ângelo (com adaptações)
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