Celular é um adjetivo que se transformou em substant...

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Q110779 Português
                    Se telefonar, não dirija

       O uso de telefones celulares revolucionou a comunicação
entre as pessoas de forma que muitos esqueceram como
vivíamos sem este aparelho fundamental à evolução da
espécie. Tão logo um cidadão adquire o santo instrumento
da felicidade humana, imediatamente se torna seu escravo.
Viciado em fazer ligações e responder imediatamente a
chamados.
      Qualquer dúvida, por mais banal que seja, torna-se uma
urgência inadiável. A mão se estende rapidamente ao celular.
A ligação é feita. Alívio geral. Na maior parte do dia, isso,
além de cômico, não faz muito mal. Exceto ao bolso.
      Caso a pessoa esteja dirigindo, no entanto, falar ao
telefone pode se transformar em tragédia. O estudo de
dados científicos realizado há cinco anos demonstrou,
claramente, a relação entre o uso do telefone celular e o
aumento do risco de acidentes automobilísticos graves.
      A maioria dessas pesquisas aponta para um momento de
4 a 5,9 vezes maior chance de o motorista se distrair e bater
o carro. Recentemente, foram disseminados ao redor do
mundo aparelhos capazes de garantir ao motorista a
possibilidade de continuar a sua conversa telefônica sem
precisar segurar o celular com uma das mãos. Os famosos
métodos hands free, ou mãos livres: são fones de ouvido
ligados diretamente ao telefone ou a tecnologia blue tooth,
conectados sem fio, e ainda equipamentos viva-voz. Todos
permitem telefonar mantendo as mãos ao volante.
      O problema parecia ter sido resolvido, mas estudos
publicados recentemente chamam a atenção para o perigo
dessas tecnologias. Umas pesquisa realizada na
Universidade do Arizona, em Phoenix, demonstrou que o
emprego de equipamentos hands free não conseguiu reduzir
de forma clara os riscos de acidentes automobilísticos. Basta
falar ao telefone, segurando ou não o aparelho, que este
risco aumenta em mais de quatro vezes. O estudo demons-
trou que dirigir enquanto se fala ao telefone tem o mesmo
nível de risco de acidentes que dirigir bêbado, intoxicado por
etanol.
      O problema do uso do celular ao volante não é das mãos,
mas de cérebro. Problema de foco e atenção. Quando um
indivíduo fala ao telefone, ele mobiliza uma parte importante
do cérebro, responsável pela capacidade de atenção.
      Os especialistas em segurança de trânsito sugerem leis
para banir totalmente o uso do celular ao volante dos carros.
Vai ser uma guerra contra os lobbies da indústria dos
celulares e de seus acessórios.

(Carta Capital, julho 2009)

Celular é um adjetivo que se transformou em substantivo masculino, em função da elipse do vocábulo telefone, que antecedia esse adjetivo. O caso em que houve o mesmo é:
Alternativas

Gabarito comentado

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Alternativa Correta: C - o Municipal

O tema central da questão é a transformação de adjetivos em substantivos por meio do uso da elipse, que é a omissão de um termo em uma frase. Para resolver a questão, é necessário entender que isso pode ocorrer quando um adjetivo, inicialmente usado para qualificar um substantivo, é empregado de forma autônoma, assumindo a função de substantivo.

Na alternativa C - o Municipal, o termo "Municipal" é um adjetivo que se transformou em substantivo masculino devido à elipse do substantivo "teatro". Assim, "o Municipal" refere-se ao "Teatro Municipal", omitindo a palavra "teatro" mas mantendo o sentido completo.

Vamos analisar as alternativas incorretas:

A - o micro-ondas: Aqui, "micro-ondas" já é um substantivo composto, não um adjetivo que virou substantivo.

B - o caixa: "Caixa" pode ser um substantivo masculino ou feminino dependendo do contexto (caixa de banco ou caixa de armazenamento), mas não é um adjetivo que se tornou substantivo.

D - o público: "Público" pode ser adjetivo ou substantivo, mas na frase não há indício de elipse de um substantivo específico que justifique a transformação.

E - o lança-perfume: Este termo já é um substantivo composto e não adjetivo.

Portanto, a alternativa que exemplifica corretamente a transformação de um adjetivo em substantivo por meio de elipse é C - o Municipal.

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Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

o gabarito é letra c, no entanto a letra a também está correta, pois na palavra micro-ondas está subentendido o substantivo "aparelho".
O gabarito é letra c), porém a alternativa a) também está correta. Vejamos cada uma das duas alternativas)

c) MUNICIPAL - nesse caso houve a omissão da palavra "Teatro". Teatro Municipal ( originalmente), com a eclipse da palavra teatro ( termo que antecede Municipal) o adjetivo municipal se transforma em substantivo ( da mesma forma que TELEFONE CELULAR, com a retirada da palavra telefone.

a) MICRO-ONDAS - Essa palavra é um adjetivo que se origina de FORNO MICRO-ONDAS ou APARELHO MICRO-ONDAS. Com a omissão da palavra forno verifica-se a mudança de gênero de ADJETIVO PARA SUBSTANTIVO. Micro-ondas que originalmente é um adjetivo, com a omissão do termo forno se transforma em um substantivo da mesma forma que ocorreu com TELEFONE CELULAR ( ou seja, com a retirada do termo telefone, a palavra celular que era adjetivo se transformou em substantivo.

Espero ter ajudado!
Forte abraço a todos!
Raphael Resende

Com a devida vênia, permita-me discordar. A palavra micro-ondas não era um adjetivo, como a palavra celular, que veio de célula. Ondas é um substantivo. Adicionar o falso prefixo micro (falso porque tem sentido também se estiver isolado) antes deste apenas especifica o próprio substantivo. Então, micro-ondas já é um substantivo, que signifa ondas em "tamanho" micro. E não um adjetivo (que acompanha um nome). Para testar, tente aplicá-lo como adjetivo em outros nomes ao invés dos comumente usados (forno e aparelho): A praia micro-ondas. Não faz sentido, o que é uma praia micro-ondas? Agora veja a frase: A praia de micro-ondas. Ah, agora entendi, existem ondas muito pequenas nessa praia. Micro-ondas, então, é igual a qualquer outro substantivo, que, quando for para adjetivar um outro substantivo, precisa de preposição "de". Por exemplo, o substantivo papel. O barco papel não faz sentido (no máximo como o nome do próprio barco, o barco se chama papel). Mas, o barco de papel sim faz sentido, é um barco feito de papel (qualificou o substantivo barco). A expressão o forno micro-ondas está equivocada, o correto é o forno de micro-ondas e aparelho de micro-ondas, semelhantes a expressões como barco de papel. Logo, na expressão o micro-ondas, a elipse ocorreu com "forno de". Desse modo, em o forno de micro-ondas, o "de micro-ondas" é uma locução adjetiva (e sintaticamente um adjunto adnominal) e não um adjetivo. Em "o telefone celular", celular é um adjetivo. Creio que seja essa a (sutil) diferença entre a origem das duas expressões, que tornou o item A errado. 

Na Letra C, Municipal é um adjetivo (de município), como já exposto pelos colegas, logo, completamente igual a celular (de célula).

Se eu tiver errado na minha interpretação, por favor me corrijam. =D
Concordo, uma vez que micro-ondas não se refere somente ao nosso conhecido aparelho de micro-ondas, mas sim a qualquer um que utilize as micro-ondas em seu funcionamento. Note que temos as micro-ondas, demonstrando seu valor substantival.
Comentário Perfeito de Hélio Miranda que tirou um monte de dúvida com seu comentário resumidor.

Não há nenhum equívoco e 5 estrelas para o seu comentário.

Valeu!

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