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Q1674242 Medicina
Um paciente de 58 anos de idade apresenta hemiparesia completa desproporcionada de predomínio braquial à esquerda pós-AVCi de ACM direita, em setembro de 2020 (trombolisado), e ombro doloroso. Familiares relatam redução da acuidade visual do paciente. Ao exame físico, ele está em BEG, com PA = 126 mmHg x 79 mmHg, FC = 77 bpm, FR = 15 irpm e SatO2 = 97%. Constatam-se sinal do sulco em ombro direito, redução de ADM de ombro, com dor à mobilização passiva, espasticidade ASH 2 em flexores de cotovelo, punho, rotadores internos e flexores dos dedos à esquerda, ASH 1 em quadríceps e ASH 2 para isquiotibiais e tríceps sural à esquerda. 
Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir.
A alteração em questão é decorrente de heminegligência, uma vez que deficits visoespaciais não são encontrados em pacientes pós-AVC.
Alternativas

Gabarito comentado

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Gabarito: E - errado

Vamos entender por que essa alternativa é incorreta e como interpretar corretamente a questão.

Tema central da questão: A questão aborda as consequências de um Acidente Vascular Cerebral isquêmico (AVCi) na artéria cerebral média (ACM) direita e seus efeitos neurológicos, especificamente a hemiparesia e a espasticidade, além de discutir problemas relacionados à acuidade visual e possíveis déficits visoespaciais.

Justificativa da alternativa correta: A alternativa afirma que "déficits visoespaciais não são encontrados em pacientes pós-AVC", o que está incorreto. Déficits visoespaciais são comuns em pacientes que sofreram AVC, especialmente quando a lesão ocorre no hemisfério direito do cérebro, que é frequentemente responsável pelo processamento visoespacial.

Na situação descrita, o paciente sofreu um AVC na ACM direita, que pode levar a déficits visoespaciais e até heminegligência, dependendo da área afetada no cérebro. Essa condição pode resultar em dificuldades na percepção de um lado do espaço, geralmente o lado esquerdo, devido a danos no hemisfério direito.

Análise das alternativas:

  • C - certo: Esta não é a alternativa correta, pois a afirmação contida nela está equivocada. Déficits visoespaciais são, de fato, possíveis após um AVC, especialmente quando o hemisfério direito está envolvido.
  • E - errado: Esta é a alternativa correta, pois a afirmação de que não existem déficits visoespaciais em pacientes pós-AVC é inverídica. O texto do enunciado e o conhecimento médico sobre AVCs confirmam que tais déficits podem ocorrer, principalmente quando a lesão está no hemisfério direito.

Para resolver questões como essa, é importante entender o papel de cada hemisfério cerebral e seus possíveis déficits após um AVC. O hemisfério direito, por exemplo, é essencial para o processamento visoespacial e atenção espacial, e lesões nessa área podem causar heminegligência.

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Comentários

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A escala NIHSS avalia a presença de hemianopsia (perda parcial ou completa da visão em uma das metades do campo visual de um ou ambos os olhos), logo, deficits visoespaciais são encontrados em pacientes pós-AVC.

Resposta: Errado

Justificativa:

A afirmação é incorreta por diversos motivos:

  • Heminégligência: A heminegligência é um distúrbio neurológico caracterizado pela dificuldade em perceber e responder a estímulos no lado contralateral à lesão cerebral. É comum após AVCs, especialmente no hemisfério direito, e se manifesta como negligência visual, auditiva, tátil e até mesmo do próprio corpo.
  • Déficits visoespaciais: Déficits visoespaciais são comuns em pacientes pós-AVC, especialmente aqueles com lesões no lobo parietal, e podem incluir dificuldades em perceber o espaço, em realizar cálculos mentais, em se orientar no espaço e em realizar tarefas que envolvam a coordenação viso-motora.
  • Outras causas para a dor no ombro: A dor no ombro do paciente pode ter diversas causas, além da heminegligência, como:
  • Subluxação do ombro: A hemiparesia pode levar à subluxação do ombro, causando dor e instabilidade.
  • Espasticidade: A espasticidade dos músculos do ombro pode gerar tensões e dor.
  • Capsulite adesiva: A imobilização prolongada do membro superior pode levar à capsulite adesiva, caracterizada por dor e restrição de movimento.
  • Outras causas: Outras causas de dor no ombro, como tendinite ou bursite, também devem ser consideradas.

Por que a afirmação é incorreta:

  • Generalização: Afirmar que déficits visoespaciais não são encontrados em pacientes pós-AVC é uma generalização incorreta. Como mencionado anteriormente, déficits visoespaciais são comuns nesses pacientes.
  • Outras causas: A dor no ombro do paciente pode ter diversas outras causas além da heminegligência, como subluxação, espasticidade e capsulite adesiva.
  • Necessidade de avaliação completa: Para identificar a causa da dor no ombro, é necessário realizar uma avaliação completa do paciente, incluindo anamnese detalhada, exame físico e, possivelmente, exames complementares.

Conclusão:

A afirmação de que a dor no ombro do paciente é decorrente de heminegligência é uma simplificação excessiva e não leva em consideração as diversas outras possibilidades diagnósticas. Para determinar a causa da dor e indicar o tratamento adequado, é fundamental realizar uma avaliação completa do paciente.

Recomendações:

  • Avaliação multidisciplinar: O paciente deve ser avaliado por uma equipe multidisciplinar, incluindo neurologista, fisioterapeuta e outros profissionais, para identificar todas as possíveis causas da dor no ombro e definir o tratamento mais adequado.
  • Tratamento individualizado: O tratamento deve ser individualizado e baseado nas necessidades específicas de cada paciente.
  • Abordagem multifacetada: O tratamento pode incluir diversas modalidades terapêuticas, como fisioterapia, terapia ocupacional, medicação para dor e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas.

Em resumo:

A dor no ombro do paciente é um sintoma complexo que pode ter diversas causas. A heminegligência é uma possibilidade, mas não a única. É fundamental realizar uma avaliação completa para identificar a causa da dor e iniciar o tratamento adequado.

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