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Q29021 Economia
Em um mundo globalizado, o estudo da teoria do comércio
internacional é imprescindível à compreensão dos fenômenos
econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se seguem.
De acordo com a hipótese da paridade do poder de compra, a longo prazo, a taxa de câmbio entre duas moedas nacionais quaisquer deve refletir o diferencial de inflação existente entre essas duas economias.
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Vamos analisar a questão sobre a hipótese da paridade do poder de compra (PPC).

A alternativa correta é C - certo, conforme explicitado no gabarito. Abaixo, explico o porquê.

A paridade do poder de compra é uma teoria econômica que sugere que, no longo prazo, as taxas de câmbio entre duas moedas devem se ajustar de forma que um determinado conjunto de bens custe o mesmo em ambas as economias, quando precificado nessas moedas. Esse conceito está fundamentado na ideia de que, em condições perfeitas de mercado, não há arbitragem; ou seja, não há possibilidade de lucro através da diferença de preços entre duas economias.

Em termos práticos, a PPC afirma que se um país experimentar uma inflação mais alta em comparação a outro, sua moeda deve se depreciar em relação à moeda do outro país, de maneira que os preços relativos dos bens se igualem. Este é um princípio que pode ser observado em diversos manuais de economia, como o de "Macroeconomia" de Olivier Blanchard.

Por exemplo, se a inflação no país A é de 10% ao ano e no país B é de 5%, a moeda do país A deve desvalorizar-se em relação à do país B para que os bens continuem com preços equivalentes em ambas as nações. Isso garante que não haja uma vantagem competitiva desleal baseada em diferenças de preços causadas por flutuações cambiais.

A questão está correta porque descreve precisamente o conceito de PPC: a longo prazo, a taxa de câmbio reflete o diferencial de inflação entre duas economias.

Não há uma alternativa incorreta a ser analisada aqui, já que a pergunta é de "Certo ou Errado" e nosso foco foi justificar a correção da alternativa certa.

É importante que, ao se deparar com questões sobre teoria econômica, você observe os termos-chave como inflação, taxa de câmbio e paridade do poder de compra. Identificar o conceito central permitirá que você responda com mais confiança.

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Quesito CORRETO.

A paridade do poder de compra - PPC - implica manter a taxa real de câmbio constante. Matematicamente:

Z = E . ( Pext/Pint ) = constante

Na qual:

Z = taxa real de câmbio na cotação do incerto

E = taxa nominal de câmbio na cotação do incerto (taxa de câmbio que representa o preço relativo entre duas moedas nacionais quaisquer)

Pext = nível de preços externo (país estrangeiro)

Pint = nível de preços interno 

Aplicando logaritmo natural:

lnZ = lnE + lnPext - lnPint

Derivando em relação ao tempo:

0 = (1/t) dE/dt + (1/t) dPext/dt - (1/t) dPint/dt

Eliminando (1/t):

0 = dE/dt + dPext/dt - dPint/dt

Rearranjando o resultado:

dE/dt = dPint/dt - dPext/dt

Baseado no resultado acima, conclui-se que a PPC é uma teoria de inflação da taxa de câmbio. Como pode ser verificado, a taxa de variação do câmbio nominal entre duas moedas reflete o diferencial de inflação existente entre essas duas economias, mais precisamente, corresponde à diferença entre a inflação doméstica e a externa.

 Quesito CORRETO.

Suponhamos dois países: Brasil e Estados Unidos - EUA. Digamos que, no Brasil, um "hambúrguer especial" custe R$ 10,00 - dez reais - e, nos EUA, U$ 5,00 - cinco dólares. Imaginemos que o câmbio seja exatamente R$ 2,00/ U$ 1,00.  Esse câmbio implica que o custo do sanduíche no Brasil é igual ao dos EUA. Com 5 dólares, um estadunidense compra o "hambúrguer especial". Se ele viajar para o Brasil, trocará os seus 5 dólares por 10 reais (cada dólar é trocado por 2 reais) e também poderá comprar o "hambúrguer especial". Como pode ser percebido, o custo é o mesmo.

Decorrido um ano, houve uma inflação de 80% no Brasil e de 20% nos EUA (calma pessoal, é só para facilitar os cálculos - não se assustem!!!). Agora, o "hambúrguer especial" custa R$ 18,00 no Brasil e U$ 6,00 nos EUA. Vamos supor que a taxa nominal de câmbio tenha se mantido inalterada. Com 6 dólares, o estadunidense compra o seu "hambúrguer especial" em seu país. Desembarcando no Brasil, ele trocará os seus 6 dólares por apenas 12 reais e não mais poderá comprar o "hambúrguer especial", uma vez que a inflação do Brasil foi maior do que a dos EUA. E agora?

Para manter a "paridade do poder de compra", a taxa nominal de câmbio deverá modificar-se para R$ 3,00/U$ 1,00. Essa mudança refletirá a variação de preços ocorrida entre os dois países, ou seja, refletirá a inflação. 

OBSERVAÇÂO: Para quem tem maiores conhecimentos de economia, o exemplo acima é bastante simples. Nele, eu considerei que a taxa real de câmbio era constante com valor igual a 1 - paridade absoluta. Assim, pude aplicar a lei do preço único. Para uma resposta matematicamente correta e mais sofisticada, veja o comentário a seguir.

 

Quando Gustav Cassel elaborou a teoria de Paridade do Poder de Compra (PPC), ele levou em consideração que a taxa de câmbio de um país tende a se desvalorizar na mesma proporção que aumenta o nível dos preços. Dessa forma, deveria, em tese, contabilizar a inflação.

CERTO.

O ano é 2020 (aquele pandêmico que nunca acaba), leio o comentário brilhante do José Marcos, de 2010, e fico satisfeita em entender o conteúdo. Porém, também fico perplexa com o Índice Big Mac de 2020: "aqui no Brasil, o Big Mac custa R$ 20,90. Nos Estados Unidos, US$ 5,71. Ao dividirmos um preço pelo outro, temos que a taxa de câmbio deveria ser de R$ 3,66, ou seja, um dólar equivaleria a três reais e sessenta e seis centavos no mundo do tio Ronald". Hoje a cotação do dólar está em torno de R$ 5,3. Não sei se rio ou se choro... Fonte: https://vejario.abril.com.br/blog/luciana-brafman/indice-big-mac-pandemia-coronavirus/

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