Questões de Concurso Para saúde

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Q1269943 Matemática
Dada uma matriz A triangular superior e uma matriz B diagonal a multiplicação destas matrizes, ou seja, AB resultará em uma matriz do tipo?
Alternativas
Q1269942 Português

NÓS, OS LINCHADORES

Paulo Roberto Pires

Jornalista e professor de Comunicação da UFRJ


      De Curitiba às mais longínquas periferias, grassa entre nós a ideia de que a vingança é mais rápida e eficiente do que a Justiça — e, por isso, deve substituí-la para salvar a pátria, o patrimônio ou a honra. Porteira aberta para a barbárie, esse princípio muitas vezes prevalece por meio de ardis perfeitamente legais, mas é mais frequente que se faça valer com paus e pedras. Tradição subterrânea do país abençoado por Deus e bonito por natureza, a cultura do linchamento é examinada em incômodos detalhes em A primeira pedra, documentário de Vladimir Seixas disponível no Futura Play.

      O assunto é complexo e desconcertante. O ódio que aflora num linchamento certamente tem origem nos abismos sociais que se aprofundam sob a perversa orientação demofóbica que há muito define os que mandam. É fato que, quanto mais desassistido, mais vulnerável o cidadão está à ideia de fazer justiça com as próprias mãos — e, é claro, também de sofrê-la. Mas o horror não se explica apenas por conjunturas históricas e sociais: é no fator humano que está o busílis. Quando se instala a lei de talião, do olho por olho, a distância da palavra ao ato é menor do que se pode imaginar, como demonstram sobreviventes, parentes de vítimas, intelectuais e anônimos “cidadãos de bem” ouvidos no documentário.

      “Se eu fosse atingida por uma violência, assassinassem um filho meu, eu ia ter vontade de fazer justiça com as próprias mãos”, diz uma mulher, em off, num depoimento que abre o filme. “Eu sou uma cidadã de bem. Eu sou inclusive da área da saúde, então eu deveria zelar sempre pela vida. Mas, se fosse atingida, teria um espírito vingativo.” Tem-se aí a medida da profundidade do buraco: cidadãos partem para o crime acreditando-se perfeitamente conformes à lei e à ordem.

      José de Souza Martins, sociólogo da USP que há 30 anos estuda o tema e é consultor de A primeira pedra, calcula que cerca de 1 milhão de brasileiros tenham se envolvido em algum linchamento — hoje se acredita que uma pessoa por dia seja emboscada dessa forma. Trata-se de um ritual que vai além da explosão vingativa: não basta exterminar, é preciso supliciar a vítima. E, tão importante quanto sua imolação, é expor esse sofrimento de modo ritual, como se fundamentasse o exemplo.

      Cleidenilson Pereira não tinha antecedentes criminais quando, aos 29 anos, tentou assaltar um botequim na periferia de São Luís, no Maranhão. Pego pela vizinhança, foi despido, amarrado a um poste e espancado até a morte. Mais sorte teve André Luiz Ribeiro. Confundido com o assaltante de um outro bar, este em São Paulo, foi preso por pai e filho, donos do estabelecimento, e apanhou até ser salvo por bombeiros — que resolveram dar crédito a seus apelos de inocência quando provou, numa inusitada aula sobre Revolução Francesa, que ganhava a vida como professor de história.

      A popularização das redes sociais e a onipresença de câmeras em qualquer tempo e lugar só potencializaram a cultura do linchamento. Foi uma notícia falsa, a princípio postada no Facebook, que sentenciou Fabiane Maria de Jesus, que tinha 33 anos. Confundida com uma sequestradora de crianças, a dona de casa foi massacrada num bairro pobre do balneário paulista do Guarujá. De um grupo de WhatsApp veio o veredicto sobre Luiz Aurélio de Paula e sua mulher, também acusados de sequestrar menores. A mensagem trazia o áudio do pai de uma criança supostamente abordada e a foto do casal. Encurralados por centenas de pessoas em Araruama, no litoral fluminense, foram salvos por guardas civis. O carro deles foi incendiado.

      O caldo em que fervem notícias falsas, afrontas aos direitos humanos e incitação à violência alimenta as turbas de linchadores que clamam por justiça.

      E, não por acaso, nutre as propostas de governo do inominável candidato à Presidência. A primeira pedra faz ver melhor o presente e projeta uma distopia tenebrosa, que deve ser combatida sem relativismos. “Cidadãos de bem”, um número significativo deles, parecem dispostos a referendar como política de Estado o que nesse documentário essencial é mostrado como o que de fato é: um crime bárbaro e sem atenuantes.

Adaptação: https://epoca.globo.com/pauloroberto-pires/nos-os-linchadores-22855210, acesso em 12 de jul. de 2018. 

A palavra acentuada pela mesma razão que violência é:
Alternativas
Q1269941 Português

NÓS, OS LINCHADORES

Paulo Roberto Pires

Jornalista e professor de Comunicação da UFRJ


      De Curitiba às mais longínquas periferias, grassa entre nós a ideia de que a vingança é mais rápida e eficiente do que a Justiça — e, por isso, deve substituí-la para salvar a pátria, o patrimônio ou a honra. Porteira aberta para a barbárie, esse princípio muitas vezes prevalece por meio de ardis perfeitamente legais, mas é mais frequente que se faça valer com paus e pedras. Tradição subterrânea do país abençoado por Deus e bonito por natureza, a cultura do linchamento é examinada em incômodos detalhes em A primeira pedra, documentário de Vladimir Seixas disponível no Futura Play.

      O assunto é complexo e desconcertante. O ódio que aflora num linchamento certamente tem origem nos abismos sociais que se aprofundam sob a perversa orientação demofóbica que há muito define os que mandam. É fato que, quanto mais desassistido, mais vulnerável o cidadão está à ideia de fazer justiça com as próprias mãos — e, é claro, também de sofrê-la. Mas o horror não se explica apenas por conjunturas históricas e sociais: é no fator humano que está o busílis. Quando se instala a lei de talião, do olho por olho, a distância da palavra ao ato é menor do que se pode imaginar, como demonstram sobreviventes, parentes de vítimas, intelectuais e anônimos “cidadãos de bem” ouvidos no documentário.

      “Se eu fosse atingida por uma violência, assassinassem um filho meu, eu ia ter vontade de fazer justiça com as próprias mãos”, diz uma mulher, em off, num depoimento que abre o filme. “Eu sou uma cidadã de bem. Eu sou inclusive da área da saúde, então eu deveria zelar sempre pela vida. Mas, se fosse atingida, teria um espírito vingativo.” Tem-se aí a medida da profundidade do buraco: cidadãos partem para o crime acreditando-se perfeitamente conformes à lei e à ordem.

      José de Souza Martins, sociólogo da USP que há 30 anos estuda o tema e é consultor de A primeira pedra, calcula que cerca de 1 milhão de brasileiros tenham se envolvido em algum linchamento — hoje se acredita que uma pessoa por dia seja emboscada dessa forma. Trata-se de um ritual que vai além da explosão vingativa: não basta exterminar, é preciso supliciar a vítima. E, tão importante quanto sua imolação, é expor esse sofrimento de modo ritual, como se fundamentasse o exemplo.

      Cleidenilson Pereira não tinha antecedentes criminais quando, aos 29 anos, tentou assaltar um botequim na periferia de São Luís, no Maranhão. Pego pela vizinhança, foi despido, amarrado a um poste e espancado até a morte. Mais sorte teve André Luiz Ribeiro. Confundido com o assaltante de um outro bar, este em São Paulo, foi preso por pai e filho, donos do estabelecimento, e apanhou até ser salvo por bombeiros — que resolveram dar crédito a seus apelos de inocência quando provou, numa inusitada aula sobre Revolução Francesa, que ganhava a vida como professor de história.

      A popularização das redes sociais e a onipresença de câmeras em qualquer tempo e lugar só potencializaram a cultura do linchamento. Foi uma notícia falsa, a princípio postada no Facebook, que sentenciou Fabiane Maria de Jesus, que tinha 33 anos. Confundida com uma sequestradora de crianças, a dona de casa foi massacrada num bairro pobre do balneário paulista do Guarujá. De um grupo de WhatsApp veio o veredicto sobre Luiz Aurélio de Paula e sua mulher, também acusados de sequestrar menores. A mensagem trazia o áudio do pai de uma criança supostamente abordada e a foto do casal. Encurralados por centenas de pessoas em Araruama, no litoral fluminense, foram salvos por guardas civis. O carro deles foi incendiado.

      O caldo em que fervem notícias falsas, afrontas aos direitos humanos e incitação à violência alimenta as turbas de linchadores que clamam por justiça.

      E, não por acaso, nutre as propostas de governo do inominável candidato à Presidência. A primeira pedra faz ver melhor o presente e projeta uma distopia tenebrosa, que deve ser combatida sem relativismos. “Cidadãos de bem”, um número significativo deles, parecem dispostos a referendar como política de Estado o que nesse documentário essencial é mostrado como o que de fato é: um crime bárbaro e sem atenuantes.

Adaptação: https://epoca.globo.com/pauloroberto-pires/nos-os-linchadores-22855210, acesso em 12 de jul. de 2018. 

Marque a alternativa em que as palavras sublinhadas, no período “Mas, se fosse atingida, teria um espírito vingativo”, estão corretamente classificadas quanto às classes de palavras, na ordem em que aparecem:
Alternativas
Q1269940 Português

NÓS, OS LINCHADORES

Paulo Roberto Pires

Jornalista e professor de Comunicação da UFRJ


      De Curitiba às mais longínquas periferias, grassa entre nós a ideia de que a vingança é mais rápida e eficiente do que a Justiça — e, por isso, deve substituí-la para salvar a pátria, o patrimônio ou a honra. Porteira aberta para a barbárie, esse princípio muitas vezes prevalece por meio de ardis perfeitamente legais, mas é mais frequente que se faça valer com paus e pedras. Tradição subterrânea do país abençoado por Deus e bonito por natureza, a cultura do linchamento é examinada em incômodos detalhes em A primeira pedra, documentário de Vladimir Seixas disponível no Futura Play.

      O assunto é complexo e desconcertante. O ódio que aflora num linchamento certamente tem origem nos abismos sociais que se aprofundam sob a perversa orientação demofóbica que há muito define os que mandam. É fato que, quanto mais desassistido, mais vulnerável o cidadão está à ideia de fazer justiça com as próprias mãos — e, é claro, também de sofrê-la. Mas o horror não se explica apenas por conjunturas históricas e sociais: é no fator humano que está o busílis. Quando se instala a lei de talião, do olho por olho, a distância da palavra ao ato é menor do que se pode imaginar, como demonstram sobreviventes, parentes de vítimas, intelectuais e anônimos “cidadãos de bem” ouvidos no documentário.

      “Se eu fosse atingida por uma violência, assassinassem um filho meu, eu ia ter vontade de fazer justiça com as próprias mãos”, diz uma mulher, em off, num depoimento que abre o filme. “Eu sou uma cidadã de bem. Eu sou inclusive da área da saúde, então eu deveria zelar sempre pela vida. Mas, se fosse atingida, teria um espírito vingativo.” Tem-se aí a medida da profundidade do buraco: cidadãos partem para o crime acreditando-se perfeitamente conformes à lei e à ordem.

      José de Souza Martins, sociólogo da USP que há 30 anos estuda o tema e é consultor de A primeira pedra, calcula que cerca de 1 milhão de brasileiros tenham se envolvido em algum linchamento — hoje se acredita que uma pessoa por dia seja emboscada dessa forma. Trata-se de um ritual que vai além da explosão vingativa: não basta exterminar, é preciso supliciar a vítima. E, tão importante quanto sua imolação, é expor esse sofrimento de modo ritual, como se fundamentasse o exemplo.

      Cleidenilson Pereira não tinha antecedentes criminais quando, aos 29 anos, tentou assaltar um botequim na periferia de São Luís, no Maranhão. Pego pela vizinhança, foi despido, amarrado a um poste e espancado até a morte. Mais sorte teve André Luiz Ribeiro. Confundido com o assaltante de um outro bar, este em São Paulo, foi preso por pai e filho, donos do estabelecimento, e apanhou até ser salvo por bombeiros — que resolveram dar crédito a seus apelos de inocência quando provou, numa inusitada aula sobre Revolução Francesa, que ganhava a vida como professor de história.

      A popularização das redes sociais e a onipresença de câmeras em qualquer tempo e lugar só potencializaram a cultura do linchamento. Foi uma notícia falsa, a princípio postada no Facebook, que sentenciou Fabiane Maria de Jesus, que tinha 33 anos. Confundida com uma sequestradora de crianças, a dona de casa foi massacrada num bairro pobre do balneário paulista do Guarujá. De um grupo de WhatsApp veio o veredicto sobre Luiz Aurélio de Paula e sua mulher, também acusados de sequestrar menores. A mensagem trazia o áudio do pai de uma criança supostamente abordada e a foto do casal. Encurralados por centenas de pessoas em Araruama, no litoral fluminense, foram salvos por guardas civis. O carro deles foi incendiado.

      O caldo em que fervem notícias falsas, afrontas aos direitos humanos e incitação à violência alimenta as turbas de linchadores que clamam por justiça.

      E, não por acaso, nutre as propostas de governo do inominável candidato à Presidência. A primeira pedra faz ver melhor o presente e projeta uma distopia tenebrosa, que deve ser combatida sem relativismos. “Cidadãos de bem”, um número significativo deles, parecem dispostos a referendar como política de Estado o que nesse documentário essencial é mostrado como o que de fato é: um crime bárbaro e sem atenuantes.

Adaptação: https://epoca.globo.com/pauloroberto-pires/nos-os-linchadores-22855210, acesso em 12 de jul. de 2018. 

O verbo sublinhado no período “A popularização das redes sociais e a onipresença de câmeras em qualquer tempo e lugar só potencializaram a cultura do linchamento” classifica-se quanto à regência verbal como:
Alternativas
Q1269939 Português

NÓS, OS LINCHADORES

Paulo Roberto Pires

Jornalista e professor de Comunicação da UFRJ


      De Curitiba às mais longínquas periferias, grassa entre nós a ideia de que a vingança é mais rápida e eficiente do que a Justiça — e, por isso, deve substituí-la para salvar a pátria, o patrimônio ou a honra. Porteira aberta para a barbárie, esse princípio muitas vezes prevalece por meio de ardis perfeitamente legais, mas é mais frequente que se faça valer com paus e pedras. Tradição subterrânea do país abençoado por Deus e bonito por natureza, a cultura do linchamento é examinada em incômodos detalhes em A primeira pedra, documentário de Vladimir Seixas disponível no Futura Play.

      O assunto é complexo e desconcertante. O ódio que aflora num linchamento certamente tem origem nos abismos sociais que se aprofundam sob a perversa orientação demofóbica que há muito define os que mandam. É fato que, quanto mais desassistido, mais vulnerável o cidadão está à ideia de fazer justiça com as próprias mãos — e, é claro, também de sofrê-la. Mas o horror não se explica apenas por conjunturas históricas e sociais: é no fator humano que está o busílis. Quando se instala a lei de talião, do olho por olho, a distância da palavra ao ato é menor do que se pode imaginar, como demonstram sobreviventes, parentes de vítimas, intelectuais e anônimos “cidadãos de bem” ouvidos no documentário.

      “Se eu fosse atingida por uma violência, assassinassem um filho meu, eu ia ter vontade de fazer justiça com as próprias mãos”, diz uma mulher, em off, num depoimento que abre o filme. “Eu sou uma cidadã de bem. Eu sou inclusive da área da saúde, então eu deveria zelar sempre pela vida. Mas, se fosse atingida, teria um espírito vingativo.” Tem-se aí a medida da profundidade do buraco: cidadãos partem para o crime acreditando-se perfeitamente conformes à lei e à ordem.

      José de Souza Martins, sociólogo da USP que há 30 anos estuda o tema e é consultor de A primeira pedra, calcula que cerca de 1 milhão de brasileiros tenham se envolvido em algum linchamento — hoje se acredita que uma pessoa por dia seja emboscada dessa forma. Trata-se de um ritual que vai além da explosão vingativa: não basta exterminar, é preciso supliciar a vítima. E, tão importante quanto sua imolação, é expor esse sofrimento de modo ritual, como se fundamentasse o exemplo.

      Cleidenilson Pereira não tinha antecedentes criminais quando, aos 29 anos, tentou assaltar um botequim na periferia de São Luís, no Maranhão. Pego pela vizinhança, foi despido, amarrado a um poste e espancado até a morte. Mais sorte teve André Luiz Ribeiro. Confundido com o assaltante de um outro bar, este em São Paulo, foi preso por pai e filho, donos do estabelecimento, e apanhou até ser salvo por bombeiros — que resolveram dar crédito a seus apelos de inocência quando provou, numa inusitada aula sobre Revolução Francesa, que ganhava a vida como professor de história.

      A popularização das redes sociais e a onipresença de câmeras em qualquer tempo e lugar só potencializaram a cultura do linchamento. Foi uma notícia falsa, a princípio postada no Facebook, que sentenciou Fabiane Maria de Jesus, que tinha 33 anos. Confundida com uma sequestradora de crianças, a dona de casa foi massacrada num bairro pobre do balneário paulista do Guarujá. De um grupo de WhatsApp veio o veredicto sobre Luiz Aurélio de Paula e sua mulher, também acusados de sequestrar menores. A mensagem trazia o áudio do pai de uma criança supostamente abordada e a foto do casal. Encurralados por centenas de pessoas em Araruama, no litoral fluminense, foram salvos por guardas civis. O carro deles foi incendiado.

      O caldo em que fervem notícias falsas, afrontas aos direitos humanos e incitação à violência alimenta as turbas de linchadores que clamam por justiça.

      E, não por acaso, nutre as propostas de governo do inominável candidato à Presidência. A primeira pedra faz ver melhor o presente e projeta uma distopia tenebrosa, que deve ser combatida sem relativismos. “Cidadãos de bem”, um número significativo deles, parecem dispostos a referendar como política de Estado o que nesse documentário essencial é mostrado como o que de fato é: um crime bárbaro e sem atenuantes.

Adaptação: https://epoca.globo.com/pauloroberto-pires/nos-os-linchadores-22855210, acesso em 12 de jul. de 2018. 

De acordo com o texto OS CIDADÃOS DO BEM:
Alternativas
Q1269938 Português

NÓS, OS LINCHADORES

Paulo Roberto Pires

Jornalista e professor de Comunicação da UFRJ


      De Curitiba às mais longínquas periferias, grassa entre nós a ideia de que a vingança é mais rápida e eficiente do que a Justiça — e, por isso, deve substituí-la para salvar a pátria, o patrimônio ou a honra. Porteira aberta para a barbárie, esse princípio muitas vezes prevalece por meio de ardis perfeitamente legais, mas é mais frequente que se faça valer com paus e pedras. Tradição subterrânea do país abençoado por Deus e bonito por natureza, a cultura do linchamento é examinada em incômodos detalhes em A primeira pedra, documentário de Vladimir Seixas disponível no Futura Play.

      O assunto é complexo e desconcertante. O ódio que aflora num linchamento certamente tem origem nos abismos sociais que se aprofundam sob a perversa orientação demofóbica que há muito define os que mandam. É fato que, quanto mais desassistido, mais vulnerável o cidadão está à ideia de fazer justiça com as próprias mãos — e, é claro, também de sofrê-la. Mas o horror não se explica apenas por conjunturas históricas e sociais: é no fator humano que está o busílis. Quando se instala a lei de talião, do olho por olho, a distância da palavra ao ato é menor do que se pode imaginar, como demonstram sobreviventes, parentes de vítimas, intelectuais e anônimos “cidadãos de bem” ouvidos no documentário.

      “Se eu fosse atingida por uma violência, assassinassem um filho meu, eu ia ter vontade de fazer justiça com as próprias mãos”, diz uma mulher, em off, num depoimento que abre o filme. “Eu sou uma cidadã de bem. Eu sou inclusive da área da saúde, então eu deveria zelar sempre pela vida. Mas, se fosse atingida, teria um espírito vingativo.” Tem-se aí a medida da profundidade do buraco: cidadãos partem para o crime acreditando-se perfeitamente conformes à lei e à ordem.

      José de Souza Martins, sociólogo da USP que há 30 anos estuda o tema e é consultor de A primeira pedra, calcula que cerca de 1 milhão de brasileiros tenham se envolvido em algum linchamento — hoje se acredita que uma pessoa por dia seja emboscada dessa forma. Trata-se de um ritual que vai além da explosão vingativa: não basta exterminar, é preciso supliciar a vítima. E, tão importante quanto sua imolação, é expor esse sofrimento de modo ritual, como se fundamentasse o exemplo.

      Cleidenilson Pereira não tinha antecedentes criminais quando, aos 29 anos, tentou assaltar um botequim na periferia de São Luís, no Maranhão. Pego pela vizinhança, foi despido, amarrado a um poste e espancado até a morte. Mais sorte teve André Luiz Ribeiro. Confundido com o assaltante de um outro bar, este em São Paulo, foi preso por pai e filho, donos do estabelecimento, e apanhou até ser salvo por bombeiros — que resolveram dar crédito a seus apelos de inocência quando provou, numa inusitada aula sobre Revolução Francesa, que ganhava a vida como professor de história.

      A popularização das redes sociais e a onipresença de câmeras em qualquer tempo e lugar só potencializaram a cultura do linchamento. Foi uma notícia falsa, a princípio postada no Facebook, que sentenciou Fabiane Maria de Jesus, que tinha 33 anos. Confundida com uma sequestradora de crianças, a dona de casa foi massacrada num bairro pobre do balneário paulista do Guarujá. De um grupo de WhatsApp veio o veredicto sobre Luiz Aurélio de Paula e sua mulher, também acusados de sequestrar menores. A mensagem trazia o áudio do pai de uma criança supostamente abordada e a foto do casal. Encurralados por centenas de pessoas em Araruama, no litoral fluminense, foram salvos por guardas civis. O carro deles foi incendiado.

      O caldo em que fervem notícias falsas, afrontas aos direitos humanos e incitação à violência alimenta as turbas de linchadores que clamam por justiça.

      E, não por acaso, nutre as propostas de governo do inominável candidato à Presidência. A primeira pedra faz ver melhor o presente e projeta uma distopia tenebrosa, que deve ser combatida sem relativismos. “Cidadãos de bem”, um número significativo deles, parecem dispostos a referendar como política de Estado o que nesse documentário essencial é mostrado como o que de fato é: um crime bárbaro e sem atenuantes.

Adaptação: https://epoca.globo.com/pauloroberto-pires/nos-os-linchadores-22855210, acesso em 12 de jul. de 2018. 

O texto “Nós, os linchadores” trata, prioritariamente:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: EBSERH
Q1239538 Medicina
Em relação à desnutrição energético-proteica  encontrada em pacientes com anorexia nervosa, assinale a alternativa correta:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IBGP Órgão: CISSUL - MG
Q1239520 Enfermagem
Para um adequado atendimento pré-hospitalar móvel o mesmo deve estar vinculado a uma Central de Regulação de Urgências e Emergências. A central deve ser de fácil acesso ao público, por via telefônica, em sistema gratuito.
A respeito deste acesso está INCORRETO afirmar que:
Alternativas
Ano: 2017 Banca: FUNDATEC Órgão: FHGV
Q1239501 Medicina
Em relação à investigação diagnóstica de Infecção do Trato Urinário (ITU) na criança, analise as assertivas abaixo:
I. Toda criança, independentemente de idade e sexo, que tenha diagnóstico de certeza de ITU, merece uma investigação por imagem. II. Por ser exame não invasivo e não expor o paciente à radiação, a ultrassonografia deve ser realizada em todos os que apresentaram ITU com o intuito de confirmar e/ou detectar malformações. III. A uretrocistografia miccional é exame padrão-ouro na detecção da cicatriz renal. IV. A cintilografia renal busca lesões da coluna, visualização da uretra, a presença de divertículo e a demonstração de Refluxo Vesicoureteral.
Quais estão corretas?
Alternativas
Ano: 2017 Banca: FUNDATEC Órgão: FHGV
Q1239487 Medicina
Analise as assertivas abaixo em relação à vitamina D e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) A ação reconhecida da vitamina D é na saúde óssea. Suas ações extraesqueléticas ainda requerem confirmação. ( ) Não existe determinação em relação aos pontos de corte da 25-OH-vitamina D que definam sua suficiência, insuficiência e deficiência. ( ) Uma alimentação orientada pode ser rica em vitamina D e deixará desnecessária a exposição solar. ( ) A preparação de escolha da vitamina D deve ser o colecalciferol, que é um metabólito mais ativo do que o ergocalciferol. ( ) Como o raquitismo é causado exclusivamente pela hipovitaminose D, o tratamento com cálcio é absolutamente desnecessário.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: AOCP Órgão: EBSERH
Q1239434 Medicina
Qual é o índice de uma lente oftálmica que possui maior aberração óptica? 
Alternativas
Ano: 2017 Banca: FUNDATEC Órgão: GHC-RS
Q1239428 Nutrição
Chateaubriand, Tournedos, Medalhões e Escalopes, são cortes nobres de qual proteína?
Alternativas
Ano: 2008 Banca: FUNRIO Órgão: SESDEC-RJ
Q1239374 Biologia
Supondo que você tenha comido um pão recheado com um pedaço de carne antes de comparecer ao local de realização dessa prova, pode-se afirmar que o início da digestão do pão e da carne ocorreu, respectivamente, nos seguintes órgãos:
Alternativas
Ano: 2013 Banca: FUNDEPES Órgão: CISSUL - MG
Q1239349 Noções de Informática
As regras e convenções usadas na comunicação das redes de computadores são conhecidas como
Alternativas
Ano: 2016 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SES-DF
Q1239287 Odontologia
A identificação dos componentes sensoriais que compõem a estrutura pulpar representa uma ferramenta essencial para análise da condição tecidual. A aferição do nível de integridade do complexo dentinopulpar é determinante para a indicação da conduta terapêutica a ser adotada. Com relação a esse assunto, julgue o item a seguir.
As pulpites reversíveis são caracterizadas por dor fugaz, promovida a partir do estímulo com impulsos na velocidade de 2 m/s a 30 m/s.
Alternativas
Ano: 2015 Banca: FAFIPA Órgão: CISCOPAR
Q1239266 Direito Sanitário
Segundo a Lei 8.080/90, os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) são:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: EBSERH
Q1239257 Medicina
Senhor de 65 anos procura o Pronto Socorro com dor na região lombar. Na escala analógica de dor, apontou nota 10 de 10. Refere que a dor começou de forma insidiosa há cerca de 2 meses. Pensou que fosse um mal jeito, não deu atenção. Quando percebeu, já estava com muita dor e limitação à deambulação. Nega antecedente mórbido. Ex tabagista 30 maços/ano, parou há 20 anos. Ao exame: REG, descorado 2+/4+, desidratado 3+/4+. Ausculta cardíaca: Bulhas rítmicas em 2 tempos, taquicárdicas 100 bpm. Dor à palpação na região lombar. Sem contratura local. Exames de laboratório: hemoglobina= 9 g/dL, VCM= 77fL, HCM= 26pg, U=140 mg/dL e Creatinina= 3 mg/dL, Calcio= 12mg/dL
Assinale a alternativa que apresenta, dentre os exames  complementares a seguir, aqueles que seriam melhores para a elucidação diagnóstica:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SES-DF
Q1239249 Odontologia
A identificação dos componentes sensoriais que compõem a estrutura pulpar representa uma ferramenta essencial para análise da condição tecidual. A aferição do nível de integridade do complexo dentinopulpar é determinante para a indicação da conduta terapêutica a ser adotada. Com relação a esse assunto, julgue o item a seguir.
Na zona acelular de Weill alojam-se as fibras tipo C, que formam um complexo denominado de Rashkow.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: FUNDATEC Órgão: FHGV
Q1239235 Medicina
A sequência correta de confecção de uma tala gessada é:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SES-DF
Q1239221 Odontologia
A identificação dos componentes sensoriais que compõem a estrutura pulpar representa uma ferramenta essencial para análise da condição tecidual. A aferição do nível de integridade do complexo dentinopulpar é determinante para a indicação da conduta terapêutica a ser adotada. Com relação a esse assunto, julgue o item a seguir.

Os mastócitos, situados na periferia dos vasos, atuam como agentes álgicos complementares no processo inflamatório por meio da liberação de cininas.
Alternativas
Respostas
5381: D
5382: B
5383: E
5384: D
5385: A
5386: C
5387: C
5388: A
5389: C
5390: B
5391: E
5392: E
5393: D
5394: C
5395: C
5396: C
5397: C
5398: E
5399: B
5400: C