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Uma cultura é identificada pelos seus sistemas de explicações, filosofias, teorias, e ações e pelos comportamentos cotidianos. Tudo isso se apoia em processos de comunicação, de representações, de classificação, de comparação, de quantificação, de contagem, de medição, de inferências. Esses processos se dão de maneiras diferentes nas diversas culturas e se transformam ao longo do tempo. Eles sempre revelam as influências do meio e se organizam com uma lógica interna, se codificam e se formalizam.
D`AMBROSIO, U. Sociedade, cultura, matemática e seu ensino. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 99-120, jan./abr. 2005.
No texto, o professor e pesquisador Ubiratan D`Ambrosio (1932-2021), idealizador do Programa Etnomatemática, está descrevendo processos por meio dos quais, na sua visão, surge
Embora a modelagem matemática seja um processo característico do trabalho do matemático profissional, especialmente da matemática aplicada, muitos educadores matemáticos têm defendido e criado propostas para ensinar matemática na Educação Básica por meio desse processo.
A estratégia para desenvolver a modelagem matemática no ensino envolve algumas etapas que, mesmo diferentes em sua proposição por parte dos educadores, contém similaridades e compreendem uma série de ações pedagógicas que orientam o trabalho do professor. Como exemplos dessas etapas, pode-se citar as propostas por Almeida, Silva e Vertuan, no livro "Modelagem matemática na educação básica" (2012): "inteiração", "matematização", "resolução", "interpretação de resultados e validação". E as propostas por Biembengut e Hein, em seu livro "Modelagem matemática no ensino" (2011): "interação", "matematização" e "modelo matemático".
Elaborado pelo(a) autor(a).
Como evidencia-se no texto, o início de um trabalho com modelagem matemática na Educação Básica está na etapa da interação, na qual os estudantes
Modelagem matemática é um processo dinâmico utilizado para a obtenção e validação de modelos matemáticos. É uma forma de abstração e generalização com a finalidade de previsão de tendências. A modelagem consiste, essencialmente, na arte de transformar situações da realidade em problemas matemáticos cujas soluções devem ser interpretadas na linguagem usual.
BASSANEZI, R. C. Ensino e aprendizagem com modelagem matemática. São Paulo: Contexto, 2002.
No contexto da conceituação de modelagem matemática feita pelo autor do texto, a expressão modelo matemático significa
Leia o texto a seguir.
De maneira geral, têm sido valiosas as discussões sobre a resolução de problemas e são muito úteis os esforços para desenvolver currículos e materiais para estudantes e professores. Hoje em dia, é largamente aceita a ideia de que a resolução de problemas possuiu um proeminente papel no currículo. Entretanto, a discussão ainda não chegou a um consenso e, por isso, há diferentes abordagens para resolução de problemas, sintetizadas nas três seguintes:
I) Ensinar sobre resolução de problemas;
II) Ensinar a resolver problemas;
III) Ensinar matemática através da resolução de problemas.
Embora, na teoria, essas três abordagens possam ser isoladas, na prática em sala de aula elas se sobrepõem e ocorrem em diferentes combinações e sequências.
Em todo caso, se os desenvolvedores de currículo, autores de
livros didáticos ou professores almejam tornar a resolução de
problemas o foco do ensino, eles precisam estar atentos à
limitação inerente caso a adesão seja exclusiva às duas
primeiras abordagens.
SCHROEDER, Thomas L.; LESTER, Frank K. Developing understanding in mathematics via problem solving. New directions for elementary school mathematics, v. 31, 1989. [Adaptado].
A discussão presente no texto, difundida também entre
pesquisadores brasileiros, o que influenciou a concepção
presente nos "Parâmetros Curriculares Nacionais:
Matemática" (1998), sugere que "ensinar matemática
através da resolução de problemas" difere-se das outras
duas abordagens, pois o aprendizado, na terceira abordagem,
é
O Ensino Fundamental deve ter compromisso com o desenvolvimento [...] de competências e habilidades de raciocinar, representar, comunicar e argumentar matematicamente, de modo a favorecer o estabelecimento de conjecturas, a formulação e a resolução de problemas em uma variedade de contextos, utilizando conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas.
Deve também ter o compromisso de assegurar aos alunos reconhecer que os conhecimentos matemáticos são fundamentais para a compreensão e a atuação no mundo e perceber o caráter de jogo intelectual da matemática, como aspecto que favorece o desenvolvimento do raciocínio lógico e crítico, estimula a investigação e pode ser prazeroso (fruição).
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2017. [Adaptado].
Nesse trecho da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), introdutório ao capítulo destinado à área de matemática, o documento descreve um conceito preconizado como orientador para o ensino de matemática no ensino fundamental. Tal conceito é intitulado
Ora, definir um conceito é explicá-lo em termos de outros conceitos, estes anteriormente definidos, e demonstrar uma propriedade de um conceito, expressa por uma proposição, é mostrá-la decorrente de outras proposições, já antes demonstradas, por meio de regras de inferências fornecidas [...] pela Lógica costumeiramente usada na matemática.
Como tanto o definir quanto o demonstrar, na concepção enunciada, levam a um retrocesso indefinido, temos um sério problema a resolver. E a solução proposta pelo matemático, num caso e no outro, é aceitar uns tantos conceitos sem definição e umas tantas propriedades desses conceitos sem demonstração, assumindo o compromisso de, a partir daí, definir todos os outros conceitos e demonstrar todas as outras propriedades dos conceitos envolvidos. [...]
Essa é, grosseiramente falando, a arquitetura da matemática que nos foi doada pelo pensamento grego do V e VI séculos a.C., e sistematizada por Euclides em sua obra Elementos, três séculos antes de nossa era.
BICUDO, I. História da matemática: o pensamento da filosofia grega antiga e seus reflexos na educação matemática do mundo ocidental. In: BICUDO, M. A.V. (org.) Pesquisa em Educação Matemática: concepções & perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1999.
Ao descrever a "arquitetura" do livro de Euclides, entre outros aspectos, o autor do texto refere-se a proposições acolhidas sem demonstração, em contraposição a proposições acolhidas por meio de demonstrações. A esses dois tipos de proposições, que compõem os Elementos, dá-se, respectivamente, o nome de:
"… toda ciência pode ser exposta mediante dois caminhos essencialmente distintos: o caminho histórico e o caminho dogmático. [...] Pelo primeiro procedimento, expomos sucessivamente os conhecimentos na mesma ordem efetiva segundo a qual o espírito humano os obteve realmente, adotando, tanto quanto possível, as mesmas vias.[...] O primeiro modo é evidentemente aquele pelo qual começa, com toda necessidade, o estudo de cada ciência nascente, pois apresenta a propriedade de não exigir, para exposição dos conhecimentos, nenhum novo trabalho distinto daquele de sua formação. Toda didática se resume, então, em estudar, sucessivamente, na ordem cronológica, as diversas obras originais que contribuam para o progresso da ciência."
Augusto Comte (1798-1857), filósofo francês.
"O educador deve fazer a criança passar novamente por onde passaram seus antepassados, mais rapidamente, mas sem omitir etapa. Por essa razão, a história da ciência deve ser nosso primeiro guia."
Euclides de Medeiros Guimarães Roxo (1890-1950), engenheiro e professor de matemática brasileiro.
MIGUEL, A.; MIORIM, M. A. História na educação matemática: propostas e desafios. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
Nos trechos citados, oriundos de figuras que exerceram influência na história do ensino da matemática no Brasil, depreende-se uma posição sobre o uso da história da matemática no ensino, conhecida como "princípio genético", alvo de críticas por parte de especialistas educadores matemáticos pois, em sua versão pedagógica, tal princípio considera que
Leia o texto a seguir.
Em seu livro "A arte de resolver problemas" (1945), o matemático George Polya (1887-1985) apresenta 4 fases para a resolução de um problema, intituladas:
1. Compreensão do problema;
2. Estabelecimento de um plano;
3. Execução do plano;
4. Retrospecto.
Caso o resolvedor não consiga, de imediato, encontrar uma conexão entre os dados apresentados no problema e a incógnita, Polya sugere que se procure "problemas correlatos", auxiliares nesse processo.
Elaborado pelo(a) autor(a).
Procurar “problemas correlatos”, auxiliares no processo de
resolução de um problema, é uma estratégia que, segundo
sugere o matemático citado no texto, deve ocorrer na fase
Analise as imagens do Museu de Arte de Jishou (2019), na China, projetado pelo Atelier FCJZ, a seguir.
Nos últimos anos, os projetos de instituições culturais na
China têm se tornado sinônimo de edifícios autônomos,
deslocados do contexto urbano e social de suas cidades,
geralmente em áreas de expansão periféricas. A experiência
da cidade histórica de Jishou foi diferente, graças à proposta
do Atelier FCJZ, que negociou uma relocação em área central
da cidade, onde não mais havia espaço suficiente para
abrigar um edifício de grande porte. A abordagem do projeto,
como mostram as imagens, revela o interesse em
Diébédo Francis Kéré, ao explicar o projeto de sua autoria, da Escola Primária de Gando (com 310 m² de área construída, em Burkina Fasso, África), sugere que os arquitetos valorizem suas próprias culturas, não procurem soluções prontas de outros países, nem negligenciem a estética, o custo e as mudanças climáticas. Conhecido por projetar edifícios de impacto socioambiental, o arquiteto demonstra com esse edifício que ao
“A Praça Victor Civita, situada no bairro de Pinheiros, em São Paulo, foi projetada em 2006 por Levisky Arquitetos Associados e Anna Júlia Dietzsch, e finalizada em 2008. Com o propósito de reabilitar uma área abandonada e contaminada [...]. O escritório projetou um deck suspenso de madeira certificada, com espaços de passagem e permanência para os visitantes circularem e se engajarem em atividades. Foi criado o conceito de Museu Aberto da Sustentabilidade para explicar as soluções dadas aos problemas da área, e também uma exposição dentro do edifício, um antigo incinerador, para ensinar a história da reabilitação do espaço. A linguagem arquitetônica adotada na reforma do prédio optou pela estética da brutalidade, de forma que o lugar fosse parte da narrativa de recuperação. Foram instalados também jardins suspensos, com sistema de captação de água de chuva e jardineiras, além do paisagismo com plantas fitoterápicas e biocombustíveis.”
Memorial do projeto. Disponível em:<https://leviskyarquitetos.com.br/pracavictor-civita-museu-aberto-sustentabilidade/> . Acesso em: 17 mai. 2024.
Considerando a descrição e as imagens, o plano da praça Victor Civita adotou uma abordagem
As imagens mostram que, ao transformar o edifício residencial em galeria de arte, o projeto de restauração atualiza a linguagem arquitetônica projetada inicialmente por Zanine,