Questões da Prova FCC - 2011 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário - Área Judiciária

Foram encontradas 15 questões

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Q99943 Português

Os homens-placa

Uma cabeleira cor-de-rosa ou verde, um nariz de palha-
ço, luvas de Mickey gigantescas, pouco importa. Eis que surge
numa esquina, e replica-se em outras dez, o personagem mais
solitário de nossas ruas, o homem-placa das novas incorpora-
ções imobiliárias. Digo homem-placa, não porque ele seja vítima
do velho sistema de ficar ensanduichado entre duas tábuas de
madeira anunciando remédios ou espetáculos de teatro, nem
porque, numa versão mais recente, amarrem-lhe ao corpo um
meio colete de plástico amarelo para avisar que se compra ouro
ali por perto. Ele é homem-placa porque sua função é mostrar, a
cada encruzilhada mais importante do caminho, a direção certa
para o novo prédio de apartamentos que está sendo lançado.
Durante uma época, a prática foi encostar carros ve-
lhíssimos, verdadeiras sucatas, numa vaga de esquina, colo-
cando o anúncio do prédio em cima da capota. O efeito era
ruim, sem dúvida. Como acreditar no luxo e na distinção do edi-
fício Duvalier, com seu espaço gourmet e seu depósito de vinho
individual, se todo o sonho estava montado em cima de um
Opala 74 cor de tijolo com dois pneus no chão?
Eliminaram-se os carros-placa, assim como já pertencem
ao passado os grandes lançamentos performáticos do mercado
imobiliário. A coisa tinha, cerca de dez anos atrás, proporções
teatrais. Determinado prédio homenageava a Nova York eterna:
mocinhas eram contratadas para se fantasiarem de Estátua da
Liberdade, com o rosto pintado de verde, a tocha de plástico
numa mão, o folheto colorido na outra. Ou então era o Tio Sam,
eram Marilyns e Kennedys, que ocupavam a avenida Brasil, a
Nove de Julho, as ruas do Itaim.
Esses homens e mulheres-placa não se comparam se-
quer ao guardador de carros, que precisa impor certa presença
ao cliente incauto. Estão ali graças à sua inexistência social. Só
que sua função, paradoxalmente, é a de serem vistos; um cabe-
lo azul, um gesto repetitivo apontando o caminho já bastam.

(Adaptado de: Marcelo Coelho, www.marcelocoelho.folha.
blogspot.uol.com
)


Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
Alternativas
Q99942 Português

Os homens-placa

Uma cabeleira cor-de-rosa ou verde, um nariz de palha-
ço, luvas de Mickey gigantescas, pouco importa. Eis que surge
numa esquina, e replica-se em outras dez, o personagem mais
solitário de nossas ruas, o homem-placa das novas incorpora-
ções imobiliárias. Digo homem-placa, não porque ele seja vítima
do velho sistema de ficar ensanduichado entre duas tábuas de
madeira anunciando remédios ou espetáculos de teatro, nem
porque, numa versão mais recente, amarrem-lhe ao corpo um
meio colete de plástico amarelo para avisar que se compra ouro
ali por perto. Ele é homem-placa porque sua função é mostrar, a
cada encruzilhada mais importante do caminho, a direção certa
para o novo prédio de apartamentos que está sendo lançado.
Durante uma época, a prática foi encostar carros ve-
lhíssimos, verdadeiras sucatas, numa vaga de esquina, colo-
cando o anúncio do prédio em cima da capota. O efeito era
ruim, sem dúvida. Como acreditar no luxo e na distinção do edi-
fício Duvalier, com seu espaço gourmet e seu depósito de vinho
individual, se todo o sonho estava montado em cima de um
Opala 74 cor de tijolo com dois pneus no chão?
Eliminaram-se os carros-placa, assim como já pertencem
ao passado os grandes lançamentos performáticos do mercado
imobiliário. A coisa tinha, cerca de dez anos atrás, proporções
teatrais. Determinado prédio homenageava a Nova York eterna:
mocinhas eram contratadas para se fantasiarem de Estátua da
Liberdade, com o rosto pintado de verde, a tocha de plástico
numa mão, o folheto colorido na outra. Ou então era o Tio Sam,
eram Marilyns e Kennedys, que ocupavam a avenida Brasil, a
Nove de Julho, as ruas do Itaim.
Esses homens e mulheres-placa não se comparam se-
quer ao guardador de carros, que precisa impor certa presença
ao cliente incauto. Estão ali graças à sua inexistência social. Só
que sua função, paradoxalmente, é a de serem vistos; um cabe-
lo azul, um gesto repetitivo apontando o caminho já bastam.

(Adaptado de: Marcelo Coelho, www.marcelocoelho.folha.
blogspot.uol.com
)


Atente para as seguintes afirmações:

I. Destituídos de qualquer qualidade pessoal, os ho- mens-placa, em sua função mais recente, funcionam como meros sinalizadores físicos da localização dos negócios.

II. No terceiro parágrafo, as referências à Estátua da Liberdade, Marilyns e Kennedys mostram como a propaganda se vale de imagens estereotipadas para incutir prestígio em certos produtos.

III. A despersonalização a que se submetem os homens e mulheres-placa só não é maior do que a que sofre um guardador de carros.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
Alternativas
Q97371 Português
Resume em linguagem correta o sentido do último parágrafo do texto o que está em:
Alternativas
Q97370 Português
As palavras catequização (doutrinação religiosa) e purificação (tornar puro, depuração, limpeza), do segundo parágrafo, têm, respectivamente, desdobramentos nas se- guintes expressões do terceiro parágrafo:
Alternativas
Q97367 Português
Estão plenamente observadas as normas de concordância verbal na frase:
Alternativas
Respostas
6: E
7: B
8: A
9: C
10: C