Mortes violentas caem 4% em 2023, dizem dados do
Ministério da Justiça
O governo federal anunciou,nesta quarta-feira, 31, uma
queda de 4,17% no número de crimes violentos letais em
2023. De acordo com as estatísticas, foram registradas
40.429 mortes desse tipo em 2023, menos do que as 42.190
mortes notificadas em 2022.
Os dados incluem os crimes de homicídio, latrocínio
(roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte
e feminicídio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
participou, nesta quarta-feira, 31, de uma entrevista
coletiva temática sobre segurança pública. A área foi a pior
avaliada pela população durante o governo Lula, segundo
pesquisa do Instituto Atlas divulgada em setembro.
Painel construído pelo governo mostra ainda que houve
uma queda de 1,88% na quantidade de feminicídios em um
ano. Foram 1.438 mortes de mulheres em 2022, enquanto
em 2023, o país registrou 1.411. Os dados mostram uma
média de quatro feminicídios por dia no país no ano
passado. No Estado de São Paulo, esse tipo de crime bateu
recorde, como mostrou o Estadão.
O número de mortes violentas tem apresentado uma
tendência de queda desde 2018. Nos últimos anos, no
entanto, o poder de facções criminosas tem tido grande
influência na oscilação dos números. Estudos publicados
pelo Estadão indicam que o arrefecimento do conflito
entre grandes facções do país, com o PCC e o Comando
Vermelho, têm impacto direto na redução dos índices.
Historicamente, o País não possuía um dado unificado de
mortes violentas elaborado pelo governo federal. O
Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública
(Sinesp) foi criado em 2012, mas seu mapeamento com
dados fornecidos pelos Estados era precário, de acordo
com análise de especialistas. Nos últimos anos, a
atualização do Sinesp tem sido aperfeiçoada.
O presidente Lula defendeu que o combate aos pequenos
crimes seja humanizado e que haja foco no combate ao
crime organizado, que, segundo ele, "está na imprensa, está na política, está no futebol, está nos empresários, está
em todos os lugares do planeta."
"A gente quer humanizar o combate ao pequeno crime e
jogar pesado contra a indústria internacional do crime
organizado. Essa tem avião, navio, iate, tem poder em
muitas decisões em muitas instâncias".
Durante a apresentação, o ministro da Justiça e Segurança
Pública, Flávio Dino, afirmou que a redução desses crimes
mostra que a tese que defende a disseminação de armas de
fogo como solução para combate à violência é falsa.
"Mostramos que menos armas e menos crimes. Essa é a
síntese do panorama que apresentamos em 2023”, disse
Dino.
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br
Acesso em: 31/01/2024 (Adaptado