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Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.
OS NAMORADOS DA FILHA
___Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
___Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
___─ Mas aqui em casa.
___Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
___O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
___Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
___Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.
___Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:
___─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
___E foi deitar.
___Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.
___─ E o rapaz?
___─ perguntou o pai.
___─ Que rapaz? ─ disse ela.
___Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.
___Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.
(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero
Hora, 26/4/1998)
A palavra destacada no trecho “Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã” recebe acento gráfico pela mesma regra de acentuação da seguinte palavra:
Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.
OS NAMORADOS DA FILHA
___Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
___Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
___─ Mas aqui em casa.
___Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
___O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
___Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
___Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.
___Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:
___─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
___E foi deitar.
___Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.
___─ E o rapaz?
___─ perguntou o pai.
___─ Que rapaz? ─ disse ela.
___Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.
___Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.
(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero
Hora, 26/4/1998)
Sem que haja mudança de sentido, a palavra destacada no trecho “Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis” pode ser substituída por:
Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.
OS NAMORADOS DA FILHA
___Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
___Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
___─ Mas aqui em casa.
___Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
___O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
___Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
___Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.
___Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:
___─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
___E foi deitar.
___Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.
___─ E o rapaz?
___─ perguntou o pai.
___─ Que rapaz? ─ disse ela.
___Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.
___Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.
(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero
Hora, 26/4/1998)
“...que constância não era uma característica fundamental de sua filha”. A palavra sublinhada apresenta:
Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.
OS NAMORADOS DA FILHA
___Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
___Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
___─ Mas aqui em casa.
___Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
___O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
___Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
___Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.
___Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:
___─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
___E foi deitar.
___Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.
___─ E o rapaz?
___─ perguntou o pai.
___─ Que rapaz? ─ disse ela.
___Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.
___Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.
(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero
Hora, 26/4/1998)
As palavras destacadas nos trechos “Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada” e “Se estava na mesa do café da manhã, era namorado” indicam, respectivamente:
Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.
OS NAMORADOS DA FILHA
___Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
___Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
___─ Mas aqui em casa.
___Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
___O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
___Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
___Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.
___Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:
___─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
___E foi deitar.
___Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.
___─ E o rapaz?
___─ perguntou o pai.
___─ Que rapaz? ─ disse ela.
___Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.
___Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.
(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero
Hora, 26/4/1998)
De acordo com o texto, assinale a opção CORRETA.
Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.
OS NAMORADOS DA FILHA
___Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
___Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
___─ Mas aqui em casa.
___Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
___O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
___Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
___Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.
___Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:
___─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
___E foi deitar.
___Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.
___─ E o rapaz?
___─ perguntou o pai.
___─ Que rapaz? ─ disse ela.
___Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.
___Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.
(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero
Hora, 26/4/1998)
Assinale a alternativa que indica o clímax do texto.
Observe os elementos que formaram as palavras, em cada alternativa a seguir. Uma das alternativas não está de acordo com o Processo de Formação de Palavras, indique-a
80% da água subterrânea da China está contaminada
Em meio ___ poluição atmosférica que assola a China, o país enfrenta outra crise ambiental silenciosa e, muitas vezes, invisível: a contaminação das águas subterrâneas.
Produtos químicos, tais como manganês, flúor e triazóis (usados em herbicidas), foram detectados na maioria dos 2.103 poços subterrâneos testados em um novo estudo divulgado pelo governo chinês.
Os resultados são alarmantes: ___ qualidade da água foi classificada como de Grau 4 em 32,9% dos pontos avaliados, o que significa que é somente segura para ser utilizada em processos industriais; em outros 47,3% deles, a classificação foi de Grau 5, o que significa que ela é ainda menos segura para uso.
As origens dessa poluição são velhas conhecidas, com raízes em práticas que afetam tanto o campo quanto as cidades. Desde 1990, a China tornou-se o maior consumidor de fertilizantes nitrogenados do mundo, que, apesar de ajudarem no crescimento rápido do cultivo, aumentando ___ oferta de alimentos, também deterioram o solo e poluem lençóis freáticos. As indústrias com seus resíduos de produção, especialmente as têxteis, que geram metais pesados, tóxicos e substâncias cancerígenas, são outra fonte significativa de poluição no país.
“As pessoas nas cidades veem a poluição do ar todos os dias, o que cria uma enorme pressão pública. Mas, nas cidades, as pessoas não veem quão ruim a poluição da água é. Do meu ponto de vista, isso mostra como a água é o maior problema ambiental na China”, afirmou Dabo Guan, professor universitário.
Segundo o diretor do Instituto de Assuntos Públicos e Ambientais de Pequim, Ma Jun, a água testada foi encontrada principalmente em poços subterrâneos rasos, que não são utilizados no abastecimento de água potável nas cidades (em vez disso, elas normalmente recebem água de reservatórios profundos).
No entanto, ele observou que, em muitos lugares, os moradores ainda estavam bombeando água dos poços que foram testados, expondo-se a graves problemas de saúde.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/... - adaptado
A conjunção sublinhada em “Segundo o diretor do Instituto de Assuntos Públicos e Ambientais de Pequim...” introduz uma oração subordinada que indica:
Quanto custa um pôr-de-sol?
Leonardo Boff
1 Um grande empresário americano, estando em Roma, quis mostrar ao filho a beleza de um pôr-
2 de-sol nas colinas de Castelgandolfo. Antes de se postarem num bom ângulo, o filho perguntou ao pai:
3 "pai, onde se paga?" Esta pergunta revela a estrutura da sociedade dominante, assentada sobre a economia
4 e o mercado. Nela para tudo se paga - também um pôr-de-sol - tudo se vende e tudo se compra.
5 Ela operou, segundo notou ainda em 1944 o economista norte-americano Polanyi, a grande
6 transformação ao conferir valor econômico a tudo. As relações humanas se transformaram em transações
7 comerciais e tudo, tudo mesmo, do sexo à Santíssima Trindade, vira mercadoria e chance de lucro.
8 Se quisermos qualificá-la, diríamos que esta é uma sociedade produtivista, consumista e
9 materialista. É produtivista porque explora todos os recursos e serviços naturais visando o lucro e não a
10 preservação da natureza. É consumista porque se não houver consumo cada vez maior não há também
11 produção nem lucro. É materialista, pois sua centralidade é produzir e consumir coisas materiais e não
12 espirituais como a cooperação e o cuidado. Está mais interessada no crescimento quantitativo – como
13 ganhar mais – do que no desenvolvimento qualitativo – como viver melhor com menos – em harmonia
14 com a natureza, com equidade social e sustentabilidade sócio-ecológica.
15 Cabe insistir no óbvio: não há dinheiro que pague um pôr-de-sol. Não se compra na bolsa a lua
16 cheia “que sabe de mi largo caminar.” A felicidade, a amizade, a lealdade e o amor não estão à venda nos
17 shoppings. Quem pode viver sem esses intangíveis? Aqui não funciona a lógica do interesse, mas da
18 gratuidade, não a utilidade prática, mas o valor intrínseco da natureza, da ridente paisagem, do carinho
19 entre dois enamorados. Nisso reside a felicidade humana.
20 O insuspeito Daniel Soros, o grande especulador das bolsas mundiais, confessa em seu livro A
21 crise do capitalismo (1999): ”uma sociedade baseada em transações solapa os valores sociais; estes
22 expressam um interesse pelos outros; pressupõem que o indivíduo pertence a uma comunidade, seja uma
23 família, uma tribo, uma nação ou a humanidade, cujos interesses têm preferência em relação aos
24 interesses individuais. Mas uma economia de mercado é tudo menos uma comunidade. Todos devem
25 cuidar dos seus próprios interesses... e maximizar seus lucros, com exclusão de qualquer outra
26 consideração” (p. 120 e 87).
27 Uma sociedade que decide organizar-se sem uma ética mínima, altruísta e respeitosa da
28 natureza, está traçando o caminho de sua própria autodestruição. Então, não causa admiração o fato de
29 termos chegado aonde chegamos, ao aquecimento global e à aterradora devastação da natureza, com
30 ameaças de extinção de vastas porções da biosfera e, no termo, até da espécie humana.
31 Suspeito que, se não quebrarmos o paradigma produtivista/consumista/materialista, poderemos
32 encontrar pela frente a escuridão. Devemos tentar ser, pelo menos um pouco, como a rosa, cantada pelo
33 místico poeta Angelus Silesius (+1677): “a rosa é sem porquê: floresce por florescer, não cuida de si
34 mesma nem pede para ser olhada” (aforismo 289). Essa gratuidade é uma das pilastras do novo
35 paradigma.
IN: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/11/blogs/leonardo_boff/
"Cabe insistir no óbvio: não há dinheiro que pague um pôr-de-sol." (L. 15)
Os dois-pontos que aparecem nessa frase exercem a mesma função que
O ZELADOR DO LABIRINTO
Tem também a história do zelador do labirinto. Todos os dias ele saía de casa cedo, com sua marmita, e entrava no labirinto. Seu trabalho era percorrer todo o labirinto, inspecionando as paredes e o chão, vendo onde precisava um retoque, talvez uma mão de tinta, etc.
Era um homem metódico. Pela manhã, fazia a ronda do labirinto, anotando tudo que havia para ser consertado, depois saía do labirinto, almoçava, descansava um pouquinho, e entrava de novo no labirinto, agora com o material que necessitaria para seu trabalho. Quando não havia nada para ser consertado, ele apenas varria todo o labirinto e, ao anoitecer, ia para casa. Um dia, enquanto fazia a sua ronda , o zelador encontrou um grupo de pessoas apavoradas. Queriam saber como sair dali. O zelador não entendeu bem.
- Como, sair?
- A saída! Onde fica a saída?
- É por ali - apontou o zelador, achando estranha a agitação do grupo.
Mais tarde, no mesmo dia, enquanto varria um dos corredores, o zelador encontrou o mesmo grupo. Não tinham encontrado a saída. Estavam ainda mais apavorados. Alguns choravam. Alguém precisava lhes mostrar a saída! Com uma certa impaciência, o zelador começou a dar a direção. Era fácil.
- Saiam por ali e virem à esquerda. Depois à direita, depois à esquerda outra vez, direita, direita, esquerda .... - Espere! - gritou alguém. - Ponha isso num papel.
Sacudindo a cabeça com divertida resignação, o zelador pegou seu caderno de notas e toco de lápis e começou a escrever.
- Deixa eu ver. Esquerda, direita, esquerda, esquerda ... Hesitou.
- Não, direita. É isso. Direita, direita, esquerda ... Ou direita outra vez?
O zelador atirou o papel e o lápis no chão como se estivesse pegando fogo. Saiu correndo, com todo o grupo atrás. Também estava apavorado. Aquilo era terrível. Ele nunca tinha se dado conta de como aquilo era terrível. Corredores davam para corredores que davam para corredores que davam numa parede. Era preciso voltar pelos mesmos corredores, mas como saber se eram os mesmos corredores? A saída! Onde fica a saída?
A administração do labirinto teve que procurar um novo zelador, depois que o desaparecimento do outro completou um mês. Podia adivinhar o que tinha acontecido. O novo zelador não devia ter muita imaginação. Era preferível que nem soubesse ler e escrever. E em hipótese alguma devia falar com estranhos.
O Zelador do Labirinto. Revista lcaro, 230, RMC Editora, Setembro de 2003, p. 34.Questão 01
"A administração do labirinto teve que procurar um novo zelador, depois que o DESAPARECIMENTO do outro completou um mês."
A palavra em destaque passa por qual processo de formação de palavras?
Homenagem ao fracasso
-
Marcelo Gleiser
-
Numa sociedade em que o sucesso é almejado e festejado acima de tudo, onde estrelas, milionários e campeões são os ídolos de todos, o fracasso é visto como algo embaraçoso e constrangedor, que a gente evita a todo custo e, quando não tem jeito, esconde dos outros. Talvez não devesse ser assim.
Semana passada, li um ensaio sobre o fracasso no “New York Times” de autoria de Costica Bradatan, que ensina religião comparada em uma universidade nos EUA. Inspirado por Bradatan, resolvi apresentar minha própria homenagem ao fracasso.
Fracassamos quando tentamos fazer algo. Só isso já mostra o valor do fracasso, representando nosso esforço. Não fracassar é bem pior, pois representa a inércia ou, pior, o medo de tentar. Na ciência ou nas artes, não fracassar significa não criar. Todo poeta, todo pintor, todo cientista coleciona um número bem maior de fracassos do que de sucessos. São frases que não funcionam, traços que não convencem, hipóteses que falham. O físico Richard Feynman famosamente disse que cientistas passam a maior parte de seu tempo enchendo a lata de lixo com ideias erradas. Pois é. Mas sem os erros não vamos em frente. O sucesso é filho do fracasso.
Tem gente que acha que gênio é aquele cara que nunca fracassa, para quem tudo dá certo, meio que magicamente. Nada disso. Todo gênio passa pelas dores do processo criativo, pelos inevitáveis fracassos e becos sem saída, até chegar a uma solução que funcione. Talvez seja por isso que o autor Irving Stone tenha chamado seu romance sobre a vida de Michelangelo de “A Agonia e o Êxtase”. Ambos são partes do processo criativo, a agonia vinda do fracasso, o êxtase do senso de alcançar um objetivo, de ter criado algo que ninguém criou, algo de novo.
O fracasso garante nossa humildade ao confrontarmos os desafios da vida. Se tivéssemos sempre sucesso, como entender os que fracassam? Nisso, o fracasso é essencial para a empatia, tão importante na convivência social.
Gosto sempre de dizer que os melhores professores são os que tiveram que trabalhar mais quando alunos. Esse esforço extra dimensiona a dificuldade que as pessoas podem ter quando tentam aprender algo de novo, fazendo do professor uma pessoa mais empática e, assim, mais eficiente. Sem o fracasso, teríamos apenas os vencedores, impacientes em ensinar os menos habilidosos o que para eles foi tão fácil de entender ou atingir.
Claro, sendo os humanos do jeito que são, a vaidade pessoal muitas vezes obscurece a memória dos fracassos passados; isso é típico daqueles mais arrogantes, que escondem seus fracassos e dificuldades por trás de uma máscara de sucesso. Se o fracasso fosse mais aceito socialmente, existiriam menos pessoas arrogantes no mundo.
Não poderia terminar sem mencionar o fracasso final a que todos nos submetemos, a falha do nosso corpo ao encontrarmos a morte.
Desse fracasso ninguém escapa, mesmo que existam muitos que acreditem numa espécie de permanência incorpórea após a morte. De minha parte, sabendo desse fracasso inevitável, me apego ao seu irmão mais palatável, o que vem das várias tentativas de viver a vida o mais intensamente possível. O fracasso tem gosto de vida.
-
http://www1.folha.uol.com.br/colunas /marcelogleiser/2013/12/1388789- homenagem-ao-fracasso.shtml
Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao que se afirma a respeito das expressões destacadas.
Considerando que: Fonema é um elemento acústico e a letra é um sinal gráfico que o representa e, que nem sempre o número de fonemas de uma palavra corresponde ao número de letras que usamos para escrevê-la, assinale a alternativa na qual todos os vocábulos apresentam mais fonemas do que letras:
Assinale a única alternativa que apresenta equívoco quanto à concordância verbal:
Assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam divisão silábica correta:
Quanto à classe gramatical dos numerais analise a oração a seguir: Ele teve de tomar doses triplas do medicamento.
O termo grifado/sublinhado, representa um numeral classificado como:
Assinale a alternativa em que as palavras sublinhadas sejam pronome e advérbio:
O texto servirá de base para as questões 04 e 05:
Maneira de amar
O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.
Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.
O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.
Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem.
“Você o tratava mal, agora está arrependido?” ”Não, respondeu, estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião. Ele sabia disso, e gostava”.
Carlos Drummond de Andrade
A classe gramatical da palavra destacada está correta na opção:
As palavras: café, fácil e lâmpada, são acentuadas por serem respectivamente:
Todas as opiniões que há sobre a Natureza
Texto para responder às questões de 01 a 14.
Uma velhinha
Quem me dera um pouco de poesia, esta manhã, de simplicidade, ao menos para descrever a velhinha do Westfálial E uma velhinha dos seus setenta anos, que chega todos os dias ao Westfália (dez e meia, onze horas), e tudo daquele momento em diante começa a girar em torno dela. Tudo é para ela. Quem nunca antes a viu, chama o garçom e pergunta quem ela é. Saberá, então, que se trata de uma velhinha “de muito valor”, professora de inglês, francês e alemão, mas “uma grande criadora de casos”.
Não é preciso perguntar de que espécie de casos, porque, um minuto depois, já a velhinha abre sua mala de James Bond, de onde retira, para começar, um copo de prata, em seguida, um guardanapo, com o qual começa a limpar o copo de prata, meticulosamente, por dentro e por fora. Volta à mala e sai lá de dentro com uma faca, um garfo e uma colher, também de prata. Por último o prato, a única peça que não é de prata. Enquanto asseia as “armas” com que vai comer, cnama o garçom e manda que leve os talheres e a louça da casa. Um gesto soberbo de repulsa.
O garçom (brasileiro) tenta dizer alguma coisa amável, mas ela repele, por considerar (tinha razão) a pronúncia defeituosa. E diz, em francês, que é uma pena aquele homem tentar dizer todo dia a mesma coisa e nunca acertar. Olha-nos e sorri, absolutamente certa de que seu espetáculo está agradando, Pede um filete recomenda que seja mais bem do que malpassado. Recomenda pressa, enquanto bebe dois copos de água mineral. Vem o filet e ela, num resmungo, manda voltar, porque está cru. Vai o filet, volta o filet e ela o devolve mais uma vez alegando que está assado demais. Vem um novo filet e ela resolve aceitar, mas, antes, faz com os ombros um protesto de resignação.
Pela descrição, vocês irão supor que essa velhinha é insuportável. Uma chata. Mas não. É um encanto. Podia ser avó da Grace Kelly. Uma mulher que luta o tempo inteiro pelos seus gostos. Não negocia sua comodidade, seu conforto. Não confia nas louças e nos talheres daquele restaurante de aparência limpíssima. Paciência, traz de sua casa, lavados por ela, a louça, os talheres e o copo de prata. Um dia o garçom lhe dirá um palavrão? Não acredito. A velhinha tão bela e frágil por fora, magrinha como ela é, se a gente abrir, vai ver tem um homem dentro. Um homem solitário, que sabe o que quer e não cede “isso” de sua magnífica solidão.
(MARIA, Antônio. “Com Vocês, Antônio Maria”. Rio de Janeiro: Editora Paze Terra, 1964, p. 262.)
“Não NEGOCIA sua comodidade..." (§ 4)
O verbo em maiúsculas acima faz parte de um modelo de flexão com possibilidade de ditongação no radical: são os verbos terminados no infinitivo em -iar e -ear. Assim, pode-se afirmar que está em desacordo com o padrão culto de flexão o verbo em destaque na seguinte frase: